“Desvia de ti a falsidade da boca, afasta de ti a perversidade dos lábios”. Prov 4;24
A mesma coisa dita com palavras diferentes; falsidade e perversidade costumam sair à luz pela porta dos lábios. Todavia o meio de expressão não é sua origem. A falsidade tem raízes mais profundas. O verso anterior diz: “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida”.
Os lábios falsos são porta-vozes de um imperador adoecido; um coração falso. O Salvador ensinou: “... Pois, do que há em abundância no coração, disso fala a boca”. Mat 12;34
Esperar de um coração assim, que ele tenha um bom andar na senda da verdade, seria como vindimar espinheiros. A queda construiu um lapso moral e espiritual entre o homem caído e Deus, que, nem que ele quisesse, conseguiria agir de modo agradável ao Santo.
Eventualmente, alguns conseguem fazer a coisa certa, pelo motivo errado. Seja pelo aplauso humano, o reconhecimento social, aí, com estardalhaço, publicidade; ou, para se justificarem diante de Deus, como se, as boas obras fossem um contraponto aceitável ao Eterno, para as muitas maldades que, em geral, tentam ocultar.
Isaías foi cirúrgico: “Todos nós somos como o imundo, todas as nossas justiças como trapo da imundícia; todos nós murchamos como a folha; as nossas iniquidades como um vento nos arrebatam”. Is 64;6 Embora isso ofenda o orgulho de muitos pretenciosos, a simples presença desses dois feitores, orgulho e presunção, já é um indício que a bondade pretendida nunca habitou naquelas paragens.
Nossas almas estão de tal forma corrompidas pelo consórcio com os demônios, mesmo disfarçados de anjos, que, não há espaço para consertos, melhorias, aperfeiçoamentos, upgrades... A mudança necessária é radical; “... Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus... aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no Reino de Deus”. Jo 3;3 e 5
O novo nascimento requer, além de crer no Salvador, a prática do que Ele ensinou; o primeiro passo, é a ruptura com o velho homem que fazia tudo à sua maneira, pelos motivos que julgava válidos; “... Se alguém quer vir após Mim, negue a si mesmo, tome cada dia sua cruz, e siga-me. Porque, qualquer que quiser salvar sua vida, perdê-la-á; mas qualquer que, por amor de Mim, perder sua vida, a salvará”. Luc 9;23 e 24
Mediante Ezequiel, O Senhor chamou a conversão de coração novo e espírito novo; Cap 36;26 E por Isaías, esmiuçou o plano de salvação; “Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso É em perdoar. Porque Meus pensamentos não são os vossos, nem vossos caminhos os Meus, diz O Senhor”. Is 55;7 e 8
Eventualmente, alguns nos acusam de sermos fiéis, como se isso fosse uma doença. “Para vocês é tudo Bíblia”. Nem sempre; quem dera, fosse.
Às vezes saímos da casinha e pecamos, querendo ou fazendo as coisas às nossas maneiras. A ideia é que sejamos alinhados ao Senhor, nas nossas escolhas, valores. “Se alguém falar, fale segundo as Palavras de Deus; se administrar, administre segundo o poder que Deus dá; para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a quem pertence a glória e poder para todo o sempre. Amém”. I Ped 4;11
Não significa ser um papagaio repetindo sentenças bíblias; antes, um fiel, adotando padrões e valores bíblicos em todos os relacionamentos; conjugal, social, interpessoal...
Sempre que arder a febre de uma paixão, política, esportiva, afetiva, recusarmos falsear a verdade, como se, nossos interesses rasos fossem maiores que ela. “Desvia de ti a falsidade da boca...”
Alguns insensatos devaneiam como se, a universal eficácia da salvação, significasse universal incidência, a despeito de nossa resposta ao seu chamado. A Palavra é categórica: “Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens, ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, justa e piamente”. Tt 2;11 e 12
Se, o alcance é bastante para todos os homens, a renúncia das cobiças mundanas e um viver sóbrio e piedoso, é requerido de nossa parte em submissão ao Senhor. “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram; e tudo se fez novo”. II Cor 5;17
Sempre concorre o risco de alguém falar as coisas certas, sentindo as erradas, por conveniência; mais uma nuance da falsidade, igualmente perniciosa; o cidadão dos céus, além de outras qualidades, é o que “...fala a verdade no seu coração”. Sal 15;2
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