“Eu sei, ó Senhor, que não é do homem o seu caminho; nem do homem que caminha dirigir os seus passos”. Jr 10;23
A questão do livre arbítrio, de sermos capazes de fazer escolhas ou não, tem ensejado não poucas controvérsias filosóficas e teológicas.
No verso acima parece repousar certa contradição. “Não é do homem o seu caminho...” Como assim? É seu no sentido estrito que é de Jeremias, não, de Paulo; porém, não compete a ele tomar decisões de cunho espiritual, autônomas, se, quiser chegar a um destino venturoso.
Pois, “Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são caminhos da morte”. Prov 14 12 então, o conselho: “Confia no Senhor de todo teu coração, não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, Ele endireitará tuas veredas”. Prov 3;5 e 6
Embora isso possa ferir suscetibilidades dos mais libertários, ninguém é livre num sentido absoluto; foi o inimigo, ao sugerir a ruptura com O Criador, que vendeu ao primeiro casal a ideia de autonomia, independência; porém, era falso seu comício.
Ao aceitar a sugestão, a humanidade deixou de servir ao Eterno e passou a servir à oposição. “Não sabeis que, a quem vos apresentardes por servos para obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça?” Rom 6;16
Embora soem palatáveis, falas tipo, “permita-se”, “seja a melhor versão de si mesmo”, “quem não paga suas contas não palpite em sua vida”, etc. A Palavra da Vida continua monótona, sóbria, sisuda; no mesmo lugar. “Negue a si mesmo, tome cada dia sua cruz e siga-me”. Luc 9;23 “Sede meus imitadores como eu sou, de Cristo”. I Cor 11;1 etc.
O mesmo Jeremias, desde seu tempo já altercava contra os “modernismos teológicos”, dos que deixavam a Santa Doutrina, pelos simulacros da época; disse: “Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos, e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; achareis descanso para vossas almas; mas eles dizem: Não andaremos”. Jr 6;16
Nossa possiblidade arbitrária se reduz a uma escolha dual; não, se queremos ser servos ou livres; mas a quem desejamos servir. Desde os tempos em que a revelação progressiva ainda não tinha progredido tanto, e pouco sabíamos sobre o inimigo e seus ardis, foi apresentada a opção por ele, não, na sua pessoa, estritamente; mas, nas consequências da escolha; “Os céus e a terra tomo hoje por testemunhas contra vós, de que te tenho proposto vida e morte, bênção e maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e tua descendência”. Deut 30;19
Alguns judeus de então, não tinham escolhido ao inimigo abertamente; o fizeram sob o disfarce de deuses alternativos; “Sacrifícios ofereceram aos demônios, não a Deus; aos deuses que não conheceram, novos deuses que, vieram há pouco, aos quais não temeram vossos pais”. Deut 32;17
As consequências da apostasia, deveriam ser entendidas, mas nem sempre era assim. O enfraquecimento deles ante inimigos testificava da ocorrência perversa no âmbito espiritual, o que lhes passava no escuro. “Porque são gente falta de conselhos, neles não há entendimento. Quem dera fossem sábios! Que isto entendessem, e atentassem para o seu fim!” vs 28 e 29
As próprias nações pagãs, que serviam aos “deuses” cuja existência inútil seduzira aos incautos hebreus, sabiam da superioridade do Senhor; “Porque a sua rocha não é como a nossa Rocha, sendo até os nossos inimigos juízes disto”. V 31 Linguagem figurada para, o seu deus não é como o Nosso Deus.
A vitória daqueles em combates contra o povo eleito, não significava a superioridade do seu ídolo, ao Todo Poderoso; antes, o juízo pela infidelidade dos apóstatas. “Como poderia ser que um só perseguisse mil, dois fizessem fugir dez mil, se a sua Rocha os não vendera, e O Senhor os não entregara?” v 30
Assim, os que decidem por caminhos opostos à direção do Senhor, até podem ter algumas “vitórias” pontuais, ao longo da caminhada; mas como será no final?
Ataques à Palavra de Deus nunca foram tão intensos, nem multifacetados como agora. Novas “descobertas”, textos apócrifos, mestres disso daquilo desdizendo o que sempre esteve dito. A coisa avança célere para uma tríplice fusão; homem, máquina e espíritos malignos. Isso está mui avançado.
Quem decidiu ser fiel ao Senhor a qualquer preço, prepare-se para uma grande inflação atinente aos custos disso. “Todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições”. II Tim 3;12
Os que têm “butiás no bolso” como dizemos no sul, não hão de capitular à sedução do inimigo. “Em Deus faremos proezas; porque Ele é que pisará nossos inimigos”. Sal 60;12
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