quinta-feira, 26 de junho de 2025

As boas obras, mas


“Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que está nos Céus”. Mat 5;16

“Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam seu galardão. Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a direita”. Mat 6;2 e 3

Aparentemente, temos uma contradição; num momento diz que nossa luz deve brilhar diante dos homens, para que todos vejam; noutro, que nossas boas obras devem ser discretas, não buscar pelo humano aplauso. Como assim? Cada coisa no devido lugar.

Basta lermos com atenção os objetivos de uma ação e outra, e logo veremos a diferença; o primeiro caso, no qual a luz deve resplandecer, visa a glória de Deus; o contexto imediato sugere a identificação espiritual e moral com os valores Divinos forjando nosso caráter; devemos ser “sal da Terra e luz do mundo”, por essas escolhas.

Isso deve ser visível a todos; os ambientes, as amizades, os caminhos escolhidos devem deixar ver de longe, que, doravante pertencemos ao Senhor; “Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte”. Mat 5;14 Nem entra no mérito de querer ser visto ou não, uma vez que, uma transformação assim, como uma cidade no alto, não se oculta. Nosso caráter regenerado será “marketing” de Cristo.

O segundo caso retrata um desvio de objetivo, onde, o próprio agente das boas obras, as faz, desejando ser glorificado pelo homem.

O socorro que prestamos sem nenhum interesse raso, por amor ao próximo, glorifica a Deus; o que é feito com pompa e circunstância, em busca de aplausos, além de glorificar seu agente, nada deposita no “Tesouro dos Céus”. A caridade que desfila nas redes sociais, não acredita, deveras, na recompensa celeste.

Até nas nossas orações devemos ser discretos; “Quando orares, não sejas como os hipócritas; pois se comprazem em orar em pé nas sinagogas, às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam seu galardão”. Mat 6;5

Não há nada de errado, quando, eventualmente, alguém reconhece como boas nossas atitudes e nos elogia por isso; errados estaremos se as fizermos mirando nesse alvo.

Pois, muito do que se faz em nome da fé, acaba evidenciando o oposto. Quem deveras crê, na Divina recompensa, em tempo, não se apressa por reconhecimentos pífios. “... Eis que Eu assentei em Sião uma pedra, uma pedra já provada, pedra preciosa de esquina, que está bem firme e fundada; aquele que crer não se apresse”. Is 28;16

Todo o bem que fizermos ao semelhante por amor a Cristo é como um depósito uma herança reservada para nós no devir; “A herança que no princípio é tomada às pressas, no fim, não será abençoada”. Prov 20;21 Por isso, o anseio de muitos pelo Céu na Terra, acaba retratando, um lapso de fé, malgrado, seja cantada em prosa e verso.

O que são, a dita “Teologia da Prosperidade” e seus satélites, senão, desejos doentios que O Eterno traga comodidade e vida mansa, onde advertiu que seria lugar de peregrinação e perseguições? Embora falem de fé, esses deixam evidente seu culto ao dinheiro.

Crer em Deus, embora demande inicialmente a obediência de andar conforme Seus Estatutos, encerra também a confiança de recompensa pelas boas ações, provinda Dele, quando o tempo para isso chegar. “Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe, e É galardoador dos que O buscam”. Heb 11;6
Devemos buscar a Deus, na Pessoa de Cristo, não, buscar galardões.

As redes sociais facultam a quem quiser, que divulgue “urbe et orbe” suas bondades. Mas, qual o objetivo de se fazer coisas assim?
A Palavra menciona um pobre sábio do qual ninguém se lembrava, mas, num momento de crise livrou uma cidade. “Encontrou-se nela um sábio pobre, que livrou aquela cidade pela sua sabedoria, e ninguém se lembrava daquele pobre homem”. Ecl 9;15

O fato da sabedoria ter se mostrado mais eficaz que armas de guerra, glorificou a Deus, seu Doador, e virou uma sentença; “Melhor é a sabedoria que as armas de guerra, porém um só pecador destrói muitos bens”. V 18

A sabedoria aparecendo ao oposto dos feitos de um pecador, torna necessária a conclusão que ela reside na santificação, na identificação com O Senhor. “Fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos em novidade de vida”. Rom 6;4

quarta-feira, 25 de junho de 2025

Sutilezas malignas


“Então Herodes, chamando secretamente os magos, inquiriu exatamente deles acerca do tempo em que a estrela lhes aparecera. Enviando-os a Belém, disse: Ide, perguntai diligentemente pelo menino e, quando o achardes, participai-me, para que também eu vá e o adore”. Mat 2;7 e 8

A chegada dos sábios a Jerusalém, perguntando pelo Rei recém-nascido, causara perturbação na corte.

