sexta-feira, 20 de setembro de 2024

Haters de Deus


“Porque eles mesmos anunciam de nós qual a entrada que tivemos para convosco; como dos ídolos vos convertestes a Deus, para servir O Deus Vivo e Verdadeiro.” I Tess 1;9

Igrejas da Acaia e Macedônia, tomavam como exemplo a mudança radical ocorrida em Tessalônica, desde quando, pela ministração de Paulo, os tessalonicenses abraçaram à fé.

Uma conversão coletiva, enseja mudanças profundas numa comunidade. Naquele caso, “... dos ídolos vos convertestes a Deus, para servir ao Deus Vivo e Verdadeiro.”

Toda a escolha encerra perdas. Suponhamos que alguém deva tomar para si um algarismo favorito de zero a nove: Ao dizer sim, ao de sua predileção, automaticamente disse não, os demais. Nas coisas do coração, quando se decide casar, a opção por um cônjuge, traz anexa a rejeição de todos as demais possibilidades, eventuais pretendentes.

De igual modo, a fé. Embora, a palavra da moda seja ecumenismo, todos deveriam se unir, mesmo, cada um preservando seu modo de crer, no tocante ao “Deus Vivo e Verdadeiro”, essa escolha exclui a todas as demais. Senão, O Todo Poderoso, Criador dos Céus e da Terra, seria do mesmo calibre que qualquer fantoche de humana feitura.

Em Tessalônica, cultuavam a ídolos, coisas derivadas das mãos humanas. O Eterno diz: “Eu sou O Senhor; este é O Meu Nome; Minha Glória, pois, a outrem não darei, nem Meu Louvor às imagens de escultura.” Is 42;8 “... nada sabem os que conduzem em procissão suas imagens de escultura, feitas de madeira, e rogam a um deus que não pode salvar.” Is 45;20 etc.

Sempre aparece um sofista a dizer que, não adora imagens, apenas venera; para defender que são como a fotos de um parente falecido; pior: Os que pegam incidentes onde, Deus mandou fazer imagem de dois querubins, ou, uma serpente de metal, como se isso legitimasse à idolatria.

Venerar e adorar são sinônimos; os tais cultuam imagens, lhes fazem procissões, coisas que não fazem ao Deus Vivo; dirigem orações às coisas mortas, como elas pudessem ouvir, e em todos os lugares, como se fossem onipresentes. Quanto à fotografia de um ente querido, ninguém faz orações, nem lhe fala, como se, o falecido inda vivesse; ninguém, psicologicamente sadio, ao menos.

Por ter, O Criador ordenado a confecção de certas imagens, derivar disso uma “permissão” tipo, se Deus pode, eu também posso, bastaria olhar para o que está criado, e pensar se também pode, antes da estupidez de pretender ter as mesmas prerrogativas.

Se o Eterno ordena a fazer algo para si, é a obediência que convém ao servo prudente. Quanto ao tema, porém, foi categórico: “Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque Eu, O Senhor teu Deus, Sou Deus Zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que Me odeiam.” Ex 20;4 e 5

Diferente do que possa pensar um incauto, a confecção de imagens proibidas não é uma forma de “enriquecer a fé”, tampouco, incrementar ou facilitar a adoração; antes, deriva de odiar ao Senhor.

Ninguém assumirá isso abertamente. “Aquele que odeia dissimula com seus lábios, mas no seu íntimo encobre o engano;” Prov 26;24 O mestre dos sofistas, que cega entendimentos dos incrédulos, Satanás, sempre prepara uma desculpa piedosa para que a desobediência, camuflada com tais vestes, não se mostre como é.

O amor a Deus não se manifesta com lisonjas, antes, com obediência à Sua Palavra; “Se Me amais, guardai os Meus mandamentos.” Jo 14;15 “Aquele que tem Meus mandamentos e os guarda esse é o que Me ama; aquele que Me ama será amado de Meu Pai; Eu o amarei, e Me manifestarei a ele.” Jo 14;21

Os reféns da Mentira, os “haters” de Deus, conseguem a proeza de sê-lo, fingindo servi-lo. Quem ama a Deus deveras, se incomoda com tudo o que contraia ao Espírito Santo, que nele está. “Pois o zelo da Tua casa me devorou, as afrontas dos que Te afrontam caíram sobre mim.” Sal 69;9

Quem se pretende, servo do Deus Vivo, mas, ao ver seu Senhor profanado, não arde em zelo, nem peleja em defesa da justiça e da verdade, não passa de um idiota útil da oposição, pela cegueira na qual erra.

