“Por causa disto me ponho de joelhos perante o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo.” Ef 3;14
Paulo expondo aos cristãos de Éfeso, uma causa que o fazia orar por eles. Seria o lugar comum, aos olhos do vulgo, orarmos quando estamos nalguma necessidade, de livramento, suprimento, relacionamento, saúde.
Não é errado rogamos por isso quando necessário. Mas, a excelência reside em fazermos as coisas segundo a hierarquização proposta pelo Salvador. Ele ensinou qual deve ser nossa prioridade: “Mas, buscai primeiro o Reino de Deus, e sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” Mat 6;33
As coisas atinentes à Justiça Divina, luz espiritual, o santo propósito para nós, devem ser nossa iniciativa prioritária, nossa busca; a manutenção da vida provendo-nos os meios, o Próprio Senhor se encarrega de facilitar as condições, para os tenhamos. Não significa nos omitirmos ao trabalho; antes, confiarmos na Sabedoria e propósito do Eterno.
Dito isto, vejamos o motivo pelo qual Paulo se ajoelhava; “Para que, segundo as riquezas da Sua Glória, vos conceda que sejais corroborados com poder pelo Seu Espírito no homem interior;” v 16
Mais que os meios de subsistência do homem natural; anelava o fortalecimento pelo Espírito, do sobrenatural, o homem interior. “Primeiro, o Reino de Deus e sua justiça...”
O fortalecimento espiritual, também tem sua incidência um pouco distinta do modo usual de se ver. Em geral, do espiritualmente fortalecido, pensamos que seja um homem cheio de autoridade, dons, eloquência... essas coisas podem fazer parte do pacote. Mas, o que Paulo desejava quando rogou pelo fortalecimento espiritual dos irmãos tinha a ver mais, com luz, que com algum outro tipo de poder.
“Para que Cristo habite pela fé nos vossos corações; a fim de, estando arraigados e fundados em amor, poderdes perfeitamente compreender, com todos os santos, a largura, o comprimento, a altura, a profundidade; conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus.” Vs 17 a 19
Ora, para alguém se colocar de joelhos perante O Senhor clamando por luz, carece ter já, algum grau de iluminação. Pelo menos, para entender sua carência nesse aspecto. Invés de rogar pelo poder de Deus em seu favor, requerer mais luz, para compreender o amor; eis um motivo pelo qual vale à pena se colocar de joelhos!
“Lato sensu”, todos compreendem ao amor. Porém, o Amor de Deus é algo estrito, superior, de outra magnitude.
Pecamos, alienados do Criador, ao colocar a capacidade de amar, Dele recebida, na direção errada; e como disse Spurgeon, “Uma coisa boa não é boa, fora do seu lugar.”
Assim, o amor próprio desmedido acaba patrocinando o egoísmo; o amor pelo dinheiro, se torna um fomentador da avareza; o amor pelas trevas, mais que a luz, enseja o culto dos vícios, em “recipientes” que foram projetados para a virtude; não é assim, o Amor de Deus. Paulo que fizera grandes males à Divina Obra, no começo, mas fora iluminado, chamado e perdoado; mais que isso, comissionado com poder especial, bem conhecia o Amor do Eterno.
Desse modo, além de confiar numa resposta favorável do Santo, sabia que viria ainda mais; disse que Deus “... É poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente, além daquilo que pedimos ou pensamos...” v 20
Por que fazer além do que é pedido? Porque o pedido, geralmente, atina a uma necessidade; o amor visa demonstrar um sentimento.
Por isso, os amados do Senhor, também devem saber ir além do estritamente formal, do que lhes é ordenado; esse passo extra é uma demonstração de amor, que O Eterno deseja. “Assim também vós, quando fizerdes tudo o que vos for mandado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos somente o que devíamos fazer.” Luc 17;10
O modo como vemos as coisas, evidencia, se já entendemos o Amor Divino, ou não. Quando alguém nos calunia, faz algum mal, se nosso sentimento é de retribuição imediata, “Que Deus te dê em dobro”, traços de egoísmo e amor próprio desmedido ainda nos marcam.
Se, olhamos aos que se dão aos vícios como gente que está “usufruindo” da vida, invés de, desperdiçando-a, também teremos razões para nos preocupar com nossa estatura espiritual.
Quem tem em si o Amor de Deus como o motivador, compadece-se dos que erram, mesmo que, o erro seja contra si. “Perdoa-lhes! Eles não sabem o que fazem.”
Por isso Paulo orou pedindo luz ao homem interior. Feito assim, para conosco, passaremos a ver, em parte, como Deus. Senão, nossa “luz” ainda estará escura; “Se, porém, teus olhos forem maus, teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!” Mat 6;23
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