O monarca, invés de assumir abertamente seus intentos assassinos, tentou camuflá-los de sentimento piedoso, com fim de manipular os sábios, para que esses trabalhassem para ele mais do que já tinham feito.

Migraram de terra distante, em decorrência do surgimento de uma nova estrela (possivelmente eram astrônomos, observadores dos céus, a definição de magos, não tinha o sentido de ilusionistas, como hoje) e vinham trazendo preciosas dádivas, ouro, incenso e mirra; mas, foram manipulados pela oposição.

O anúncio da parte de Deus fora feito pelos anjos, que revelaram aos pastores nos campos. Se os sábios tivessem estreito relacionamento com Deus, teriam passado ao largo do assassino Herodes, e ido a Belém por outro caminho. No entanto, foram à corte.

O astuto mor, possivelmente manipulou aos astrônomos, para que esses, no desejo de honrarem ao nascituro, prestassem um serviço a ele, indo levar a perigosa notícia, ao que faria tudo para evitar o crescimento do novo Rei; Herodes.

Embora tenham ido em busca do menino sem dolo, sem culpa, apenas com o propósito de conhecê-lo e de presenteá-lo, acabaram sento instrumentos da oposição. Porém, “A sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus; pois está escrito: Ele apanha os sábios na própria astúcia”. I Cor 3;19

O Eterno permitiu que eles cumprissem, apenas uma parte do intento maligno; “Sendo por Divina revelação avisados em sonhos para que não voltassem para junto de Herodes, partiram para sua terra por outro caminho”. Mat 2;12 Quando quer, Deus permite que a aposição saiba parte dos Seus planos; mas a última palavra é Dele.

Os presentes que levaram tinham grande valor, de modo que, a migração para o Egito, ordenada a seguir, para fugir da fúria assassina de Herodes, tinha custos, aos quais, José pode pagar, vendendo aqueles bens. Então, o inimigo tentou manipular aos sábios, para que eles servissem aos seus anseios assassinos; Deus os conduziu de forma que foram meio de livramento, do recém-nascido, Rei.

Muitas coisas com aparência de virtude nos chegam, oriundas da oposição; toda a vigilância nos convém, se, queremos servir a Deus, apenas, sem sermos, eventualmente, instrumentos de “Herodes”.

Paulo advertiu aos coríntios: “Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com sua astúcia, sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo”. II Cor 11;3

Como a serpente enganou à Eva? Ofereceu a ela coisas que sequer desejava, antes da sedução do inimigo. Se dermos ouvido às sutilezas do maligno, também corremos o mesmo risco; de termos nossa atenção atraída para falácias ao sabor do inimigo, artificialmente disfarçadas para que pareçam diferentes do que são; afrontas diretas À Palavra de Deus.

Pode usar “magos” inocentes, desprovidos de más intenções, para colocar nossas almas em risco de perdição. Mesmo, nos ambientes espirituais, nas congregações, onde o temor do Senhor deveria ser o sentimento dominante, nem sempre é assim; O inimigo tem muitos dos seus nesses lugares, infelizmente. Uma das características alistadas por Paulo, sobre os homens dos “tempos difíceis” era a religiosidade oca; “Tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela”. II Tim 3;5

Quando um desses nos assediar, devemos exercitar o discernimento espiritual, para que não sejamos levados pelo engano.

