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sábado, 9 de março de 2019

Sistematizados

Há pouco fui ao banco, pois, precisava fazer uns pagamentos. Porém, todos os terminais eletrônicos estavam sem serviço, e assim permaneceram por uns quarenta minutos, tempo em que esperei por atendimento. Como era só pagamento, um caixa exclusivo para esse fim, enfim, voltou a funcionar; os demais que pretendiam saques, ou outra coisas ficaram inda esperando quando saí.

Chegando em casa minha Internet estava off; ainda está enquanto escrevo; esses dois incidentes me fizeram pensar em, quão dependentes de sistemas que não controlamos, estamos.

Como seria se, de repente, por ocasião de alguma anomalia solar, por exemplo, toda a “nuvem” virtual se desfizesse; e, o terminal “Hard” que a sustenta implodisse também?

Provavelmente teríamos que reaprender a viver; para os mais novos, dependentes disso, seria quase uma questão de sobrevivência; seria uma geração “walking Dead” com existência zumbiforme, cujo “espírito” lhes teria sido roubado.

Todavia, vendo o outro lado, onde “tudo” funciona as inquietações deveriam ser inda maiores. Funciona para quê? O quê produz efetivamente? Estarão nossas vidas sendo facilitadas pela tecnologia ou, vampirizadas?

As redes sociais são em sua imensa maioria para inchaço dos egos, na ostentação das virtudes, saberes e aparências falsas; caiamos na estultice de não elogiar mesmo discordando e choverão meteoritos em nossas cabeças. Sabendo disso depois de muitas pedradas resolvi usar o capacete do silêncio. Quem não suporta a verdade não será alvo de cantos de ninar mentirosos, pelo menos, oriundos dos meus lábios.

Por discordâncias políticas com gente sem noção que defende ladrões, sofri duras ofensas a ponto de ter que excluir contatos que se revelaram piores do que eu pensava. Culpa minha; quem mandou pensar que as pessoas respeitavam fatos, lógica, e agiriam com honestidade intelectual enfrentando apenas ideias sem ofender pessoas?

À vera estamos todos prontos para sermos aplaudidos, embora meros autômatos; somos avessos ao ensino, ou, correção.

Pior que ser refém de sistemas é ser servo do próprio ego sem noção; partilhar a torto e a direito, ofensas genéricas só porque o sabor ferino do veneno excita ao ímpio paladar.

Assim, a mesma pessoa fala do amor de Deus que nos considera, os Seus Servos “Um Corpo”, mas, se calhar por um melindre qualquer mando-nos cuidar de nossas vidas e ficar a distancia. Da mesma fonte dois tipos de água.

A máquina destreina de como pensar racionalmente e nos oferece maldades, ironias, agressões para todos os gostos... Eventualmente, navalhas são enroladas em panos piedosos para que os “guerreiros” das aparências e das falácias se presumam melhores que são.

Estarei acima disso? Não. Corro risco de incorrer nesses mesmos erros. Porém, geralmente escrevo o que penso não, o que outro pensou; nem partilho para ofender apenas.


Quando escrevo à partir da Palavra de Deus as mesmas coisas que ensino servem para mim; estou sob o mesmo jugo dos que me leem.

Nos dias do Anticristo, que se aproximam, todos os Servos de Deus estarão “off” do sistema. “Faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos, lhes seja posto um sinal na sua mão direita, ou nas suas testas, para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome.” Apoc 13;16 e 17

Nesse caso sim, será questão de sobrevivência literal. Sem a senha do Capeta estaremos fora. Presentemente somos desafiados a “não ser do mundo” nos valores, crenças, “modus operandi”. Então, não seremos mais, em nada.

Nossa cidadania terrena será castrada; teremos que optar entre perder a celeste para por um pouco inda usufruirmos a daqui, ou, levar nossa confiança em Cristo às últimas consequências, mesmo que essas sejam terminais.

Por isso é oportuno lembrar que devemos perseverar, “Olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus. Considerai aquele que suportou tais contradições dos pecadores contra si mesmo, para que não enfraqueçais, desfalecendo em vossos ânimos. Ainda não resististes até ao sangue, combatendo contra o pecado.” Heb 12;2 a 4

Pergunto-me: Como uma geração sem têmpera, vitimista, incapaz de pensar, pelejar por valores, não interesses, colocará sem reservas suas vidas nas mãos de Deus, que desconhece, dando uma banana ao sistema?

A batalha espiritual se dá nas mentes; “Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas, poderosas em Deus para destruição das fortalezas; destruindo os conselhos, e toda altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo;” II Cor 10;4 e 5

Mentes que “pensam” com um mouse, ou, touch screen, quando carecerem de neurônios, infelizmente, estarão off.