A conversão salta aos olhos, pela mudança radical que enseja, como ocorreu em Tessalônica. Os que “servem a Deus”, mas ninguém sabe, não exibem sinais notórios disso, lograram a proeza de esconder algo que, O Salvador disse ser impossível: “... não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte...” Mat 5;14

quinta-feira, 19 de setembro de 2024

Os sábios


“Dá instrução ao sábio, e ele se fará mais sábio; ensina o justo e ele aumentará em entendimento.” Prov 9;9

O paralelismo sinonímico é uma característica da poesia hebraica. Onde, uma sentença esposa uma ideia, depois, reitera-a com outras palavras.

É o caso do provérbio supra. “Dá instrução ao sábio e ele se fará mais sábio", é sinônimo de: “Ensina o justo e ele aumentará em entendimento.”

Não parece contraditório que um sábio careça de ensino, instrução? Existem dois aspectos da sabedoria; o princípio e o contingente. O sábio em princípio é alguém que fez a escolha de lidar com os fatos, mesmo que esses lhe sejam adversos. De índole dócil, ensinável, temente a Deus; inda que, sabendo pouco, é um sábio em princípio, pela abertura da sua alma, que se faz permeável ao Senhor. “O temor do Senhor é o princípio do conhecimento...” Prov 1;7

Na segunda sentença, o “sábio” é chamado de justo; pois, além de aplicado ao aprendizado, o tal, é amigo da probidade, praticante da justiça. Essa qualidade lhe permite admitir suas insipiências, e questionar buscando aprendizado. Tem um lapso a preencher, mais que, uma coroa de latão a ostentar no inglório reino da presunção.

Entretanto, esse espécime é mais notório pela ausência, que, pela incidência em nossos dias, infelizmente. Cada um porta-se como sendo uma obra acabada, que não carece aperfeiçoamento, mandando longe qualquer tentativa de ensino; afinal, o Google lhe “ensina” tudo o que precisa saber. Os demais, que se mantenham distantes; afinal, não pagam suas contas. Se alguém discordar, corrigir, bastará cancelar ao “enxerido.”

Se me dissessem há alguns anos, que, roupas rasgadas seriam moda, dar tapas na cara seria uma competição com grande apelo, que homens lutariam boxe contra mulheres, pela derivação de uma doença ideológica, que escolheríamos nossos “representantes” colocando-os numa rinha, como galos, para vibrar com quem agride mais, eu me recusaria a acreditar que nos tornaríamos tão imbecilizados assim. Contudo, teria que me desculpar com meu hipotético profeta.

Tenho medo dos próximos passos dessa geração melindrosa, refratária ao conhecimento, aos valores e princípios, amoral e imoral. A decadência da espécie foi tida como inevitável, a Salomão: “Nunca digas: Por que foram os dias passados melhores do que estes? Porque não provém da sabedoria esta pergunta.” Ecl 7;10 Ou seja: A derrocada do “homo sapiens” seria tão esperável à sabedoria, que sequer estranharia sua incidência.

Porém, o aprendizado em si pode ser um cansaço inócuo, dependendo do quê, alguém está aprendendo. Paulo citou as mulheres que se deixavam ludibriar por mestres viciosos; “Porque deste número são os que se introduzem pelas casas, e levam cativas mulheres néscias carregadas de pecados, levadas de várias concupiscências; que aprendem sempre, e nunca podem chegar ao conhecimento da verdade.” II Tim 3;6 e 7

Aprender a verdade deve ser nosso alvo, mesmo que, para tanto careçamos descartar muitas “certezas”, rever posturas, comportamentos, modo de pensar.

O conhecimento da verdade costuma ser um vento contrário nesse mundo de mentiras onde vivemos. Ora, a mentira airosa exibe seu “Ingrêis”, “fake News”; outra, se esconde no eufemismo de “narrativa”, mas, segue sendo a bosta de sempre. 

