quarta-feira, 16 de julho de 2025

Thiago Lima e a super espiritualidade


“... falam da visão do seu coração, não da Boca do Senhor”. Jr 23;16

Confundir o anseio dos nossos corações com A Palavra de Deus é um risco do qual ninguém está livre. O homem prudente deve “tirar as sandálias” na presença do Senhor.

Conheço ao Thiago superficialmente; de algumas publicações. A impressão que passa é de ser um homem honesto e sincero. Entretanto, essas duas qualidades não são sinônimas, de luz espiritual, discernimento. Alguém pode estar equivocado, mesmo, munido de boas intenções.

Num vídeo dele, partilhado por André Carpano, esposa algumas ideias das quais discordo, e pretendo expor os motivos.

O ensino que Deus não habita em templos de pedra, e que nós somos Seus templos, chega a ser uma platitude. Todos sabem de cor e salteado.

No entanto, derivar disso a erradicação dos templos, é pleitear a cura de uma doença inexistente. Nenhum salvo vai a um templo pensando encontrar a Deus, que habitaria lá. Vamos à congregação oferecer culto ao Senhor, numa diversidade de pessoas, em unidade espiritual.

Ensinou ainda que a Santa Ceia é espiritual não, física; quando Jesus disse: “O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que Eu vos disse são espírito e vida”. Jo 6;63 Estava fazendo desambiguação da frase que era necessário comer sua carne e beber seu sangue, que as pessoas interpretaram literalmente.

Quando Paulo perguntou: “Não tendes casa para comer?” I Cor 11;22 evidencia que a “Ceia” de então era uma refeição, onde os mais abastados podiam se exibir; “... Ou desprezais a igreja de Deus, e envergonhais os que nada têm?” A Santa Ceia foi ordenada como memorial. Para tanto, bastam elementos simbólicos, não, faustos banquetes.

Segundo o irmão criticado, é tudo espiritual; comer a carne é se alimentar da Palavra. Imagino que “beber do sangue” seja o mesmo.

Ora, um memorial sempre traz um elemento “tangível”; uma data, um obelisco, uma festa, um ritual... como uma espécie de auxílio à memória, pois, sem isso ela poderia fraquejar. Assim foi ordenada a Santa Ceia. “Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a morte do Senhor, até que venha”. V 26

Se a Ceia é apenas espiritual, como poderia alguém tomá-la antecipado, invés de esperar pelos demais? Isso foi criticado e corrigido pelo apóstolo Paulo. “Porque, comendo, cada um toma antecipadamente a sua própria ceia... Portanto, meus irmãos, quando vos ajuntais para comer, esperai uns pelos outros. Mas, se algum tiver fome, coma em casa...” vs 21, 33 e 34

Falou também do “sacerdócio universal”; se todos somos sacerdotes, porque arrecadar dízimos para mantermos um? Questionou. Mais uma “solução” oferecida para um problema criado. Sacerdócio universal significa que cada um pode falar diretamente com O Pai em Nome de Jesus sem carecer outro mediador. Porém, isso não é sinônimo de ministério universal; como se todos estivessem aptos para as mesmas coisas.

“Ele mesmo deu uns para apóstolos, outros para profetas, evangelistas, pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos...” Ef 4;11 e 12

Na Antiga Aliança as pessoas deviam pedir luz aos Sacerdotes; “Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, da sua boca devem os homens buscar a Lei porque ele é o mensageiro do Senhor dos Exércitos” Ml 2;7

No ministério do Espírito, Ele nos faz saber quando erramos, e, qual o rumo certo se o consultarmos antes de agir. Isso não elimina a necessidade de mestres e pastores. Para tanto carecemos aprender; para aprender precisamos deles.

Colocou também o dízimo como superado, sem oferecer nenhum verso que ensine isso. O sacrifício foi abolido. Ministérios espirituais são necessários e têm custo, bem como, templos congregacionais; natural a provisão dos meios para isso.

Usar Miguel de Oliveira, Leonardo Sale e cenas de retetés, como se isso significasse a totalidade do escopo cristão ao qual seus ensinos combatem, não é honesto. Outros também desprezam essas coisas, bem como aos mercenários, e combatem.

Pegar pontualmente, situações escandalosas e em cima dessas rejeitar todos é como afundar ao navio para apagar um incêndio. O Senhor era cirúrgico: “Ainda te falta uma coisa”; “tenho porém contra ti...”

Quando Paulo disse aos gálatas que abraçar outro Evangelho seria maldito, se referia aos judaístas que negavam a suficiência da Graça salvadora de Cristo. Gal 1;8 Não, ao ritual da Santa Ceia que faz parte dos seus ensinos.

Enfim, ter má percepção sobre coisas tão importantes, e jogar na vala das maldições, tudo que soar diferente dessa percepção, é temerário.

É vero que tantos mercadejam com A Palavra, também é que, muitos se omitem, deixando de ser abençoados, recusando-se a ser bênçãos. “Mortificai, pois... a avareza, que é idolatria”. Col 3;5

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