“Filho do homem, profetiza contra os profetas de Israel que profetizam e dize aos que só profetizam de seu coração: Ouvi a palavra do Senhor;” Ez 13;2
Não pareceria estranho se alguém dissesse: Curai ao médico, protegei ao policial, ou, ensinai ao professor? Contudo, no texto supra, temos Ezequiel recebendo do Senhor o seguinte mandado; “Profetiza aos profetas”. O mesmo verso se encarrega de alistar a causa desses “médicos” carecerem cura; “profetizam de seu coração”.
Ora, que o coração humano tenha suas emoções, desejos, intentos, isso é absolutamente normal. Todos nós temos. O problema é quando, eu transfiro os meus anseios e os faço parecer Vontade do Senhor. “Viram vaidade e adivinhação mentirosa os que dizem: O Senhor disse; quando o Senhor não os enviou e fazem que se espere o cumprimento da palavra. Porventura não tivestes visão de vaidade, e não falastes adivinhação mentirosa, quando dissestes: O Senhor diz, sendo que Eu não falei?” VS 6 e 7
As redes sociais estão cheias de profetizadores de grandezas incondicionais “Em Nome de Jesus”. “Deus vai te exaltar! Mudar tua tristeza em alegria, envergonhar o diabo, devolver em dobro o que te foi tirado;” etc. Tudo tipo horóscopo; jogado ao vento pegue onde pegar. Deixem de ser pilantras!! Vocês não são profetas do Senhor!
Como sei disso? Primeiro, um profeta ou profetisa autênticos não atiram a coisa para ver onde cai. Pregar a Palavra sim; ensina-se como é, receba-a quem receber. Profetizar é algo específico, com alvos e condições determinadas que O Mesmo Senhor zela por cumprir. Um profeta veraz é antes de tudo um reparador de brechas; isto é: Um emissário do Santo que exorta os errados de espírito segundo Deus. “Não subistes às brechas, nem reparastes o muro para a casa de Israel, para estardes firmes na peleja no dia do Senhor.” V 5
O profeta idôneo, antes de acenar com as Bondades Divinas aplica corretivos nas maldades humanas; “Os teus profetas viram para ti, vaidade e loucura; não manifestaram a tua maldade, para impedirem teu cativeiro; mas, viram para ti cargas vãs, motivos de expulsão.” Lam 2;14
Fragmento das lamentações de Jeremias, profeta fiel entre as ruínas de uma cidade arrasada por preferir as “profecias” fáceis invés da verdade.
Os dois Vates, Ezequiel e Jeremias testemunharam a mesma doença; “Porquanto, sim, porquanto andam enganando o meu povo, dizendo: Paz, não havendo paz; e quando um edifica uma parede, eis que outros a cobrem com argamassa não temperada” Ez 13;10 “Porque desde o menor deles até ao maior, cada um se dá à avareza; desde o profeta até ao sacerdote, cada um usa de falsidade. Curam superficialmente a ferida da filha do meu povo, dizendo: Paz, paz; quando não há paz.” Jr 6;13 e 14
Os de hoje não fazem melhor que isso. Uma geração de egoístas, hedonistas, materialistas e indiferentes a Deus, sempre tem ao seu favor uma profusão de facilidades proferidas em “Nome do Senhor,” enquanto seus muitos pecados são passados por alto, como se, irrelevantes fossem; cáspita! Como disse Jó: “Quisera calásseis a boca; isso seria vossa sabedoria!”
Ora, não bastam as más inclinações da carne, as seduções do mundo e a dura oposição do inimigo? Ainda precisaríamos do Todo Poderoso como adversário? Pois, os que O Profanam tomando indevidamente Seu Santo Nome o terão sim, como opositor. “... Como tendes falado vaidade, e visto mentira, portanto eis que eu sou contra vós, diz o Senhor Deus.” Ez 13;8 “Tornou-se o Senhor como inimigo; devorou a Israel, devorou a todos os seus palácios...” Lam 2;5 “Eles foram rebeldes, contristaram o Seu Espírito Santo; por isso se lhes tornou em inimigo, e Ele mesmo pelejou contra eles.” Is 63;10 etc.
Assim, atuam disseminando enganos; drogam aos pecadores para que seu torpor retenha a voz da consciência que denunciaria os seus erros; de quebra se fazem inimigos de um Adversário imbatível.
O falso profeta não é apenas um pavão espiritual sem revelação nenhuma; é um tremendo sem noção, que abdica da possibilidade de ser transformado, deveras, num instrumento do Senhor; foge disso temendo a cruz; devaneia com os atalhos do auto-engano preferindo ser apenas um estelionatário espiritual a serviço do capeta usando um falso crachá da “Empresa” do Senhor.
Eis que sou contra os profetas que proferem mentiras diz O Senhor!
Nesse mundo apodrecido O Eterno não precisa de marqueteiros, mas de restauradores; “Busquei dentre eles um homem que estivesse tapando o muro, estivesse na brecha perante mim por esta terra, para que Eu não a destruísse; porém, não achei.” Ez 22;30
“A verdade alivia mais do que magoa. E estará sempre acima de qualquer falsidade como o óleo sobre a água.” Miguel de Cervantes
Um espaço para exposição de ideias basicamente sobre a fé cristã, tendo os acontecimentos atuais como pano de fundo. A Bíblia, o padrão; interpretação honesta, o meio; pessoas, o fim.
