“Maravilho-me de que tão depressa passásseis daquele que vos chamou à graça de Cristo para outro Evangelho;” Gál 1;6
Paulo começou manifestando sua perplexidade: ‘Estou espantado com a rapidez com que passastes da Graça de Cristo para outro ensino!’
Alguém disse com propriedade o seguinte: “sentimos nas mudanças certo alívio; ainda que estejamos mudando para pior.” Por quê? Porque na hipocrisia que trai a si mesmo, o homem ímpio consegue fugir do que foi ordenado, e camuflar a fuga de cumprimento do dever; evadindo-se do que deveria, rumo ao que gosta. Eis a matéria-prima da hipocrisia! Conservação do rótulo e perversão do produto.
A primeira coisa que patrocina alguma mudança é a percepção, certeira ou errônea, que algo não está no devido lugar. Então, os de iniciativa partem em busca da “solução”; não raro, a “emenda sai pior que o soneto” como se diz, seja porque o diagnóstico não foi bom, ou, porque a solução intentada, não era.
Atrevo-me a pensar que, o que as mudanças têm de mais atraente aos egocêntricos é que, geralmente devem ocorrer alhures, nas vidas de outros; nos rituais, no método, ou, como foi entre os gálatas, na doutrina.
Assim, qualquer coisa que me faça “médico” invés de paciente soará mais atrativa, por razões óbvias.
Sempre que o problema parecer residir do lado de fora, eis-nos voluntários para propor resoluções; entretanto, caso ele se apresente como um mal íntimo, que me desafie ao abandono de alguns vícios diletos, nem sempre a vontade treinada no exercício dos maus hábitos se dobrará. Cristo foi preciso: “Negue a si mesmo.”
Alguém cantou: “A verdade gera confusão.” O Salvador, dos insanos motivos, disse: “Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;20 Estamos prontos para a reprovação das más obras, desde que isso não nos custe nada; que sejam obras de terceiros.
“tão depressa...” Não temos, preciso, o intervalo de tempo, desde que Paulo formara um núcleo de cristãos entre os gálatas, até os dias que enviou a carta. Mas, aos olhos do apóstolo foi pouco tempo. Em geral, outro vício que macula a natureza humana desde a queda, é que, somos céleres para a fuga e morosos rumo ao dever.
Desse prisma, fica evidente que a rapidez na mudança era porque pretendiam fugir das renúncias e responsabilidades ensinadas, volvendo a um modo de vida mais semelhante ao que sempre estiveram acostumados. Invés de deixarem suas tradições religiosas por Cristo, tentavam fundir ambas as coisas. Assim, não deixavam o Evangelho, frontalmente; criaram um simulacro.
Se, a luta deles era o difícil convívio com Lei e Graça, deixando cada uma no seu lado da moeda, atualmente, as coisas desceram ao subsolo; o “novo normal” peleja por coisas que soariam risíveis aos rebeldes de então.
O que fazem certas “Igrejas Inclusivas” da atualidade, senão, criar “outro Evangelho”, onde, pecados de estimação acabam acarinhados, enquanto, quem se opõe a isso é que está “errado”?
Como foi então, a sentença é a mesma: “Ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro Evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema (maldito).” Gl 1;8
O primeiro perverso a “emendar” a Doutrina foi o canhoto. Deus dissera uma coisa e ele altercou que não era bem aquilo. O resultado, sentimos até hoje.
Por isso, Paulo pontuou que, o “outro Evangelho”, a rigor não era outro; era o mesmo, porém, alterado. “O qual não é outro, mas há alguns que vos inquietam e querem transtornar o Evangelho de Cristo.” V 7
Essa balela de tempos modernos, novos valores só cola, em ambientes avessos à Perfeição Divina. Onde tratam ao Eterno como se fosse biodegradável, sofresse ação do tempo.
Se, permitiu que algumas coisas fossem segundo os “rudimentos do mundo” e depois foram aperfeiçoadas, essas concessões têm a ver com nossa insipiência, não com alguma “evolução Divina”.
O que precisava ser mudado a Palavra traz de modo inequívoco; bem como, o que não deve. A Graça de Cristo não trouxe anomia, (ausência de lei) antes, nos convida a uma relação com Deus, superior à da Antiga aliança. Das leis em pedras, para a Lei do Espírito de vida em nossos corações.
Carecemos nos esvaziar das nossas predileções adoecidas e aprender do Senhor. Invés das prazerosas mudanças lá fora, a ousadia de lidarmos com nossas más inclinações, pregando-as na cruz.
Enfim, a Graça significa que recebemos o que não merecíamos; a gratidão por isso requer que atuemos, doravante, segundo nosso Senhor merece e deseja. “Porque somos feitura Sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.” Ef 2;10
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