“Tendo, pois, tal esperança, usamos de muita ousadia no falar”. II Cor 3;12
A palavra “tal” nessa sentença faz a função de pronome, aludindo a determinado tipo de esperança; para sabermos qual, carecemos ver o verso anterior. “Porque, se o que era transitório foi para glória, muito mais é em glória o que permanece”. V 11
Paulo estava cotejando o brilho de ambos os Testamentos; A Lei, com os Dez Mandamentos, desdobrados em 613, (que era transitório até a cumprimento em Cristo) e a Nova Aliança, o chamado Ministério do Espírito, com uma lei espiritual gravada no íntimo dos salvos. “... Porei Minhas Leis no seu entendimento, em seu coração as escreverei...” Heb 8;10
Não mais, tantos mandamentos; antes, um estreito relacionamento. “Teus ouvidos ouvirão a palavra do que está por detrás de ti, dizendo: Este é o caminho, andai nele, sem vos desviardes para a direita, nem para a esquerda”. Is 30;21
Se, o primeiro pacto, que não tinha a função de salvar, mas de deixar patente a necessidade do Salvador foi algo glorioso, muito mais, há de ser o segundo, “assinado” pelo Sangue de Cristo, O Sumo Sacerdote Eterno, que traz novo nascimento e vida espiritual. Esse brilhará mais, evidenciando uma glória muito maior.
Dos judaístas que assim não entenderam, disse: “... até hoje o mesmo véu está por levantar na lição do Velho Testamento, o qual foi por Cristo abolido”. II Cor 3;14 Os que esperavam que a Lei tivesse uma função não intentada, ficaram paralisados, como que obstruídos por um véu, vendo a Cristo como um transgressor, quando, na verdade, estava precisamente cumprindo-a.
A abolição da Antiga Aliança não significa que alguém se torna fora-da-lei, em Cristo; ou que possamos viver desprezando seus valores e ensinos; antes, a Lei foi cumprida pelo Salvador e aperfeiçoada, trazendo seus servos a uma relação que prescinde de um código escrito sobre pedras, por ter uma voz viva a lhes falar no espírito.
Sobre a diferença redentora entre um pacto e outro foi dito: “Porque, se o sangue dos touros e bodes, a cinza de uma novilha esparzida sobre os imundos, os santifica, quanto à purificação da carne, quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno ofereceu a Si mesmo imaculado a Deus, purificará vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus Vivo?” Heb 9;13 e 14
Esperando que, assim seja, disse Paulo, me torno ousado nas minhas pregações. Ou, “tendo tal esperança, usamos de muita ousadia no falar”. A ousadia vertia de um sadio relacionamento, no qual, O Senhor poderia lhe falar no íntimo, se estivesse em dúvida, sem carecer consultar um antigo mandado.
Quando lhe foi vetado que fosse a alguns lugares, em sonho, O Espírito usou alguém que lhe dizia: “Passa à Macedônia e ajuda-nos.” Atos 16;9 Acordando, o Espírito confirmou a instrução em seu entendimento. Como encontraria uma ordem assim, precisa, num código legal? O Ministério do Espírito é superior.
Por situações assim e outras tantas, sobretudo, por legar salvação, o “novo nascimento” se avantaja em Glória, à letra da Lei, como referiu Paulo. Todavia, a “... a Lei é Santa, o mandamento, santo, justo e bom”. Rom 7;12
Paulo não apresentou a esperança nas coisas Divinas como um devaneio adolescente, de quem deseja muito a algo, e passa a fantasiar com a posse dos seus anseios. Antes, como um derivado seguro de quem aprendeu confiar, depois de ter vivido experiências com O Eterno; “... a experiência (produz) esperança. E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” Rom 5;4 e 5
A espera de quem tem vida espiritual legada pelo Amor Divino não palpita num vácuo; antes, exercita-se sendo capacitada pelo Espírito Santo, a crer no que foi revelado, não n’algum eventual desejo. “Para que por duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, tenhamos a firme consolação, nós, os que pomos nosso refúgio em reter a esperança proposta”. Heb 6;18 Notemos que, não se nos faculta escolher o que esperar; antes, “reter a esperança proposta”.
As duas coisas que dão certeza da esperança, mencionadas no texto são a Promessa, e o Juramento Divinos. Pois, se para os céticos pode parecer difícil crer que Deus exista, quem tem experiências com Ele sabe ser impossível que Ele minta; que falhe em Suas promessas.
A ousadia dos salvos quando pregam à verdade, não verte da própria índole; antes, da certeza que têm na idoneidade e fidelidade daquele, ao qual anunciam. “... porque eu sei em quem tenho crido, e estou certo de que é poderoso para guardar meu depósito até àquele dia”. II Tim 1;12
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