Podemos facilmente andar a favor do vento, sem necessidade de nos indispormos com “A” ou “B”; mas, ao “vestirmos a roupa da moda”, estaremos traindo a nós mesmos, privando-nos do que é valioso, pela acomodação preguiçosa ao mais fácil.

A recusa em conhecer à verdade é fatal. O Salvador ensinou: “... Se vós permanecerdes na Minha Palavra, verdadeiramente sereis Meus discípulos; conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.’ Jo 8;31 e 32

O problema é que para isso, carecemos uma mudança radical, tanto, que, soa como se nos anulássemos, pela verdade; “... Se alguém quiser vir após Mim, negue a si mesmo, tome sua cruz, e siga-me.” Mc 8;34

A sabedoria de quem confia em Deus, permite “ver” além das aparências, e apostar todas as fichas nas consequências que Ele garante: “Porque aquele que quiser salvar sua vida, perdê-la-á, e quem perder sua vida por amor de Mim, achá-la-á.” Mat 16;25 

Só os sábios de fato, se atrevem a tanto; “Todavia falamos sabedoria entre os perfeitos; não a sabedoria deste mundo, nem dos príncipes deste mundo, que se aniquilam; mas, falamos a sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória;” I Cor 2;6 e 7

A sabedoria que Deus lega, diferente do conhecimento que é amoral, tem consórcio com retidão, justiça, como vimos no princípio. “... o Senhor dá sabedoria; da Sua boca é que vem conhecimento e entendimento. Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade;” Prov 2;6 e 7

quarta-feira, 18 de setembro de 2024

Mosaico Papal


Fala do Papa Francisco na Ásia.

“Todas as religiões são um caminho para chegar a Deus. São como línguas diferentes, diversos caminhos para chegarmos lá. Mas Deus é Deus de todos. Se vocês começassem a discutir, a minha religião é mais importante que a tua, é verdadeira e a tua, não; onde isso nos levará? Meu Deus é mais importante que o teu; é sério isso? Há um só Deus e nossa religiões são linguagens, caminhos para levar a Deus. Uns são Sick outros, muçulmanos, outros, hindus e cristãos. São caminhos diferentes. Entendido?”

Entendido e aplaudido foi isso; para protesto, sobretudo, dos católicos, que o Pontífice deveria representar.

Sempre se ensinou que “fora da Igreja Católica não existe salvação.” Agora aparece um Papa “Infalível”, e assegura que todos os caminhos, diversos, antagônicos, levam a Deus. Natural a decepção dos que, têm que lidar com tamanha contradição.

Também discordo da fala, porém, por motivos distintos dos católicos. A Salvação nunca foi atrelada a uma instituição; antes a um relacionamento “A vida eterna é esta: que conheçam, a Ti só, por Único Deus Verdadeiro, e a Jesus Cristo, a Quem enviaste.” Jo 17;3

A tradição não está em pé de igualdade com A Palavra de Deus; aliás, Jesus censurou aos que, em defesa dela, anulavam à Palavra. “... invalidastes, pela vossa tradição, o mandamento de Deus.” Mat 15;6 “... invalidais o mandamento de Deus para guardardes vossa tradição.” Mc 7;9

Assim, quando uma tradição se chocar com A Palavra da Vida, para um vero cristão, não é difícil escolher. Fúteis são as coisas humanas; Pedro “o primeiro Papa” ensinou: “... Julgai vós se é justo, diante de Deus, ouvir-vos, antes que a Deus;” Atos 4;19

Invocar “santos” e Maria como mediadores, é uma tradição, que contraria à Palavra: “Porque há Um só Deus, e Um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.” I Tim 2;5

Chamar ao líder espiritual de pai, (Padre), também é uma tradição espúria. “A ninguém na terra chameis vosso pai, porque Um só é o vosso Pai, o qual está nos Céus.” Mat 23;9

O batismo infantil também é uma tradição avessa À Palavra. Devemos batizar quem crê; não, crianças incapazes para isso; etc.

Não raro, nos acusam que para nós tudo é a Bíblia. Quisera fosse, mas, muitos distorcem, omitem, malversam também. Alguém se dizer evangélico, protestante, não é sinônimo de ortodoxia, infelizmente.

