terça-feira, 17 de junho de 2025

Ímpia simbiose


“Porque tanto o profeta, quanto o sacerdote, estão contaminados; até na Minha casa achei sua maldade, diz O Senhor”. Jr 23;11

O sacerdote devia agir da parte do povo, buscando a Deus; e o profeta, falar ao povo, segundo Deus. Isso, em caso de ambos os ofícios serem exercidos com probidade.
Não era o caso de então, segundo a denúncia de Jeremias. Tanto um, quanto outro, estavam contaminados.

O sacerdote deveria ser um depósito, do qual se pudesse aprender, segundo o que fora revelado em tempos idos; A Palavra de Deus conhecida; “Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, da sua boca devem os homens buscar a Lei porque ele é o mensageiro do Senhor dos Exércitos”. Ml 2;7

O profeta, uma fonte da Palavra Viva, por meio do qual, erros presentes seriam denunciados, consequências da permanência neles, advertidas; bem como, novas revelações poderiam verter, segundo a Vontade do Eterno.

Não agiam assim, aqueles. Invés de uma vida piedosa e dependente do Senhor, no qual esperariam, e em Nome Dele falariam, esses eram autônomos; tomavam o Nome Santo como fiador das suas falas, mas, não atuavam da parte Dele;

“Não mandei esses profetas, contudo eles foram correndo; não lhes falei, mas eles profetizaram. Se estivessem no Meu conselho, então teriam feito Meu povo ouvir as Minhas Palavras; o teriam feito voltar do seu mau caminho, da maldade das suas ações.” Jr 23;21 e 22

O problema de lideranças adoecidas é que, os liderados adoecem também. Instituições que deveriam ser reservatórios de justiça e santidade, acabavam contaminadas, pelas más escolhas dos que atuavam ali. “... até na Minha casa achei a sua maldade, diz o Senhor”.

O desejo de ser portador de falas agradáveis, onde deveria pulsar a verdade, enseja uma simbiose pecaminosa; os maus comportamentos acabam validados por lideranças ímpias.

Jeremias denunciara precisamente isso; uma corja de líderes corruptos, seguida por um povo sonolento que assim preferia; “Os profetas profetizam falsamente, os sacerdotes dominam pelas mãos deles; o Meu povo assim o deseja; mas que fareis ao fim disto?” Cap 5;31

Os fatos históricos mostram qual foi o fim daquela apostasia. O establishment perseguia ao único mensageiro idôneo, Jeremias, e se alegrava com os muitos farsantes que o entretinha, invés de corrigir.

Cativeiro de toda a nação em Babilônia, Templo destruído, cidade arrasada. Andando desolado entre as ruínas, Jeremias relembrou o que ensejara que acontecesse aquilo: “Os teus profetas viram para ti, vaidade e loucura, e não manifestaram tua maldade, para impedirem teu cativeiro; mas viram para ti cargas vãs e motivos de expulsão”. Lam 2;14

O primeiro risco em que se incorre intentando andar na senda espiritual é ter profetas de estimação; pregadores prediletos. Esses que nos agradam com seu desempenho, poderão ser “nossos” pregadores diletos; mas, os que são espiritualmente medicinais, são do Senhor. Não nos acarinham; antes, denunciam. Podem soar desagradáveis, mas laboram para nos desviar do eterno cativeiro.

Se minhas predileções, invés da Palavra do Senhor balizarem meu caminho, por religioso que eu seja, e zeloso que me apresente, a rigor, estarei seguindo o Capeta, em lugar do Senhor. Foi ele o mentor de que podemos ser independentes, valorar bem e mal ao nosso paladar.

Faz melhor aquele que se entristece e compunge no íntimo após uma mensagem, que outro, que se alegra com o pregador. Pois ele tem boas chances de ter sido confrontado com seus pecados e chamado ao arrependimento. O que apenas foi entretido, assistiu a um teatro enganoso.

Não temos mais profetas nem sacerdotes aos moldes da Antiga Aliança. Hoje temos ministros do Evangelho, que, devem ser difusores do Sacerdócio Eterno de Jesus Cristo, pregadores da Sua Palavra.

Entretanto, a mesma seriedade que era requerida daqueles de outrora, ainda é no que tange aos atuais. A inclinação dos pecadores que preferem ser entretidos, invés de desnudados, cresceu muito mais, infelizmente.

Qualquer coisa que foi falada pelo Senhor, interpretada retamente, no devido contexto, é uma profecia; “Rugiu o leão, quem não temerá? Falou O Senhor Deus, quem não profetizará?” Am 3;8

Como nos dias de Jeremias, o compromisso com Deus em defesa da verdade gerava perseguição, ainda é. As pessoas não são arredias à ideia de serem religiosas; apenas, odeiam ficar mal na foto; e onde Cristo desfila, todos ficamos. “Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;20

A decisão é nossa: Seguir numa mesmice religiosa e viciosa que nos empatará e culminará em perdição, ou, ousar na senda da verdade, para sermos salvos. “O que encobre suas transgressões nunca prosperará, mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia.” Prov 28;13

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