“Aquele que odeia dissimula com seus lábios, mas no seu íntimo encobre o engano; quando te suplicar com voz suave não te fies nele, porque abriga sete abominações no seu coração, cujo ódio se encobre com engano; sua maldade será exposta perante a congregação”. Prov 26;24 a 26

O desafio de nos tornarmos como meninos, em Cristo, atina à dependência Dele, a manifestarmos a índole dócil e ensinável de uma criança; não, à ausência de senso crítico, permissividade doutrinária, privação de vigilância; “Irmãos, não sejais meninos no entendimento, mas sede meninos na malícia, e adultos no entendimento”. I Cor 14;20

Quando o inimigo ”revela” à sua maneira, coisas que Deus já revelou, pelos canais que escolheu, certamente, algum veneno foi incluído no pacote; algum propósito perverso está em curso.

O espírito da pitonisa em Filipos, mesmo falando a verdade sobre Paulo e Silas foi expulso; o anúncio de vez, era, quem É Jesus; não, quem eram Paulo e Silas. A verdade nos lábios mentirosos, sempre traz um quê de mentira.

Inquirido sobre os dias da Sua volta, O Salvador preveniu: “Acautelai-vos, que ninguém vos engane”. Mat 24;4

segunda-feira, 23 de junho de 2025

Os tempos são outros

“Desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas. Mas, tu, sê sóbrio em tudo...” II Tim 4;4 e 5

Instruções finais de Paulo, às portas do martírio. A apostasia; “tempos difíceis”, quando, os homens escolheriam o que iriam ouvir pelo próprio paladar, não, por amor à verdade.

Quem crê que devemos nos adequar aos “tempos”, eufemismo barato que muitos usam para desculpar ao apodrecimento moral, (os tempos são outros, dizem) temos um, “mas”, advertindo ao jovem pastor que não se deixe arrastar pela corrente, para parecer “politicamente correto”.

Tu sê sóbrio. Parece que os desviados estão embriagados dos sentidos, dado que, a antítese é a sobriedade.

É uma inclinação humana fazer o que a maioria faz; reproduzir o que observa nos exemplos cotidianos. É seletiva, imitando ao que lhe soa desejável.

Dos que ouvem o chamado de Cristo se espera algo melhor. “Filho meu, se os pecadores procuram te atrair com agrados, não aceites... não te ponhas a caminho com eles; desvia teu pé das suas veredas; porque seus pés correm para o mal, se apressam a derramar sangue”. Prov 1;10, 15 e 16

Malgrado, O Criador seja Eterno, não atua alheio ao tempo; antes, em consórcio, segundo Sua Soberania; “Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou Seu Filho... ” Gál 4;4
Quando iniciou Sua mensagem O Salvador pontuou: “O tempo está cumprido, O Reino de Deus está próximo. Arrependei-vos, e crede no Evangelho”. Mc 1;15

Aquele que dispõe de todo o tempo, faculta-nos um tanto, quanto, entende necessário, para que possamos entender o que carecemos; assim, Sua revelação foi progressiva ao longo dos dias; conforme a capacidade humana de compreender o mundo espiritual, ela foi progredindo.

Com o avanço do tempo, e o concomitante progresso, da exposição da Sua Pessoa e Sua vontade, foi facultado “ver” a Deus, tanto, quanto é possível fazê-lo, sendo pecadores, vivendo num corpo de carne. O Senhor ensinou: “... Quem vê a Mim vê O Pai...”

Se, com o decurso do tempo foi disseminado um melhor conhecimento de Deus, natural que Ele espere uma melhor postura de nossa parte, atinente à necessária santificação, se O queremos ver, um dia. “Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus”. Mat 5;9 “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual, ninguém verá O Senhor”. Heb 12;14

O que foi dado no Antigo Testamento, era só um esboço de algo infinitamente superior. A Lei, embora santa, justa e boa, não falava de amar ao inimigo, adulterar no coração, sem tocar na pessoa desejada, buscar imitar a perfeição do Pai, perdoar, etc.

Com o curso do tempo, Moisés foi superado por uma revelação superior; a Lei deve ser tida, “... à sombra dos bens futuros, não a imagem exata das coisas...” Heb 10;1 Um tipo profético do que viria.

