terça-feira, 3 de junho de 2025

Disciplina; camuflagem do amor


“Já vos esquecestes da exortação que argumenta convosco como filhos: Filho meu, não desprezes a correção do Senhor, não desmaies quando por Ele fores repreendido; porque O Senhor corrige ao que ama, açoita a qualquer que recebe por filho.” Heb 12;5 e 6

A repreensão do Senhor nem sempre é entendida, pelo o que é; um gesto de amor. O “amor” que a presente geração preza, a rigor, é apenas, frouxidão moral, leniência irresponsável, sentimentalismo insosso, que tudo tolera.

Conheço casos de pais que vivem mal, para que seus filhos “amados”, ostentem carros luxuosos e consumam drogas, às custas dos genitores; não é assim o Amor do Eterno. A primeira necessidade é disciplina; depois, provisões ordinárias.

Nenhuma espécie de amor, conjugal, fraternal, paternal, pretende carreira solo; toda expressão de amor, embora não dependa disso para ser o que é, certamente, deseja a devida correspondência. “Aquele que tem Meus mandamentos e os guarda esse é o que Me ama; aquele que Me ama será amado de Meu Pai; Eu o amarei, e Me manifestarei a ele.” Jo 14;21

Malgrado, haja um componente de obediência necessário, para quem pretende pertencer ao Senhor, sempre o motivo desejável será o amor.

Os “inconvenientes” de recebermos algum puxão de orelhas são imediatos; mas, em dias futuros, quando seu resultado for palpável, os entenderemos plenamente. “Na verdade, toda correção, ao presente, não parece ser de gozo, senão, de tristeza, mas depois produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela.” Heb 6;11 Se, traz sensação de paz e justiça, isso testifica, da sabedoria amorosa dos motivos Divinos, quando nos corrigiu.

Quando um ministro idôneo prega à Palavra, com graça e entendimento, todos os que ouvem, cada um num grau diferente, sofrerão correção. Inclusive, o pregador. Ele não está fora do “aquário”; antes, nada nas mesmas águas. É natural certa discrepância, quando, algo perfeito como a Palavra da Vida, é cotejado com coisas imperfeitas como nós.

Muito acontece de acordarmos no meio da noite, “ouvindo” coisas que falamos na pregação. Então, é o momento de bebermos nossa dose de correção, da mesma palavra que servimos. “Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, com a medida com que tiverdes medido, hão de medir a vós.” Mat 7;2

Pois, se, dos ministros do Evangelho se requer boa reputação, integridade de caráter, ainda assim, não atingimos a perfeição; e também somos pacientes de correções, por parte do Eterno.

Então, quando ouvimos murmúrios de alguns, que, determinado pregador (eventualmente, nós mesmos) “não tem amor”, porque sua mensagem é mui dura, a maioria das vezes que isso ocorre, tais falas vertem de vidas desorganizadas, refratárias à correção, que pretendem camuflar seus lapsos, jogando o peso das suas culpas, sobre ombros alheios. Nada mais contraproducente, que, abrirmos nossas bocas, quando era a vez dos ouvidos.

Só se coloca em rota de colisão com uma mensagem “dura”, aquele que vive um cristianismo mole; numa desobediência obstinada, ainda que, diluída no vistoso verniz de uma religiosidade oca.

Quem, bem ordena seu caminho, se incomoda com farsantes, com os aduladores nos púlpitos, invés dos mensageiros sóbrios. Os que sonegam à Palavra, anunciando suas próprias inclinações, são réprobos ante O Senhor; “Não mandei esses profetas, contudo eles foram correndo; não lhes falei, porém, eles profetizaram. Mas, se estivessem no Meu conselho, então teriam feito Meu povo ouvir Minhas Palavras, e o teriam feito voltar do seu mau caminho, da maldade das suas ações.” Jr 23;21 e 22

O que faziam os falsos profetas de antanho, senão, acarinhar vidas ímpias, invés de anunciar retamente à Palavra do Senhor? Havia feridas graves no relacionamento do homem com Deus, mas esses “amorosos” colocavam panos quentes; “Curam a ferida da filha de meu povo levianamente, dizendo: Paz, paz; quando não há paz.” Jr 6;11

Depois que a cidade de Jerusalém foi destruída e o povo levado para o cativeiro, em seus lamentos, Jeremias alistou as causas; “Os teus profetas viram para ti, vaidade e loucura; não manifestaram tua maldade, para impedir o teu cativeiro; mas viram para ti cargas vãs e motivos de expulsão.” Lam 2;14

O único que pregava mensagens “duras” era Jeremias; foi preso, esbofeteado, lançado num poço. A aversão dos ímpios à verdade é uma doença antiga.

Portanto, quem pode ouvir com frequência, mensageiros “duros”, agradeça a Deus pelos tais. Enfrentam uma série de tentações, para seguirem fiéis, onde, muitos preferem o comodismo de “maquiar defuntos espirituais”, ao inconveniente de chamá-los à vida.

O ódio costuma se disfarçar de beijos, enquanto o amor, pelo discernimento das necessidades, e o fim nobre pelo qual labora, eventualmente, fere; “Leais são as feridas feitas pelo amigo, mas os beijos do inimigo são enganosos.” Prov 27;6

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