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sábado, 18 de maio de 2019
sexta-feira, 18 de setembro de 2015
Divina empatia
“Em toda a
angústia deles ele foi angustiado; o anjo da sua presença os salvou; pelo seu
amor, pela sua compaixão ele os remiu; os tomou, os conduziu todos os dias da
antiguidade.” Is 63;9
Isaías, recapitulando a relação de Deus com Israel
apresenta um quadro maravilhoso. O Eterno identificando-se com as angústias
humanas, compadecendo-se dos seus amados e enviando Seu livramento.
Claro que
isso não autoriza uma conclusão leviana do tipo que pensa que Deus se
identifica com o homem em tudo, a despeito dos valores em jogo. Tem muita gente
que se angustia anelando coisas profanas, iníquas, desnecessárias, viciosas,
etc. de modo que, “todas” as nossas angústias nas quais podemos esperar a
Identificação Divina excluem as de motivação egoísta, carnal, supérflua.
Contudo, as que são necessárias ao nosso bem viver, se, honramos a Deus como
Senhor, podemos sim, contar com Sua identificação, e com Seu Socorro.
A relação
preceituada pelo Evangelho, resume todos os mandamentos a uma palavra: Amor. Dois
alvos: Deus e o próximo. Sabendo que, esse, o amor, devidamente entendido e
vivenciado é via de mão dupla. Digo, requer correspondência. Simplificando:
Deus, que me ama, identifica-se com minhas angústias, esperando que eu, O ame
também e me identifique com o Seu caráter manifesto em Cristo.
Esse é o “Sabão
do Lavandeiro” que profetizou Malaquias, o qual, atuando em nós, pode fazer os
“limpos de coração”, que estarão aptos para verem a Deus.
A dupla natureza dos
convertidos, não raro, enseja uma duplicidade de ações, que, deriva de uma
entrega superficial, um anseio de obter as benesses do reino, sem o custo pra
nele ingressar; Evangelho sem cruz; quiçá, uma “cruz” com anestesia dos
prazeres insanos.
O tema central de toda a Epístola de Tiago é precisamente
esse; duplicidade de gente que não abraça a fé de um modo cabal, antes, vive um
misto de obediência e rebelião. Essa impureza acalentada no íntimo tolhe que
Deus se identifique com nossos problemas, dado que, não ousamos nos identificar
com Sua Santidade. “Chegai-vos a Deus e ele se chegará a vós. Alimpai as mãos,
pecadores; vós de duplo ânimo, purificai os corações.” Tg 4; 8
A bondade de
Deus é levada a extremos por alguns que supõem que Sua graça seja amoral,
barata, desprovida de valores espirituais.
Voltemos ao começo. Digo, ao verso inicial
onde Deus se identificou com as angústias de um povo que se revelou rebelde, e
vejamos as consequências. “Mas, eles foram rebeldes, contristaram o seu
Espírito Santo; por isso se lhes tornou em inimigo, ele mesmo pelejou contra
eles.” V 10 Assim, querendo ou não, nossas ações definem se teremos Deus como
protetor, ou, inimigo.
O mesmo profeta apresentara um quadro da Ira Divina
onde, o Eterno suspira como que desejando um adversário à altura, para
exercitar um pouco Sua Força; “Não há indignação em mim, quem poria sarças e
espinheiros diante de mim na guerra? Eu iria contra eles e juntamente os
queimaria.” Is 27; 4 Dada a impossibilidade de o homem lutar contra Ele,
aconselha arrependimento, para obtenção da paz. “Ou que se apodere da minha
força; faça paz comigo; sim, que faça paz comigo.” V 5
O Salvador
desenvolveu a mesma ideia com outras palavras. “Ou qual é o rei que, indo à
guerra a pelejar contra outro rei, não se assenta primeiro a tomar conselho
sobre se com dez mil pode sair ao encontro do que vem contra ele com vinte mil?
De outra maneira, estando o outro ainda longe, manda embaixadores, e pede
condições de paz.” Luc 14; 31 e 32
A ideia central é: Posso vencer, ou, me
submeto. Quem recusa submeter-se a Deus e Sua vontade, indiretamente imagina
que O pode vencer. Não admitirá isso jamais; contudo, é a implicação de suas
escolhas.
Muitos, como Nicodemos, têm dificuldade para entender, deveras, o
Novo Nascimento. Aí imaginam vitória espiritual nas conquistas de grandezas
materiais. Ora, a escada dos vencedores espirituais, desce, invés de subir como
a dos que auferem grandezas efêmeras, ilusórias.
Um vencedor de Deus pode estar
enfermo, desempregado, humilhado por adversidades; se, não capitulou às más
escolhas malgrado isso, se segue fiel, é mais que vencedor, como disse o
apóstolo.
A Maior de todas as vitórias, foi lograda por um homem nu,
vilipendiado, humilhado, pendurado numa cruz. Afinal a luta espiritual é contra
o pecado que obra a morte; não, contra a morte estritamente, pois, mesmo essa,
Jesus venceu. “Ainda não resististes até ao sangue, combatendo contra o
pecado.” Heb 12; 4
Essa liça é o “bom combate” aludido por Paulo. Quem nele
vence identifica-se com Deus e O tem consigo, na hora das suas angústias. Os
demais, ainda não O conhecem de fato.
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