Ela requeria dos praticantes, uma purificação ritual, exterior; em Cristo a exigência se aprofundou: “... O sangue de Cristo, que pelo Espírito Eterno ofereceu a Si mesmo imaculado a Deus, purificará vossas consciências das obras mortas...” Heb 9;14

Antes dissera: “Mas agora alcançou Ele ministério tanto mais excelente, quanto, é mediador de uma melhor Aliança que está confirmada em melhores promessas”. Heb 8;6

Cristo não é a negação da Lei, como pensaram os religiosos de então; antes, o cumprimento e um “upgrade”, para a vida espiritual, uma lei superior, gravada nas consciências. “(Pois a lei nenhuma coisa aperfeiçoou) desta sorte é introduzida uma melhor esperança, pela qual chegamos a Deus. Heb 7;19

O Salvador ensinou que, aquele para o qual, mais foi dado, dele, mais será requerido. Então, os homens dos tempos atuais, são os que receberam entendimento das coisas que, muitos, de outrora, jamais souberam. Desse modo, estarmos nos presentes dias, invés de atenuantes para perversões como pensam alguns desavisados, temos luz bastante para saber o que agrada a Deus e o que O desonra, o que profana ao Santo Nome.

Tanto é assim, que, os transgressores da Nova Aliança são tidos por muito mais culpados que os da Antiga, uma vez que desprezam um conhecimento muito mais amplo do que tinham aqueles.

A Palavra questiona: “Quebrantando alguém a Lei de Moisés, morre sem misericórdia, só pela palavra de duas ou três testemunhas. De quanto maior castigo cuidais, será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, tiver por profano o Sangue da Aliança com que foi santificado, fizer agravo ao Espírito da graça?” Heb 10;28 e 29

Caso, nos tempos de luz mais intensa, escolhermos perversidades maiores, equacionarmos a Misericórdia Divina com permissividade, só pioraremos o que já está ruim. “... Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!” Mat 6;23

domingo, 22 de junho de 2025

Caro, porque, precioso


“Eu sei, ó Senhor, que não é do homem o seu caminho; nem do homem que caminha dirigir os seus passos”. Jr 10;23

A questão do livre arbítrio, de sermos capazes de fazer escolhas ou não, tem ensejado não poucas controvérsias filosóficas e teológicas.

No verso acima parece repousar certa contradição. “Não é do homem o seu caminho...” Como assim? É seu no sentido estrito que é de Jeremias, não, de Paulo; porém, não compete a ele tomar decisões de cunho espiritual, autônomas, se, quiser chegar a um destino venturoso.

Pois, “Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são caminhos da morte”. Prov 14 12 então, o conselho: “Confia no Senhor de todo teu coração, não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, Ele endireitará tuas veredas”. Prov 3;5 e 6

Embora isso possa ferir suscetibilidades dos mais libertários, ninguém é livre num sentido absoluto; foi o inimigo, ao sugerir a ruptura com O Criador, que vendeu ao primeiro casal a ideia de autonomia, independência; porém, era falso seu comício.

Ao aceitar a sugestão, a humanidade deixou de servir ao Eterno e passou a servir à oposição. “Não sabeis que, a quem vos apresentardes por servos para obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça?” Rom 6;16

Embora soem palatáveis, falas tipo, “permita-se”, “seja a melhor versão de si mesmo”, “quem não paga suas contas não palpite em sua vida”, etc. A Palavra da Vida continua monótona, sóbria, sisuda; no mesmo lugar. “Negue a si mesmo, tome cada dia sua cruz e siga-me”. Luc 9;23 “Sede meus imitadores como eu sou, de Cristo”. I Cor 11;1 etc.

O mesmo Jeremias, desde seu tempo já altercava contra os “modernismos teológicos”, dos que deixavam a Santa Doutrina, pelos simulacros da época; disse: “Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos, e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; achareis descanso para vossas almas; mas eles dizem: Não andaremos”. Jr 6;16

Nossa possiblidade arbitrária se reduz a uma escolha dual; não, se queremos ser servos ou livres; mas a quem desejamos servir. Desde os tempos em que a revelação progressiva ainda não tinha progredido tanto, e pouco sabíamos sobre o inimigo e seus ardis, foi apresentada a opção por ele, não, na sua pessoa, estritamente; mas, nas consequências da escolha; “Os céus e a terra tomo hoje por testemunhas contra vós, de que te tenho proposto vida e morte, bênção e maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e tua descendência”. Deut 30;19

