Um espaço para exposição de ideias basicamente sobre a fé cristã, tendo os acontecimentos atuais como pano de fundo. A Bíblia, o padrão; interpretação honesta, o meio; pessoas, o fim.
sábado, 7 de junho de 2025
O homem no tempo
“Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.” Ecl 3;1
Essa sentença poderá ensejar uma interpretação errônea, como se, A Palavra de Deus ensinasse o fatalismo, aos moldes da mitologia grega, por exemplo. Tudo estaria escrito, determinado, chegado o seu tempo se cumpriria; seríamos títeres nas mãos do Eterno.
A ideia é que as coisas têm seu momento adequado, sem que haja alguma coação para que aconteça assim. Caso alguém queira dançar na chuva, cantar no velório, casar na guerra, nada o impedirá. Apenas, que as coisas no devido tempo têm melhor encaixe.
“Tudo fez formoso em seu tempo; também pôs o mundo no coração do homem... ” Ecl 3;11 Algumas versões trazem, “Pôs a eternidade no coração do homem.” Vendo tantos senis abastados, pelejando por adquirir mais, facilmente vislumbramos isso; agem como que, sonegando a si mesmas, a certeza do encontro inevitável.
Pelo arbítrio de seres livres, sempre pode algum fator extra remir o tempo, antecipá-lo. O simples clamor dos oprimidos, pode obter resposta Divina, a despeito do tempo; “Pela opressão dos pobres, pelo gemido dos necessitados me levantarei agora, diz o Senhor; porei a salvo aquele para quem eles assopram.” Sal 12;5
Assim, embora muitas coisas O Eterno situe no tempo, por razões da Sua Soberania, ainda é o tempo que obedece ao “Pai da Eternidade”, não o contrário.
Eventualmente ouvimos, quando alguém comete uma imprudência e padece tragicamente: “Estava escrito; quando chega a hora não adianta.” Escrito onde? Na Palavra de Deus que versa sobre tudo o que diz respeito à vida, não temos nada que se assemelhe a isso. Antes, somos exortados à prudência, a sermos consequentes, para que não abreviemos nossos dias. “Não sejas demasiadamente ímpio, nem sejas louco; por que morrerias fora de teu tempo?” Ecl 7;17
Então, a ideia de que tudo tem seu tempo determinado, a rigor, talvez encaixe melhor se dissermos, o tempo adequado, oportuno; tanto é assim, que a própria fala, é chamada a observar essa regra; para que, vertendo na devida confluência de tempo e ocasião, seu valor seja exponencialmente aumentado; “Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita no seu tempo.” Prov 25;11
Entendendo a Natureza Divina conforme revelada, Amor, e sendo esse, impreterivelmente livre, não há a menor chance Dele brincar com Seus filhos, ensinando um caminho e convidando a todos, malgrado, já tenha uma elite escolhida, como defende o Calvinismo.
A suposta defesa da Divina Soberania pelos tais, a rigor atribui falsidade, injustiça ao Altíssimo. Se ensina que todos que preencherem determinadas condições serão salvos e manda convidar a todos, como faria Ele uma pré-lista excluindo pessoas antes delas fazerem suas escolhas? Os “eleitos de Deus” não são pré-escolhidos; foram eleitos em Cristo. Todos os que, O recebem e obedecem, estão eleitos.
Justiça e impiedade são possíveis a todos, sobretudo, justiça em Cristo. Se todos estão “julgados” antes mesmo das suas escolhas, qual o sentido do Evangelho a toda a criatura? Não confundir presciência com pré-escolha.
Abraão disse: “Longe de ti que faças tal coisa, que mates o justo com o ímpio; que o justo seja como o ímpio, longe de ti. Não faria justiça o Juiz de toda a terra?” Gn 18;25
A bem da verdade, invés de seguirmos um “Script” caprichoso, amoral, e alheio às nossas vontades, estamos escrevendo nossas biografias nos céus, ao arbítrio de cada um. Cada escolha que fazemos, cada sentença que proferimos são anotadas por lá; por isso, nas cenas em que videntes (Daniel e João) anteviram o julgamento, mencionam a abertura de livros. Dn 7;10 Apoc 20;12
Enviarmos em depósito para lá, atitudes meritórias, de misericórdia, fé, obediência, perdão, verdade, justiça, foi o que O Salvador figurou como ajuntar tesouro nos Céus. “Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, onde os ladrões minam e roubam; mas ajuntai tesouros no Céu...” Mat 6;19 e 20
A Malaquias foi mostrado os “escrivães celestes” anotando até mesmo o que falamos, para que nossas escolhas constem no eterno registro. “Então aqueles que temeram ao Senhor falaram frequentemente um ao outro; o Senhor atentou e ouviu. Um memorial foi escrito diante Dele, para os que temeram o Senhor, e para os que se lembraram do Seu Nome. Eles serão Meus, diz o Senhor dos Exércitos; naquele dia serão para Mim joias; poupá-los-ei, como um homem poupa seu filho, que o serve.” Ml 6;16 e 17
Enfim, a distinção não se dará entre eleitos e perdidos, mas segundo nossas escolhas; “Então voltareis e vereis a diferença entre justo e ímpio; entre o que serve a Deus, e o que não serve.” Ml 3;18
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