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Meu bem, meu mal e a besta

“Se estiver embotado o ferro e não se afiar o corte, então, se deve redobrar a força; mas, a sabedoria é excelente para dirigir.” Ecl 10;10

Pensando bem, em alguns momentos me vejo bem pior do que penso; então, urge que eu aprenda pensar melhor. A honestidade moral e intelectual são as lentes da alma que corrigem seu grau de miopia.

Somos mui espontâneos em “assumir” pretensas virtudes, receber elogios; muitos correm em busca disso como um viciado buscando drogas.

Todavia, um garimpeiro a laborar no rio lida com lama, água suja, areia; eventualmente, sua persistência é premiada com algo de valor. Assim somos em nossas almas impuras; mas, dada a vaidade exibimos nossas “pepitas”, apenas, malgrado, tenhamos muita impureza oculta...

Nossa enfermidade é tão “normal” que sequer notamos. Desde que nos foi “legada” a autonomia em relação a Deus, que nós mesmos mensuramos bem e mal ao nosso alvitre, o bem deixou de ser uma coisa derivada de valores e passou a ser fruto de sentimentos, emoções. Assim, aquilo que eu gosto, por insano que seja será meu, “bem”; o que desgosto, não obstante tenha seus méritos, virtudes, será o mal.

Dizem que mente vazia é oficina do Tinhoso; n’outras palavras quem está a esmo tende mais a fazer porcarias que a tomar boas decisões.

Bem, sempre ouvi isso por alto sem me ocupar de pensar a respeito; parecia um dito sábio. Contudo, pensando melhor, se não houver um adjetivo producente ao conteúdo da mente, talvez seja melhor que esteja mesmo baldia.

Como assim? Todos filosofam sobre a superioridade da qualidade ante a quantidade; assim, uma mente cheia de maus intentos, pensamentos viciosos seria melhor que uma vazia? Mudando a figura; seria preferível um vaso cheio de lixo a outro, vazio?

Talvez o que se queira dizer é que o envolvimento em alguma ocupação virtuosa tende a tolher nossa inclinação natural pelo mal; nisso estou de acordo.

Henry Ford dizia: “Pensar é o trabalho mais duro que há; e essa, talvez, seja a razão para que tão poucos se ocupem nele.” Alguns, presto discordarão, pois, acham que maliciar, desejar, maquinar embustes, são sinônimos de pensar. Não senhores! Pensar deveras requer uma alma filosófica que tenta entender as coisas e seus porquês; que abstraia o fenômeno, a aparência e tente tocar o motivo, o alvo.
Dizemos que as aparências enganam, quando o engano é filho de nossa percepção destreinada.

Um exemplo de vero pensar: “Quando penso nas coisas como são, pergunto: por quê? Quando as analiso como não são, questiono: Por que não?” George Bernard Shaw

A geração atual pelo seu espírito praticamente proíbe o livre pensamento. As coisas são devidamente encaixadas em seus moldes “politicamente corretos” e somos patrulhados para não sairmos da caixa. Quem deu autoridade absoluta a esses embusteiros que tentam implantar as coisas ao seu gosto? O que está vigente é abolição do cérebro cuja carta de alforria foi assinada com uma putrefata pena ideológica que está suja de muito sangue e já fez correr rios de lágrimas.

Escandalizamos-nos ao ver universitários enfiando velas acesas no rabo como sendo uma forma de “arte”; porém, no tempo que os animais falavam, digo, quando os cérebros ainda funcionavam, a arte era a expressão do belo, do criativo, seu desfile dava azo à sublimação, ao enlevo; ah, e havia diferença entre o ridículo, o abjeto, o obsceno, e ela.

Platão definiu o homem como sendo um invólucro de pele contendo dentro uma besta policéfala (de muitas cabeças) e no alto um homenzinho; segundo ele, a besta representa os instintos bárbaros, incivilizados; e, cada cabeça tipifica uma má inclinação, uma paixão doentia; o homenzinho seria nossa parte superior, a razão. Assim, o filósofo seria aquele cujo homem interior teria domínio sobre o monstro; os demais, o oposto.

Pois bem, alugando essa figura por um pouco, nossa geração tem alimentado a besta com a carne do finado homenzinho racional. Gente de renome, professores de faculdade, artistas, jornalistas, pessoas que deveriam ser os nossos luminares exibem sintomas pujantes de desonestidade intelectual e moral, e subserviência ao monstro das paixões triturador da razão, dos fatos, da história, da verdade...

O sistema facilita a indigência mental; basta compartilhar algo do qual se gostou, mesmo sem entender direito e o sujeito já será “racional” profundo.

Claro que frases feitas têm seu valor, sempre recorro a elas quando parecem oportunas, mas, se nosso “pensar” se resumir a isso não passaremos de robôs programados, mentecaptos, que literalmente significa capado da mente, castrado.

Pensar não é decorar as ideias alheias, antes, usar a massa intracraniana para gestar as nossas. “A mente não é um vaso para ser cheio; é um fogo a ser aceso” Plutarco.