Alguns judeus de então, não tinham escolhido ao inimigo abertamente; o fizeram sob o disfarce de deuses alternativos; “Sacrifícios ofereceram aos demônios, não a Deus; aos deuses que não conheceram, novos deuses que, vieram há pouco, aos quais não temeram vossos pais”. Deut 32;17

As consequências da apostasia, deveriam ser entendidas, mas nem sempre era assim. O enfraquecimento deles ante inimigos testificava da ocorrência perversa no âmbito espiritual, o que lhes passava no escuro. “Porque são gente falta de conselhos, neles não há entendimento. Quem dera fossem sábios! Que isto entendessem, e atentassem para o seu fim!” vs 28 e 29

As próprias nações pagãs, que serviam aos “deuses” cuja existência inútil seduzira aos incautos hebreus, sabiam da superioridade do Senhor; “Porque a sua rocha não é como a nossa Rocha, sendo até os nossos inimigos juízes disto”. V 31 Linguagem figurada para, o seu deus não é como o Nosso Deus.

A vitória daqueles em combates contra o povo eleito, não significava a superioridade do seu ídolo, ao Todo Poderoso; antes, o juízo pela infidelidade dos apóstatas. “Como poderia ser que um só perseguisse mil, dois fizessem fugir dez mil, se a sua Rocha os não vendera, e O Senhor os não entregara?” v 30

Assim, os que decidem por caminhos opostos à direção do Senhor, até podem ter algumas “vitórias” pontuais, ao longo da caminhada; mas como será no final?

Ataques à Palavra de Deus nunca foram tão intensos, nem multifacetados como agora. Novas “descobertas”, textos apócrifos, mestres disso daquilo desdizendo o que sempre esteve dito. A coisa avança célere para uma tríplice fusão; homem, máquina e espíritos malignos. Isso está mui avançado.

Quem decidiu ser fiel ao Senhor a qualquer preço, prepare-se para uma grande inflação atinente aos custos disso. “Todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições”. II Tim 3;12

Os que têm “butiás no bolso” como dizemos no sul, não hão de capitular à sedução do inimigo. “Em Deus faremos proezas; porque Ele é que pisará nossos inimigos”. Sal 60;12

sábado, 21 de junho de 2025

A seriedade da graça


“... os que recebem a abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por um só, Jesus Cristo”. Rom 5;17

Se, alguém hábil, for desafiado a definir a justiça, dirá: A retribuição de cada ato segundo seu mérito; dar a cada um exatamente o que lhe é devido. Não dirá muito diverso disto, que é a noção usual de justiça.
Ninguém pensaria na justiça como um presente; antes, sempre um fruto consoante ao mérito. Uma retribuição justa.

Se O Eterno decidisse nos tratar segundo nossos méritos, simplesmente, estaríamos perdidos; “Todos nós somos como o imundo, e nossas justiças como trapo da imundícia; todos nós murchamos como a folha, nossas iniquidades como um vento nos arrebatam”. Is 64;6

Vertido da pena de Paulo, encontramos o “dom da justiça”. Se é dom, prescinde de mérito. Sem mérito de nossa parte, como pode ser justiça? A Justiça de Cristo é imputada em favor dos que Nele creem e lhe obedecem. Isso basta ao Todo Poderoso. Não busca merecedores; antes, crentes e adoradores.

O mesmo apóstolo distinguiu ambas as coisas, justiça e dádiva: “Ora, àquele que faz qualquer obra não lhe é imputado o galardão segundo a graça, mas segundo a dívida. Porém, àquele que não pratica, mas crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça”. Rom 4;4 e 5

Ao dizer que a justiça nos é imputada pela fé, duas coisas ficam evidentes: Uma) não merecemos, somos agraciados. Duas) a graça não é tão graciosa que não demande nenhum contraponto; antes, é nos requerida a fé.

Embora, os primeiros passos da fé sejam abstratos; quando, constrangidos pelo Espírito Santo, e capacitados por Ele, somos inclinados a crer no Salvador, depois, isso requer respostas práticas, consoantes em nossas atitudes, com o que professamos crer.