Mas, quem leva devidamente a sério sua vocação em Cristo, não ousa fora dos limites estabelecidos. “Toda A Palavra de Deus é pura; escudo é para os que confiam Nele. Nada acrescentes às Suas Palavras, para que não te repreenda e sejas achado mentiroso.” Prov 30;5 e 6

Não de agora, quando vemos a coisa acontecendo aos nossos olhos, mas, há muito, os que conhecem e se baseiam na Palavra de Deus, como diretriz da vida, vêm alertando que chegará a ditadura da religião única, onde todas as crenças serão validadas, exceto, a Sã Doutrina de Cristo.

Esse levante contra O Ungido do Senhor está expresso: “Por que se amotinam os gentios, os povos imaginam coisas vãs? Os reis da terra se levantam, governos consultam juntamente contra o Senhor e contra Seu Ungido, dizendo: Rompamos Suas ataduras, sacudamos de nós Suas cordas.” Sal 2;1 a 3

Cristo É Categórico: “Eu Sou O Caminho, A Verdade e a Vida; ninguém vem a Pai, senão, por Mim.” Jo 14;6 

Para o Papa Papudo, animistas, falicistas, hinduístas, budistas, islâmicos, etc. estão todos certos, todos no caminho. (?)

Deus é Um só, dizem os sofistas. Pois, não apenas Deus, há mais coisas que são ímpares, e devemos considerar: “Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus, Pai de todos, o qual é sobre todos, por todos e em todos vós.” Ef 4;4 a 6

Ou regressamos a Ele nos Seus termos, ou nunca o faremos. Quem ensina diferente disso é assassino e pilantra.

A mega igreja global se estabelecerá e governará por uns dias. A intimidade com Deus prescreve que nos separemos do que é profano, invés de nos unirmos.

Ao sistema, pouco importa se os católicos estão zelosos pelo catolicismo. Farão o que lhes der na telha, ignorando protestos. Quisera, o zelo daqueles, fosse por Deus e Sua Palavra, não pela instituição e suas tradições.

A Igreja como conheceram acabará; em seu lugar a mega Babilônia global.

Que Deus lhes faça aprender que, o testemunho de salvação vem Dele, não de selos humanos. “O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus.” Rom 8;16

segunda-feira, 16 de setembro de 2024

A maldição


“Como ao pássaro o vaguear, à andorinha o voar, assim a maldição sem causa não virá.” Prov 26;2

Alados quando voam, sempre o fazem por algum motivo; buscam alimento, água, construir um ninho, fugir de uma ameaça; aves migratórias entendem quando chega o tempo de partir. Enfim, o voo das tais, sempre tem uma causa.

Mas qual seria a causa da maldição? Antes de vermos isso, é necessário fazer distinção entre dois tipos de maldição. A que é proferida pelos lábios de alguém contra outrem, e a oriunda de Deus.

No que tange aos nossos lábios, somos ensinados a não incorrer nisso, sob pena de culpa. “Abençoai aos que vos perseguem, abençoai, não amaldiçoeis.” Rom 12;14 Afinal, O Salvador dissera: “Como quereis que os homens vos façam, da mesma maneira lhes fazei também.” Luc 6;31

Como não queremos ser amaldiçoados, que não sejamos amaldiçoadores também. Pois, amar ao semelhante é um mandamento. Não significa que devamos ser lisonjeiros com ele, gostar na marra, da sua companhia, tampouco, concordar com tudo o que ele faz; sendo nós justos, lenientes ante eventual falha, verazes e bondosos para com ele, estaremos manifestando um tratamento condizente com o amor que deve fazer ao próximo como deseja que aquele faça a si.

