“Toda a oração, toda a súplica, que qualquer homem de todo o teu povo Israel fizer, conhecendo cada um a chaga do seu coração...” I Rs 8;38
Salomão estava suplicando o favor do Senhor, quando, os homens orassem ao Santo, no templo. No fragmento acima, o pedido para que O Eterno ouvisse e respondesse favoravelmente, com uma condição. Deveria o penitente orar, “conhecendo a chaga do seu coração”.
Reconhecendo suas falhas e delas se arrependendo. Só isso? Pode parecer simples; entretanto, não é. O vitimismo, diluição dos erros, transferência de culpas, é um mal que macula à humanidade desde o primeiro pecado. Quando revelado, o homem transferiu para a mulher que, jogou a culpa sobre a serpente. Todos inocentes, como ironizam os “habitantes” das penitenciarias.
Grande parte da lacração das ditas “minorias”, deriva de pretenso álibi social; como se, a vida devesse reparos a determinados grupos e isso os autorizasse a receber tratamentos especiais. Perante esse sistema abjeto pode funcionar; diante do Eterno a canção desafina; “... cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus”. Rom 14;12
A dignidade de admitir-se indigno; coragem de assumir a própria covardia, ousadia de lidar com as falhas sem necessidade duma desculpa, são derivados da honestidade intelectual e integridade moral. “Bem sei, Deus meu, que tu provas os corações, e da sinceridade te agradas...” I Cron 29;17
A rejeição a Cristo se deu, precisamente por isso. Sua Luz evidenciava os maus passos dos pecadores, que preferiam que esses ficassem no escuro a abandoná-los; mesmo sob risco de condenação. “E a condenação é esta: A luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas”. Jo 3;19 e 20
Por sermos arbitrários, isso requer que sejamos também, consequentes. “És senhor das tuas escolhas, e escravo das consequências”. Como disse Pablo Neruda.
Somos postos diante de alternativas opostas; a obediência ou o pecado. A que escolhermos mostrará quem é nosso Senhor, a despeito do que disserem nossos lábios, das “atenuantes” que pretendermos usar. “Não sabeis que, a quem vos apresentardes por servos para obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para morte, ou da obediência para justiça?” Rom 6;16
A tentativa de mascarar a desobediência, além de evidenciar desonestidade, revela também ignorância acerca do Senhor; A Bíblia ensina: “Porque A Palavra de Deus é viva e eficaz, mais penetrante do que espada alguma de dois gumes; penetra até à divisão da alma e do espírito, das juntas e medulas; é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração. E não há criatura alguma encoberta diante Dele; antes, todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos Daquele com quem temos de tratar”. Heb 4;12 e 13
Aliás, no mesmo contexto da oração de Salomão esse disse algo semelhante: “... dá a cada um conforme a todos os seus caminhos, segundo vires o seu coração, porque só Tu conheces o coração de todos os filhos dos homens”. V 39
Apenas O Senhor, e nós mesmos somos aptos para ver o que há em nossos corações. Fomos “formatados” para viver em verdade e justiça. Sempre que saímos fora do propósito original, o “detector de mentiras” das nossas consciências dispara, e uma luz eloquente acende, diante do Senhor Onisciente.
Quando mentimos visando atenuar uma falha, cometemos outra. Como chegaríamos perante O Santo, pretendendo estar arrependidos de um pecado, de mãos dadas com outro, recém-nascido?
Na verdade, sabermos que estamos nus diante do Altíssimo deveria nos facilitar as coisas; nosso desnudar de alma nada demandaria, senão, assumir a verdade. Não há uma “caixa de areia” onde os gatos possam fazer aquilo e esconder; essa tentativa inglória acaba sendo um tropeço a tolher nosso progresso espiritual; “O que encobre suas transgressões nunca prosperará, mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia”. Prov 28;13
Se as pessoas soubessem o quanto a verdade é libertadora, dariam um possante pé-na-bunda da mentira, em todas as suas formas.
Esse mundo cultua ao egoísmo exortando cada incauto a “ser a melhor versão de si mesmo”. O “si mesmo” o ego, não faz parte do plano de Deus para os salvos. Devem viver segundo Cristo, A Verdade.
Portanto, os que agradam ao Eterno, por aprenderem a escala de valores dos Céus, ousam comparecer ante Ele levando a pior versão de si mesmos, a verdadeira, para receber o perdão de Cristo.
Não importa quais sejam as chagas do coração; aos obedientes O Eterno assegura: “Dar-vos-ei um coração novo, porei dentro de vós um espírito novo...” Ez 36;26
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