Por isso Tiago ensina que a fé sem obras é morta. Pois, se alguém diz ter recebido pela fé, o dom da justiça, e prossegue sendo injusto, o que terá feito do dom recebido? Não que um justificado não mais peque; mas quando o faz, admite, se entristece, busca perdão.

Nele somos justificados, ou seja, considerados justos, não importando o que tenhamos feito; porém, passa a importar o que fazemos. Todo o esforço será necessário para aprendermos a agir como justos, estando justificados em Cristo. Pois, o fomos, para ser regenerados em santificação.

No mesmo contexto onde se ensina que nossa salvação não é pelas obras, se requer de nós, uma vez salvos, as atitudes correspondentes. “Porque somos feitura Sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais, Deus preparou, para que andássemos nelas”. Ef 2;10

Quem recebeu o dom da justiça, recebeu juntamente, o compromisso de atuar segundo o dom, dali em diante; “De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela Glória do Pai, assim andemos em novidade de vida”. Rom 6;4

Se, fomos servos do pecado, sem Cristo, Nele devemos reinar sobre quem nos dominou; “... os que recebem a abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida...” Par reinar sobre o pecado, dependemos inteiramente de quem o venceu, nosso Rei, Jesus Cristo.

O fato do Eterno ter perdoado, nossos erros pretéritos de quando andávamos alienados Dele, no escuro, espiritualmente, não significa que, se, fiados em Sua Graça inaudita, seguirmos pecando de espontânea vontade, o dom que justifica injustos, continue ao nosso dispor.

A Palavra ensina que Deus não toma em conta aos tempos da ignorância. Uma vez iluminados e capacitados por Cristo, se, prosseguirmos segundo as más inclinações, isso significará, ao Olhos do Eterno, que não nos importamos com Seu Dom, e preferimos viver segundo nos apraz, sendo ainda, injustos.

O Todo poderoso nos viu em vestes imundas, e decidiu comprar a preço de Sangue, roupas dignas, às quais nos deu; mas, se preferimos envergonhar ao Eterno, seguindo maltrapilhos, pois, nosso “paladar adquirido” para a injustiça se mostra mais valioso para nós, como seríamos tratados?

A Palavra ensina a gravidade disso: “Porque é impossível que os que já uma vez foram iluminados, provaram o dom celestial, se tornaram participantes do Espírito Santo, provaram a boa Palavra de Deus, as virtudes do século futuro e recaíram, sejam outra vez renovados para arrependimento; pois, assim, quanto a eles, de novo crucificam o Filho de Deus, O expõem ao vitupério”. Heb 6;4 a 6

Enfim, o dom da justiça nada requer de nós, senão, fé; uma vez recebido, nada menos espera, que obediência. Os que receberam e desprezaram foram assim avaliados por Pedro: “... O cão voltou ao próprio vômito, a porca lavada ao espojadouro de lama”. II Ped 2;22

sexta-feira, 20 de junho de 2025

Nuances da peleja

“Retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina, quanto, para convencer os contradizentes”. Tt 1;9

Paulo a Tito, acerca das características que devia ele buscar, nos que ia escolher para estabelecer como presbíteros. Embora a ideia vulgar de alguém poderoso seja a capacidade para operação de sinais, curas, profecias, exorcismos, Paulo acabou definindo como tais, aos que eram constantes na preservação daquilo que aprenderam. “Retendo firme a fiel Palavra”; essa postura os faria detentores de autoridade moral para corrigir aos desordenados entre os que criam, bem como, desfazer as “razões” dos que se opunham.

A batalha excede o conceito de “pisar serpentes e escorpiões”; onde, um da vasta legião que campeia em busca de corpos, sujos o bastante, é expulso d’onde habitou sem o desejo do proprietário.

A milícia espiritual é uma peleja entre verdade e mentira; argumentos alinhados aos fatos, versus falácias capciosas, atinentes aos vis interesses. A Palavra de Deus, contra derivados do pai da mentira.

