sexta-feira, 4 de julho de 2025

A ausência de Deus


“Os filisteus, ouvindo a voz de júbilo, disseram: Que voz de grande júbilo é esta, no arraial dos hebreus? Então souberam que a Arca do Senhor era vinda ao arraial”. I Sam 4;6

Israel estava perdendo a guerra. Vivendo de modo relapso, alheios ao Santo, provocaram Ele à ira. Geralmente O Eterno usava nações vizinhas como instrumentos de juízo, quando Seu povo andava de modo perverso, avesso ao Senhor.

Naqueles dias havia profanações das coisas santas, prostituição dos filhos de Eli, o relapso sacerdote que era omisso em corrigi-los como deveria.

Então, a vitória dos filisteus era um desdobramento do juízo Divino contra aquele estado de coisas. Os hebreus, perplexos pela “ausência” de Deus na peleja, buscavam razões para a derrota; “Voltando o povo ao arraial, disseram os anciãos de Israel: Por que nos feriu O Senhor hoje diante dos filisteus? Tragamos de Siló a Arca da Aliança do Senhor, e venha no meio de nós, para que nos livre da mão de nossos inimigos”. I Sam 4;3 Já que O Eterno não veio, vamos busca-lo foi a sugestão.

Quando, decisões de cunho espiritual, que deveriam ser tomadas por alguém escolhido e capacitado para isso são tomadas pelo vulgo, isso serve como testemunho da alienação de Deus em que viviam os líderes de então.

Os feitores da desgraça foram os filhos de Eli, com suas reiteradas profanações; o culpado principal, ele; pela omissão e tolerância ante os desmandos que via e se omitia.

Os superpais, as supermães, que acham seus filhos intocáveis, ninguém os pode minimamente, criticar; como se eles estivessem sempre certos, até quando estão flagrantemente errados, deveriam aprender algo com o exemplo de Eli. A ele O Senhor enviou um profeta advertindo do juízo, e das razões.

“Por que pisastes Meu sacrifício e Minha oferta de alimentos, que ordenei na Minha morada; honras a teus filhos mais do que a Mim, para vos engordardes do principal de todas as ofertas do Meu povo de Israel... Eis que vêm dias em que cortarei o teu braço e o braço da casa de teu pai, para que não haja mais ancião algum em tua casa. Verás o aperto da morada de Deus, em lugar de todo o bem que houvera de fazer a Israel; nem haverá por todos os dias ancião algum em tua casa”. I Sam 3;29, 31 e 32

Não apenas, O Santo não fora a peleja por Israel, como a derrota deles era o juízo predito. Entretanto, quem não se ocupa de cultivar um íntimo e sadio relacionamento com Deus, também não buscará conhece-lo melhor. Se o fizessem, entenderiam que O Todo Poderoso não é como um ídolo que pode ser levado de lá para cá, conforme anseia a vontade humana.

Infelizmente, não apenas os filisteus estavam errados nisso; pois, temeram ao saber da chegada da Arca, como se isso significasse, necessariamente, a intervenção Divina. Também os hebreus tropeçavam na mesma pedra de ignorância espiritual; tanto que, fizeram enorme alarido quando da chegada de “Deus” ao front de batalha.

Esse temerário fato, em nada mudou o rumo do juízo em curso. Os hebreus foram derrotados e pior, a Arca também foi levada pelos inimigos.

O Senhor nos chama a um relacionamento, não, a pequenas “frestas” pelas quais permitamos que Ele peleje por nós, em defesa dos nossos interesses.

Naquele contexto de rejeição cabal da casa de Eli, O Poderoso ensinou: “... aos que Me honram honrarei, porém os que Me desprezam serão desprezados”. V 30

Os que leem à Graça Divina como se fosse uma espécie de licença para pecar, deveriam prestar atenção nas letras miúdas. “Com o benigno te mostrarás benigno; com o homem sincero te mostrarás sincero; com o puro te mostrarás puro; com o perverso te mostrarás indomável”. Sal 18;25 e 26

A graça significa que, pelo Amor e pelos Méritos de Cristo, nos foi oferecida uma preciosidade que não merecemos; o contraponto desejado pelos Céus, é que correspondamos ao Divino amor, andando, doravante de modo a honrar nosso Senhor e Salvador. “De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos em novidade de vida”. Rom 6;4

Não precisamos levar um símbolo físico para saber que Deus está conosco nas pelejas da vida. Ele fez melhor que isso; “... Porei Minhas Leis no seu entendimento, em seu coração as escreverei...” Heb 8;1

Assim ouçamos Seu Espírito em nós; pelejemos por Ele, no que tange a adequar nossas vidas ao Seu querer; Ele pelejará por nós, contra nossos adversários. “O que Me der ouvidos habitará em segurança, estará livre do temor do mal”. Prov 1;33

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