quinta-feira, 24 de julho de 2025

A verdade dá medo


“... conhecereis à verdade e a verdade vos libertará”. Jo 8;32

Simples assim? Sim, e não. Simples o conceito, complexo o que ele abarca. A Verdade é A Palavra de Deus. “Escolhi o caminho da verdade; propus-me seguir os Teus juízos”. Sal 119;30

Da abrangência e incidência da Palavra o alcance é insondável: “Porque a Palavra de Deus é viva e eficaz, mais penetrante do que espada alguma de dois gumes; penetra até à divisão da alma e do espírito, juntas e medulas; é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração. Não há criatura alguma encoberta diante Dele; antes, todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos Daquele com Quem temos de tratar”. Heb 4;12 e 13

Sendo comparada a uma espada de dois fios, significa que ela corta para ambos os lados. Tanto é eficaz, quanto aos erros dos outros, quanto o é, atinente aos nossos.

A parcialidade humana pujante nas almas sabotadas pelos sentimentos ideológicos, não permite que a espada corte para os dois lados. Quando, surge em maus lençóis um expoente da sua cor ideológica, o sabotado, invés de lidar com isso pontualmente, presto atira todos na mesma vala. “Não adianta perder tempo com política; são todos ladrões, não se salva um”.

Invés de encarar à verdade que expõe os erros de seu herói, foge atacando quem nem estava em apreço.

Ante à filosofia, encontraríamos Aristóteles dizendo: “A pior forma de desigualdade, é considerar iguais, aos que são diferentes”.

A verdade também versa sobre isso; “O que justifica o ímpio, e o que condena o justo, tanto um quanto outro são abomináveis ao Senhor”. Prov 17;15 Pois, a fuga disfarçada de ceticismo peca em duas versões. Fazendo vistas grossas ao corrupto, e imputando inverdades a outro de oposição.

Conhecer à verdade acaba sendo um desafio para valentes, dado o medo que causa. Muitos, nos dias do Salvador preferiram a fuga, mesmo sob risco de condenação; “E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más”. Jo 3;19

Ninguém se sente confortável precisando reconhecer que é mau; que suas obras são más. Esse é, talvez, o maior “defeito” da verdade. Ela não atua para produzir conforto, antes, para manifestar à realidade.

Na Bíblia a expressão, “conhecer” significa ter íntima relação; tanto que, em muitos relatos diz: “Conheceu fulano sua esposa e essa teve um filho”.

Logo, conhecer à verdade demanda igual liame afetivo, relacional, se desejamos mesmo, ser libertos por ela.

Além de a conhecer, O Senhor colocou uma condicionante mais: “... Se vós permanecerdes na Minha Palavra, verdadeiramente sereis Meus discípulos”. V 31

A Palavra de Deus é boa, tanto quando confirma determinados passos nossos como probos, quanto, quando denuncia outros, como réprobos. Quando alguém perambula em demanda de aprovação aos próprios descaminhos, não serve a ninguém, exceto, ao ego. E a condição primeira para sermos salvos, é o destronamento desse impostor. “Negue a si mesmo, tome sua cruz e siga-me”. Luc 9;23

Nunca a mentira foi tão adotada quanto é nesse tempo, em nosso país. Por autoridades de altos postos, aos quais cumpriria, entre outras coisas, legar bons exemplos, invés de se expor em obscenidades morais como têm feito.

Se querem aprovar à censura, como os do sistema dominante desejam, somos “213 milhões de tiranos”; porém, se desejam evitar sanções estrangeiras contra a ditadura que se instaura por aqui, devemos nos unir em defesa, somos “soberanos”. Se, somos soberanos e tiranos ao mesmo tempo, devemos ser todos ditadores, acredito.

Pessoas que, como canas ao vento se inclinam sempre para onde sopram seus interesses imediatos, não valem nada; sequer chegaram perto de conhecer à verdade. Os venais têm preço; enquanto os verazes têm valor.

Aquele que, convidado por Deus para conhecer a verdade, atende ao chamado e persevera, necessita de coragem para não fugir a cada mostrengo que descobrirá nas próprias inclinações e atitudes. Invés de uma “conveniência” covarde e fugitiva, esse embraçará ao escudo da fé, a Espada do Espírito, e verá em cada constrangimento necessário, uma cura, invés de uma perda.

“O que encobre suas transgressões nunca prosperará, mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia”. Prov 28;13

Os que nos acusam de nos escondermos atrás da Bíblia, como se, enfrentar a si mesmo, deveras, fosse a coisa mais fácil, no fundo, não têm coragem de manifestar à mesma “covardia”.

Com a praga das rãs, o conhecimento da verdade nos fará ver anfíbios para todo lado; mesmo onde sequer imaginávamos existir; porém, libertos pela verdade, ganhamos um esconderijo sim. “Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará”. Sal 91;1

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