Não por acaso, a “armadura do Cristão” começa pelo “cinturão da verdade” conhecimento da Palavra, e a “couraça da justiça”, a prática; testemunho de vida ilibado. Ef 6;14

O Salvador altercou muito com os religiosos, sobre a correta interpretação das Escrituras; em dado momento diagnosticou que, embora se pretendendo mestres, eram ignorantes; “... Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o Poder de Deus”. Mat 22;29

Deve ter sido um duro golpe no orgulho religioso deles; todavia, era verdade. A pompa de fruir uma posição, o apego doentio a um título eclesiástico, acaba cegando aos deslumbrados, de modo a esquecerem do preparo necessário para a mesma. Ao príncipe Nicodemos O Salvador perguntou: “... Tu és mestre de Israel, e não sabes isto?” Jo 3;10

Um título ministerial é dado a alguém para identifica-lo funcionalmente, não para fazê-lo. O obreiro não deve ser separado para, finalmente, ser; antes, porque seus frutos evidenciam que ele já é. Quem recomenda aos que não estão aptos, pelo caráter, sobretudo, se torna participante dos seus pecados; O mesmo Paulo recomendou cautela a Timóteo quanto a isso; “A ninguém imponhas precipitadamente as mãos, nem participes dos pecados alheios; conserva a ti mesmo puro”. I Tim 5;22

O fogo do Espírito em nós, embora seja inevitável que enseje calor, deve ser buscado, sobretudo, pela sua luz. “Se como a prata a buscares e como a tesouros escondidos a procurares então entenderás o temor do Senhor, e acharás o conhecimento de Deus”. Prov 2;4 e 5 “A vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito”. Prov 4;18

Ver na dimensão espiritual é que nos habilitará para o bom combate. Para tanto, o “negue a si mesmo”, a renúncia das naturais inclinações é indispensável; “O homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente”. I Cor 2;14 O poder dado aos espirituais incide mais valiosamente nisso; na aptidão para ver distintamente ao joio e ao trigo. “O que é espiritual discerne bem tudo, e de ninguém é discernido”. I Cor 2;15

Eventualmente ouvimos alguns, se pretendendo tão polidos que evitam aos “assuntos polêmicos”, como se isso significasse o suprassumo do amor cristão. Não! O amor “... não folga com a injustiça, mas com a verdade”. I Cor 13;6 “Leais são as feridas feitas pelo amigo, mas os beijos do inimigo são enganosos”. Prov 27;6

Pois, onde uma injustiça está sendo praticada, ou uma inverdade anunciada, fatalmente, o amor movido pelo Espírito Santo, deixará por um pouco seus buquês, e tomará a espada. “Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus para destruição das fortalezas; destruindo os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus; levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo”. II Cor 10;4 e 5

Os que evitam polêmicas não o fazem por serem mais amorosos que os demais, nem mais sábios; antes por astutos em demanda de interesses rasos, que visam agradar aos que tentam seduzir, atraindo a si, invés de iluminar e conduzir a Cristo.

A afeto Divino vem casado com disciplina; pois, O Pai nos ama tanto que não quer que nos percamos. “Porque O Senhor corrige ao que ama, açoita a qualquer que recebe por filho”. Heb 12;6

Todo amor, invariavelmente, anseia ser correspondido; como pretendemos viver isso em relação ao Pai, se, omissos permitirmos que a fiel Palavra seja alterada?

Eventualmente, invés de expelir demônios alhures, devemos rechaçar seduções deles, em nós. “Se vós permanecerdes na Minha Palavra, verdadeiramente sereis Meus discípulos”. Jo 8;31

quinta-feira, 19 de junho de 2025

Os "erros" da Bíblia


“Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos. Mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, de aves, quadrúpedes e répteis”. Rom 1;22 e 23

Deparei com uma postagem que dava a “Teoria da Evolução” como verdade demonstrada, inquestionável. Se assim fosse, teria deixado de ser Bíblia do ateísmo; e, finalmente, adquirido status de ciência.

A coisa ensejou acalorados comentários. Um deles que me chamou atenção, era de um sujeito que ridicularizava à Bíblia, como indigna de crédito, uma vez que chama ao morcego, de ave; sendo que é um mamífero. De fato, chama; “Das aves, estas abominareis; não se comerão, serão abominação: a águia, o quebrantosso, o xofrango... a cegonha, a garça segundo sua espécie, a poupa e o morcego”. Lev 11;13 e 19

Dois argumentos ao menos, podem os criacionistas usar em defesa da inerrância da Palavra de Deus.

