“O Senhor guardará tua entrada e tua saída...” Sal 121;8
Portas podem ser vistas de forma superficial, atinente à relação com um ambiente. Porém, em se tratando da relação com Deus a coisa é mais ampla.
Quando se dispôs a aceitar uma dura prova, sem blasfemar, Jó mencionou sua entrada, e vindoura saída da vida, como que tendo certa semelhança, entre as quais, não abdicaria da confiança no Eterno. “... Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; O Senhor deu, O Senhor tomou: bendito seja o Nome do Senhor”. Jó 1;21
Nada trouxe em minha entrada, tampouco, levarei na saída. Isso não muda quem O Senhor É, nem, meu relacionamento com Ele; assegurou.
Entretanto, se cogitarmos da Divina proteção nas duas portas apenas, perderemos a melhor parte. Deus não é porteiro. É nosso Pai Onipresente, amoroso, disposto a guardar Seus filhos, em tempo integral.
“Não tosquenejará nem dormirá o Guarda de Israel. O Senhor é quem te guarda; O Senhor é a tua sombra à tua direita. O sol não te molestará de dia nem a lua de noite”. Sal 121;4 a 6
Coremos risco de autossuficiência, quando, cantamos loas à maciez do travesseiro de uma consciência tranquila. Claro que termos uma consciência assim é precioso; mas, ela deriva do nosso relacionamento, não dos méritos. A relação, e a paz vinda dela é nossa segurança, não foram nossos méritos, que fizeram o silêncio da consciência.
O fato que nosso Guarda não dorme nem tosqueneja é uma preciosidade. Porque paramos de ver às coisas quando dormimos, não significa que elas param de acontecer. Primeiro, nosso Guardador Bendito faculta nosso sono; “Em paz me deitarei e dormirei, porque só Tu, Senhor, me fazes habitar em segurança”. Sal 4;8
Durante a noite, Ele continua trabalhando em nosso favor; “Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão de dores, pois assim dá Ele aos seus amados o sono”. Sal 127;2
Quem pensa que o sono é feito apenas do encontro dum corpo cansado, com um leito dentro da noite, se engana. Que o digam os insones, e tantos perturbados que não conseguem dormir.
“O sol não te molestará de dia nem a lua de noite”. Sal 121;6 Tanto, dos males visíveis sob o domínio do sol, quanto, dos que assediam no turno da noite o período da lua, somos guardados. Mas, quais são os males da “lua”. As dúvidas, os remorsos, os assombros, a ansiedade pelo excesso de futuro acossando o presente, são “fantasmas” que perturbam o sono de muitos. Os que são guardados por Deus, dormem.
Seus “travesseiros macios” não são fofos pelas suas “penas”; antes, pela purificação obrada neles pelos méritos de Jesus. “... O sangue de Cristo, que pelo Espírito Eterno ofereceu a Si mesmo Imaculado a Deus, purificará vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo”. Heb 9;14
Se desejamos que O Eterno guarde nossas entradas e saídas, pois, precisamos a ousadia de entrar por Cristo, negando-nos.
Não tivemos arbítrio quanto à nossa entrada pelo nascimento; mas, como herdamos a morte espiritual pela queda, somos convidados a uma nova “Porta”, para acharmos o caminho de casa. “Eu Sou A Porta; - disse Jesus - se alguém entrar por Mim, salvar-se-á; entrará, sairá, e achará pastagens”. Jo 10;9
Portanto, quem pretende que O Eterno lhe guarde na entrada e na saída, entre para o “ambiente” no qual Ele faz isso; em Cristo.
De nada vale decorarmos sentenças bíblicas, “Meu socorro vem do Senhor que fez o Céu e a Terra”, se, não tivermos o necessário relacionamento com Ele.
Para tanto, devemos chegar ao instante em que pensamos em pedir socorro; nossa suficiência se mostrará insuficiente, nosso braço não alcançará o que precisamos. Então, entendendo isso e nos refugiando no Senhor, todas as dádivas amorosas da Sua proteção serão certas em nosso favor.
Todas as ameaças externas serão detidas pelo Poderoso, ou, permitidas e usadas em nosso favor; quanto às internas, seremos iluminados e desafiados a lutar. Nada adiantará vermos na dimensão espiritual, se continuarmos a agir na esfera carnal. “Mas, se andarmos na luz, como Ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o Sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo pecado”. I Jo 1;7
Enfim, somos chamados a uma entrada estreita, restrita que demanda arrependimento, contrição, renúncia; mas, quem por ela entrar, perseverando, herdará uma saída honrosa, gloriosa, junto ao Rei; “... a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia...” II Tim 4;8
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