quinta-feira, 24 de julho de 2025

O descanso superior


“... os judeus perseguiram Jesus, e procuravam matá-lo, porque fazia estas coisas no sábado. Jesus lhes respondeu: Meu Pai trabalha até agora, e Eu trabalho também”. Jo 5;16 e 17

O Sábado, provavelmente, era o mandamento mais fácil de ser cumprido; salva alguma emergência pontual, do ponto-de-vista meramente superficial dos religiosos, bastava repousar nele.

Os que envolviam fidelidade exclusiva ao Eterno, e respeito ao direito de propriedade e demais liberdades do semelhante, sempre requeriam uma vigilância maior. O sábado deveria ser santificado, consagrado ao Senhor. Um memorial pela libertação da servidão onde nenhum repouso era possível. Por isso, deveriam ser gratos a Ele.

Pecados como a cobiça, maus intentos em relação ao próximo poderiam acontecer sem sequer ser identificados. Todavia, alguém fazendo um trabalho qualquer naquele dia, seria visto e denunciado. Por isso, tal transgressão parecia-lhes o “pior” pecado.

O Salvador fez uma releitura dos mandamentos, aplicando o sentido espiritual, e fez ver que a coisa não era tão simples. “Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; mas qualquer que matar será réu de juízo. Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo...” Mat 5;21 e 22

"Não cometerás adultério... Eu, porém, vos digo, que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela”. Vs 27 e 28

Ao repouso, invés de acrescentar um rigor mais profundo, atenuou; “O sábado foi feito por causa do homem, não o homem por causa do sábado”. Mc 2;27 O descanso foi feito em atenção à necessidade humana.

Ardiam em zelo pela guarda desse dia, porque nele O Criador repousara; O Senhor tinha uma má notícia para os zelosos; “...: Meu Pai trabalha até agora, e Eu trabalho também”.
Precisamente naquele momento estavam dando trabalho, a pretexto de defender o repouso. O que cansa ao Eterno é a resiliência maligna no pecado; “... Me deste trabalho com teus pecados, Me cansaste com tuas iniquidades”. Is 43;24

Sempre que nosso zelo verte do anseio de provar que alguém está errado, mais que, da intenção de glorificar a Deus pela obediência, é carnal. Meu intento de obedecer mira meus próprios erros, não, os de outrem.

Aos que chama a Si, O Salvador oferece um sábado diferente; um descanso de abrangência muito superior ao repouso dos corpos. “Tomai sobre vós o Meu jugo, e aprendei de Mim, que Sou manso e humilde de coração; encontrareis descanso para vossas almas”. Mat 11;29 O descanso da alma em Cristo, só quem frui pode aquilatar o quanto vale.

Aquele repouso pontual, um dia em sete, além do cuidado amoroso com a saúde humana, era um tipo profético de um repouso maior. Devemos entender a Lei, “... à sombra dos bens futuros, não à imagem exata das coisas...” Heb 10;1

Um tipo profético é um símbolo de algo maior ainda porvir; como os sacrifícios de animais, o eram, do Sacrifício de Jesus Cristo. Assim, o descanso do sábado apontava para o descanso superior no Reino do Senhor.

Antes de ensinar que o repouso de Cristo é superior ao da Lei, A Palavra ensina a diferença entre Ele e Moisés; “Porque Ele é tido por digno de tanto maior glória que Moisés, quanto, maior honra que a casa tem aquele que a edificou”. Heb 3;3

Aos que endurecem o coração ante À Palavra de Deus, está posta uma dura sentença; “Assim jurei na Minha ira que não entrarão no Meu repouso”. Heb 3;11 “A quem jurou que não entrariam no Seu repouso, senão aos que foram desobedientes?” v 18

Embora, aquele repouso significasse, entrar na terra prometida, terminar a peregrinação pelo deserto, (toda aquela geração pereceu no deserto, exceto, Josué e Calebe) figura bens futuros atinentes a nós, como adiante o texto expõe: “Porque nós, os que temos crido, entramos no repouso...” Heb 4;3 “Porque, se Josué lhes houvesse dado repouso, não falaria depois disso de outro dia. Portanto, resta ainda um repouso para o povo de Deus”. Vs 8 e 9

Então, os que tentam colocar sobre os cristãos um jugo superado, erram de modo tosco, por ignorância. “Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou beber, por causa dos dias de festa, da lua nova ou dos sábados, que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo”. Col 2;16 e 17

Não significa que a Lei vete e a Graça seja licença para pecar, como alguns bobos-alegres esposam. Os salvos são convidados a lugares mais altos, responsabilidades maiores. 

“... Ele... é mediador de uma melhor aliança que está confirmada em melhores promessas”. Heb 8;6 “Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente, se faz também mudança da lei”. Heb 7;12

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