Um: O registro do fenômeno, (a aparência) invés do númeno, (a essência) isso é encontrável noutras partes também. Quando diz que o sol e a lua pararam, nos dias de Josué, isso não traz necessariamente, precisão científica. Provavelmente a rotação da Terra foi retida. Mas, o cronista registrou o fenômeno. Não poderia fazer de outra forma, naquele contexto.

Fazemos isso ordinariamente e nem nos damos conta. Por exemplo, se engordamos de modo que determinada roupa não nos sirva mais, dizemos que ela ficou pequena; embora, não tenha alterado seu tamanho. Nossos abdomens, talvez.

Se os homens viam aos morcegos como aves, porque voam, Deus não alterou isso; deixou que fosse arrolado como parecia aos cronistas, vetou que comesse aos tais, apenas. Foi registrado o fenômeno, não, o númeno.

Dois: quem disse que a taxonomia (a classificação dos seres) de Aristóteles, depois, aperfeiçoada por Lineu, é superior à Bíblia? A característica comum a todas as aves é a capacidade de voar; a dos mamíferos, a forma de alimentação. Como o morcego tem uma qualidade das aves, outra, dos mamíferos, qual deve prevalecer?

Paulo arrolou “...aves, quadrúpedes e répteis...” distinguiu as espécies pela locomoção; sobre asas, sobre quatro patas, ou rastejando. Por esse prisma, qual o problema de ser o morcego alistado como ave?

Se os ateus evolucionistas querem descrer da Bíblia isso é um direito deles; todavia, usem argumentos melhores.

A rigor, o morcego, tanto quanto, a baleia, são dois problemas para os “científicos” evolucionistas. Afinal, não defendem eles, a sobrevivência dos mais aptos, a “seleção natural”, e a adaptabilidade morfológica e orgânica, ao meio onde vivem os seres, como pilares da sua doutrina?

Como o morcego tendo parasitado por tantas eras o ambiente das aves, ainda não desenvolveu características semelhantes a elas? Não deveria ter “evoluído” para o revestimento de plumas, um bico para comer frutas, cereais, ou até predar como as aves de rapina?

A baleia, reinando por milênios no ambiente dos peixes, não deveria também ter se tornado um deles, respirando por guelras, reproduzindo pelo método ovíparo e se alimentando desde tenra idade como os demais? Parece que o meio nada fez no que tange à “evolução” desses.

A Própria Palavra de Deus, que traz a revelação do Santo, de modo progressivo, consoante ao crescimento civilizatório, chama as coisas incipientes como tais. “Assim também nós, quando éramos meninos, estávamos reduzidos à servidão debaixo dos primeiros rudimentos do mundo”. Gál 4;3

Muitas permissões, como, poligamia, escravatura, repúdio, ritos sumários com pena de morte, etc. eram acetáveis num processo civilizatório em construção. Em Cristo, as coisas deram um salto; “Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou Seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a Lei, para remir os que estavam debaixo da Lei, a fim de recebermos a adoção de filhos”. Gl 4;4 e 5

Um lugar mais alto requer uma moral, e uma ética consoantes. “Por isso, deixando os rudimentos da doutrina de Cristo, prossigamos até à perfeição...” Heb 6;1 O necessário crescimento contínuo.

Não que, O Eterno esteja evoluindo, aperfeiçoando-se; mas nós estamos; em atenção às nossas limitações permitiu coisas diversas da Sua vontade como disse O Salvador sobre o repúdio; “... Moisés, por causa da dureza dos vossos corações, vos permitiu repudiar vossas mulheres; mas ao princípio não foi assim”. Mat 19;8

Se, evoluímos de ancestral comum, como cada espécie traz rígido código genético? Seria o DNA como a perversão de gêneros, que, a cada dia acresce uma letra?

A Bíblia apresenta o determinismo biológico desde o primeiro livro; “... Produza a terra alma vivente conforme sua espécie; gado, répteis e feras da terra conforme sua espécie; e assim foi”. Gn 1;24

A Palavra de Deus mostra uma série imensa de falhas; pena que a maioria olha para o lado errado. “Lendo a Bíblia encontrei muitos erros; todos, em mim”. Agostinho