quinta-feira, 26 de junho de 2025

As boas obras, mas


“Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que está nos Céus”. Mat 5;16

“Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam seu galardão. Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a direita”. Mat 6;2 e 3

Aparentemente, temos uma contradição; num momento diz que nossa luz deve brilhar diante dos homens, para que todos vejam; noutro, que nossas boas obras devem ser discretas, não buscar pelo humano aplauso. Como assim? Cada coisa no devido lugar.

Basta lermos com atenção os objetivos de uma ação e outra, e logo veremos a diferença; o primeiro caso, no qual a luz deve resplandecer, visa a glória de Deus; o contexto imediato sugere a identificação espiritual e moral com os valores Divinos forjando nosso caráter; devemos ser “sal da Terra e luz do mundo”, por essas escolhas.

Isso deve ser visível a todos; os ambientes, as amizades, os caminhos escolhidos devem deixar ver de longe, que, doravante pertencemos ao Senhor; “Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte”. Mat 5;14 Nem entra no mérito de querer ser visto ou não, uma vez que, uma transformação assim, como uma cidade no alto, não se oculta. Nosso caráter regenerado será “marketing” de Cristo.

O segundo caso retrata um desvio de objetivo, onde, o próprio agente das boas obras, as faz, desejando ser glorificado pelo homem.

O socorro que prestamos sem nenhum interesse raso, por amor ao próximo, glorifica a Deus; o que é feito com pompa e circunstância, em busca de aplausos, além de glorificar seu agente, nada deposita no “Tesouro dos Céus”. A caridade que desfila nas redes sociais, não acredita, deveras, na recompensa celeste.

Até nas nossas orações devemos ser discretos; “Quando orares, não sejas como os hipócritas; pois se comprazem em orar em pé nas sinagogas, às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam seu galardão”. Mat 6;5

Não há nada de errado, quando, eventualmente, alguém reconhece como boas nossas atitudes e nos elogia por isso; errados estaremos se as fizermos mirando nesse alvo.

Pois, muito do que se faz em nome da fé, acaba evidenciando o oposto. Quem deveras crê, na Divina recompensa, em tempo, não se apressa por reconhecimentos pífios. “... Eis que Eu assentei em Sião uma pedra, uma pedra já provada, pedra preciosa de esquina, que está bem firme e fundada; aquele que crer não se apresse”. Is 28;16

Todo o bem que fizermos ao semelhante por amor a Cristo é como um depósito uma herança reservada para nós no devir; “A herança que no princípio é tomada às pressas, no fim, não será abençoada”. Prov 20;21 Por isso, o anseio de muitos pelo Céu na Terra, acaba retratando, um lapso de fé, malgrado, seja cantada em prosa e verso.

O que são, a dita “Teologia da Prosperidade” e seus satélites, senão, desejos doentios que O Eterno traga comodidade e vida mansa, onde advertiu que seria lugar de peregrinação e perseguições? Embora falem de fé, esses deixam evidente seu culto ao dinheiro.

Crer em Deus, embora demande inicialmente a obediência de andar conforme Seus Estatutos, encerra também a confiança de recompensa pelas boas ações, provinda Dele, quando o tempo para isso chegar. “Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe, e É galardoador dos que O buscam”. Heb 11;6
Devemos buscar a Deus, na Pessoa de Cristo, não, buscar galardões.

As redes sociais facultam a quem quiser, que divulgue “urbe et orbe” suas bondades. Mas, qual o objetivo de se fazer coisas assim?
A Palavra menciona um pobre sábio do qual ninguém se lembrava, mas, num momento de crise livrou uma cidade. “Encontrou-se nela um sábio pobre, que livrou aquela cidade pela sua sabedoria, e ninguém se lembrava daquele pobre homem”. Ecl 9;15

O fato da sabedoria ter se mostrado mais eficaz que armas de guerra, glorificou a Deus, seu Doador, e virou uma sentença; “Melhor é a sabedoria que as armas de guerra, porém um só pecador destrói muitos bens”. V 18

A sabedoria aparecendo ao oposto dos feitos de um pecador, torna necessária a conclusão que ela reside na santificação, na identificação com O Senhor. “Fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos em novidade de vida”. Rom 6;4

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