“... O Deus de nossos pais de antemão te designou para que conheças Sua vontade, vejas aquele Justo e ouças a voz da Sua boca. Porque hás de ser Sua testemunha para com todos os homens do que tens visto e ouvido”. Atos 22;14 e 15
O perseguidor da Igreja, encontrando com Jesus acabou cego; foi mantido assim por três dias, para rever caminhos, repensar motivos; O Senhor enviou-lhe Ananias; o qual, mesmo temendo, por causa dos feitos de Saulo, obedeceu. Orou para que a visão dele fosse restaurada, e acrescentou as falas que vimos acima.
Temos escolhas, uma vez chamados, a cooperar com O Senhor; porém, isso se restringe a obedecer ou, não. Pois, antes das nossas opções, pesa o Divino desígnio. “O Deus dos nossos pais te designou...”
Isso, tanto é honroso, quanto, responsabilizador. Seguindo diretrizes dos religiosos, Saulo acreditava estar servindo a Deus; encontrado pelo próprio Senhor, foi convidado a um “pit stop”, para receber instruções mais pontuais. No afã das nossas inclinações naturais, acabamos vendo coisas que não foram reveladas pelo Eterno.
Quem se rende a Cristo, deveras, já não pode falar: “Sou dono do meu caminho, do meu nariz, ninguém manda em mim; faço o que me der na telha”. Quem ousar falar assim, pelo menos tenha a decência de não se pretender, cristão. Pois, quanto a esses, está dito: “Ou não sabeis que vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e não sois de vós mesmos?” I Cor 6;19
Antes de nos comissionar O Eterno revela Seus motivos; “... te designou para que conheças Sua vontade...” Aquilo que poderia simplesmente nos ordenar, O Santo decide revelar as razões. Deseja cooperadores esclarecidos e voluntários; não, meros títeres.
“... vejas Aquele Justo...” óbvio que Ananias estava falando do Senhor. Não é dado a todos, o privilégio que foi concedido a Saulo; ele foi arrebatado ao terceiro Céu, ouviu coisas grandiosas, porque a Divina Bondade lhe quis revelar. Então, invés de um recém desperto contando um sonho, um cientista avaliando evidências, um filósofo exercitando-se em busca de saber, ele pode dizer: “Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei...” I Cor 11;23 Não estou investigando, conjecturando, filosofando; antes, vos digo: O plano Divino é esse. Eu recebi.
Proporcional à missão para a qual nos chama, O Salvador nos enriquece de luz, porque sabe que nos será necessário. Não queria que Saulo ensinasse apenas de “ouvir falar”, como dissera Jó; antes, lhe foi ordenado: “...Porque hás de ser Sua testemunha (de Cristo) para com todos os homens do que tens visto e ouvido”. Seria uma testemunha ocular.
Seu “conhecimento” de Jesus Cristo, quando ainda estava na incredulidade, entre aqueles que se opunham ao Ministério do Salvador, de nada valera; então refez: “Assim que daqui por diante a ninguém conhecemos segundo a carne; ainda que também tenhamos conhecido Cristo segundo a carne, contudo, agora já não O conhecemos deste modo.” II Cor 5;16
A primeira coisa necessária ao ministério pois, é o conhecimento de Jesus Cristo do modo que Ele se revela, não do nebuloso e desonesto mirante dos opositores.
Em geral, as pessoas desejam se justificar, invés de serem justificadas por Ele; então, escolhem uma “contradição” aqui, um escândalo acolá, como se fosse possível se lavar com lama. Escândalos acontecem, infelizmente; mas têm a ver com o que são alguns que usam O Nome do Senhor, não com o que Ele É.
As supostas contradições vertem da desonestidade ou, inépcia intelectual, dos “intérpretes, como ironizou Agostinho: “lendo a Bíblia encontrei muitos erros, - disse - todos, em mim.”
Se todo o homem fosse, como Saulo, forçado a repensar, reavaliar por três dias, seus motivos, suas escolhas, talvez, tivesse a alma purgada de superficialidades e desonestidades várias, e se atrevesse a ver O Senhor, como Ele se revelou, não como a oposição O pretende pintar.
A rejeição ao senhor não esbarra em motivos intelectuais; como se Ele fosse inalcançável às mentes mais simples; os que evitam Sua aproximação, o fazem, porque bem sabem o que Ele significa, e o que requer, de quem ousar segui-lo: “... a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;19 e 20
Por isso, os que se atrevem a receber O Senhor sem reservas, precisam abdicar das antigas inclinações, sem exceção: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.” II Cor 5;17
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