“Com minha alma te desejei de noite, com meu espírito, que está dentro de mim, madrugarei a buscar-te; porque, havendo Teus juízos na terra, os moradores do mundo aprendem justiça” Is 26;9
Felizes aqueles que sentem arder no íntimo um desejo por conhecer a Deus e Seus juízos, numa busca desinteressada no prisma dos anseios rasos.
Invés de demandar bênçãos, fazê-lo pedindo para aprender os juízos Divinos para depois, ensiná-los. Quando O Eterno deu carta branca a Salomão, “pede-me o que queres” ele pediu; “A Teu servo, pois, dá um coração entendido para julgar Teu povo, para que prudentemente discirna entre o bem e o mal; porque quem poderia julgar este Teu tão grande povo?” I Rs 3;9 Invés de riquezas pediu ferramentas.
Eloquente indício que alguém superou o egoísmo é quando deixa de pleitear por coisas meramente particulares, se preocupando com o bem, alheio. Tiago coloca o altruísmo como essencial para que sejamos atendidos. “Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para gastardes em vossos deleites”. Tg 4;3
Se, o alvo de Isaías era que os moradores do mundo aprendessem à justiça, certamente pretendia ensinar, o que aprendesse da parte do Senhor. Por isso orava, ao menos. Quando O Santo dá Sua Luz a alguém, o faz para que esse a difunda, não para que se feche qual quelônio na carapaça.
O profeta versara que, as maldições todas que danavam à terra, derivavam da aversão dos povos ao querer do Eterno. “Na verdade, a terra está contaminada por causa dos seus moradores; porquanto têm transgredido as leis, mudado os estatutos, e quebrado a Aliança Eterna. Por isso a maldição consome a terra; os que habitam nela são desolados; por isso são queimados os moradores da terra, poucos homens restam”. Cap 24;5 e 6
Os “Juízos” anelados por ele, não eram julgamentos sobre as más escolhas; a consequência da maldição sobre elas era já uma incidência judicial. A rigor, o profeta queria aprender a doutrina, os ensinos do Senhor, para retransmitir; facultando assim, que os que se dessem por avisados pelos “juízos”, (ensinos) fossem livres do juízo, punição.
Adiante ele versou sobre a consequência disso; de andarem as pessoas em justiça diante de Deus; “O efeito da justiça será paz; a operação da justiça, repouso e segurança para sempre. O meu povo habitará em morada de paz, em moradas bem seguras, em lugares quietos de descanso”. Cap 32;17 e 18
Pois, a Excelsa Justiça de Cristo, logrou a façanha de pacificar a relação do pecador com O Criador, naqueles que se lhe submetem. “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação”. II Cor 5;19
Identificar nalgum momento, que há um vazio interior a clamar por preenchimento é comum a todas as almas. Entretanto, a maioria busca para isso simulacros que não preenchem, antes, acentuam o vazio.
Dessa estirpe os que se dão às drogas, alcoolismo, promiscuidade, religiosidade alternativa e toda sorte de vícios. Colocam “remendos novos em panos velhos”, e cada vez o rasgo se faz maior.
Como na medicina humana, antes da prescrição do tratamento é necessário o diagnóstico, assim, nas coisas espirituais. Davi, nos dias do seu desterro, errante pelas cavernas da terra, fugitivo sem crimes, identificava claramente o que lhe faltava. “Assim como o cervo brama pelas correntes das águas, suspira minha alma por ti, ó Deus! A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e me apresentarei ante a face de Deus?” Sal 42;1 e 2
A sede de Deus não pode ser ludibriada com refrigerantes, tampouco, cisternas de humana feitura podem conter as necessárias águas. Nos dias de Jeremias ele usou essa figura atinente à apostasia que grassava; “Porque o meu povo fez duas maldades: a Mim deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm águas”. Jr 2;13
Por fim, O Salvador, falando a uma mulher samaritana, também figurou Sua Doutrina como uma água milagrosa; “Aquele que beber da água que Eu lhe der nunca terá sede, porque a água que Eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna”. Jo 4;14
Infelizmente os moradores do mundo não querem compromisso com os juízos de Deus. Alguns sonegam partes, distorcem o sentido de outras; há ainda os que querem “editar” à Palavra, para se alinharem apenas ao que concordam.
Os que receberam luz, como Isaías naqueles dias e muitos ministros hoje, precisam laborar para que essa esteja no devido lugar. “Não se acende a candeia e coloca debaixo do alqueire, mas no velador; dá luz a todos que estão na casa”. Mat 5;15
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