“Chamou ao menino Icabode, dizendo: De Israel se foi a glória! Porque a Arca de Deus foi tomada, e por causa de seu sogro e seu marido”. I Sam 4;21
Eram dias de juízo contra a casa de Eli, o relapso sacerdote que deixara seus filhos profanarem às coisas santas.
Hofni e Finéias foram mortos na peleja contra os filisteus; o próprio Eli ao receber a notícia caiu da cadeira e morreu; a Arca, que fora indevidamente levada ao front de batalha, foi tomada pelos inimigos. Então, a mulher de Finéias, que estava nos dias de dar à luz, precipitou-se no parto; teve um filho varão e morreu; mas, na agonia da morte ainda disse as palavras acima.
Chamou o filho que nascera de “Icabode” que significa: “Foi-se a glória”, e explicou o motivo: Porque a Arca do Senhor foi tomada.
Confundir substância com figura é um mal que persegue à humanidade, refém dos olhos.
Por exemplo: Uma aliança no dedo simbolizando que alguém é casado, figura que esse fez um pacto de ser fiel a determinada pessoa. Porém, a fidelidade, deve assomar, somente quando as possibilidades, as tentações chamando à perfídia se apresentarem; então, se a mesma existir, será verificada. Logo, a aliança é um símbolo; a fidelidade, a substância.
Assim era a Arca da Aliança do Senhor. Uma figura visível da Excelsa Presença no lugar Santíssimo. Contudo, não era a presença, estritamente. Tanto que, permitiu que a Arca fosse tomada pelos inimigos; Deus não pode sê-lo.
Se, depois os forçou a devolver, é outro aspecto; era tempo de juízo e toda desobediência seria punida; inclusive a profanação atinente ao transporte a locais indevidos, das coisas santas.
Essa é, certamente, a razão primeira pela qual O Eterno abomina à idolatria. As pessoas ficam presas a uma imagem feita pelas mãos humanas, e esquecem de Deus. “... os verdadeiros adoradores adorarão O Pai em espírito e verdade; porque o Pai procura tais que assim O adorem. Deus É Espírito; importa que os que O adoram adorem em espírito e verdade”. Jo 4;23 e 24
O que podemos ver, não demanda fé; “A fé é o firme fundamento das coisas que não se vê... sem fé é impossível agradar a Deus...” Heb 11;1 e 6
Quando alguém se prostra a uma imagem, mesmo que mencione Deus, eventualmente, seu gesto acaba louvando ao bibelô, não, ao Eterno: “Eu Sou O Senhor; este é O Meu Nome; a Minha Glória, pois, a outrem não darei, nem Meu louvor às imagens de escultura”. Is 42;8
A fala da mulher que faleceu ao dar à luz reflete a compreensão vulgar de então, acerca de Deus. Estando perdendo a batalha julgaram que isso se devia a ausência do Eterno na Peleja; como Ele não fora, resolveram “levá-lo” levando a Arca. Assim, não se gloriavam em Deus, mantendo a reverência e adoração devidas a Ele; antes, descansavam num símbolo da Sua Presença; cada um, vivendo à sua maneiras.
Pela forma doentia que eles viam as coisas, transformaram um símbolo Santíssimo em mero ídolo. Por isso O Eterno permitiu que ela fosse levada pelos filisteus.
O Criador ensina qual deve ser a fonte de glória dos Seus filhos: “...Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem se glorie o forte na sua força; não se glorie o rico nas suas riquezas, mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em Me entender, Me conhecer, que Eu Sou O Senhor, que faço beneficência, juízo e justiça na terra; porque destas coisas Me agrado, diz O Senhor”. Jr 9;23 e 24
Paulo reverberou o dito de Jeremias; depois de asseverar que Deus busca às coisas frágeis e humildes, expôs a razão: “Deus escolheu as coisas vis deste mundo, as desprezíveis, as que não são, para aniquilar as que são; para que nenhuma carne se glorie perante Ele... Para que, como está escrito: Aquele que se gloria glorie-se no Senhor”. I Cor 1;28, 29 e 31
A idolatria é multifacetada; excede em muito ao culto das imagens. O fetichismo de muitos neopentecostais, rosas, sal, lâmpadas e demais quinquilharias “ungidas”, bem como, a avareza, dos que sonegam sua gratidão a Deus em nome da “Graça” são formas diversificadas de idolatria.
Assim como a “casa velha” de Eli foi ceifada naquele juízo, restando um recém-nascido, deve se dar conosco. A conversão chama à luz um novo homem.
Esse deve viver para a glória de Deus; Paulo pormenoriza, como: “Quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; vos renoveis no espírito da vossa mente; vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade”. Ef 4;22 a 24
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