Porém, a maldição oriunda de Deus, sempre tem o pecado, a rebeldia, como causa. Quando cometido o primeiro, que ensejou a queda, entre outras coisas O Criador disse: “... Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher, e comeste da árvore de que te ordenei, dizendo: Não comerás dela, maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida. Espinhos, e cardos também, te produzirá...” Gn 3;17 e 18

A primeira maldição acrescentou algo novo à criação. Espinhos e cardos. Desde então, a coisa só fez crescer. O pecado tornou o homem filho de Satanás, Jo 8;44; e a progressão da maldade por todas as partes também arrastou consigo as inevitáveis consequências; “A terra está contaminada por causa dos seus moradores; porquanto têm transgredido as leis, mudado os estatutos, e quebrado a Aliança Eterna. Por isso a maldição consome a terra...” Is 24.5 e 6

A Lei de Deus amaldiçoava a quem não a cumprisse cabalmente, coisa que nenhum ser humano consegue; “Todos aqueles, pois, que são das obras da Lei estão debaixo da maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da Lei, para fazê-las.” Gál 3;10

Por isso nossa urgente necessidade de Jesus Cristo; “Cristo nos resgatou da maldição da Lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro; para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios por Jesus Cristo, para que, pela fé nós recebamos a promessa do Espírito.” Gál 3;13 e 14 O Salvador recebeu em Si, a maldição que caberia a nós, para que Nele, fôssemos abençoados.

Os que tentam fundir Cristo com a Lei de Moisés, exigindo a guarda do sábado, por exemplo, precisam ver mais detalhadamente o que era requerido nesse dia.

“Não acendereis fogo em nenhuma das vossas moradas no dia do sábado.” Ex 35.3 “... cada um fique no seu lugar, ninguém saia do seu lugar no sétimo dia.” Ex 16;29 Não cumprir cabalmente à Lei trazia maldição. Por isso, quem se abriga nela, acaba se apartando de Cristo que remiu quem crê. “Separados estais de Cristo, vós os que vos justificais pela Lei; da Graça tendes caído.” Gál 5;4

Deve significar algo, a última palavra do Antigo Testamento ser “maldição”; o primeiro ensino do Mestre, na Nova Aliança, começar com “Bem aventurado”; Mat 5;3 e, o último verso da Palavra, uma bênção rogando a Graça de Cristo. Apoc 22;21

Espinhos não faziam parte da criação, nem o pecado estava no Divino propósito. Fomos abençoados pela fé no Salvador, “... os que são da fé são benditos com o crente Abraão.” Gl; 3;9 Nossos “espinhos” foram tirados pelo perdão.

Tenhamos cuidado pois, para nos portarmos de modo a nos mantermos no lugar onde O Eterno ordena vida e bênção. “Porque assim diz o Senhor aos homens de Judá e a Jerusalém: Preparai para vós o campo de lavoura, não semeeis entre espinhos.” Jr 4;3

Desde outrora, Deus tem chamado o homem às melhores escolhas. “Céus e Terra tomo hoje por testemunhas contra vós, de que te tenho proposto vida e morte, bênção e maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência, amando ao Senhor teu Deus, dando ouvidos à Sua Voz, e achegando-te a Ele; pois Ele é a tua vida e o prolongamento dos teus dias...” Deut 30;19;20
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domingo, 15 de setembro de 2024

O que ler?


“Persiste em ler, exortar e ensinar, até que eu vá.” I Tim 4;13

Recebi de um amigo que me honra lendo meus textos, o pedido de indicação de leituras relevantes.

Pensei um pouco, mais um pouco, algumas dezenas de títulos se deixaram fotografar na parede da memória. Mesmo assim, não me atrevi a recomendar nenhum. Uma série de “efeitos colaterais” me assustaram.

Já aconteceu de alguém me indicar algo “imperdível;” eu ler sem ter me empolgado. Certamente, coisas que indiquei também passaram pelo mesmo crivo, decepção.

Por que isso acontece? Porque temos necessidades e paladares diferentes, e estamos em estágios distintos em nossa escalada de aprendizado. Assim, nem sempre o que soa aprazível a um, tem o mesmo resultado a outro.

Podemos ainda, diferir sobre o que buscamos, quando lemos. Em se tratando de teor espiritual, nenhum cristão colocará nada no lugar da Palavra de Deus. Além da teologia, para a devida interpretação, bons autores, como Charles H. Mackintosh, Charles Spurgeon, Don Richardson que seu espetacular “O Fator Melquisedeque”, algo sobre os puritanos, Dave Hant, com “A sedução do Cristianismo” e “Escapando da Sedução”, foram leituras que me fizeram bem.

A Palavra coloca um conselho sobre a busca da sabedoria: “Examinai tudo. Retende o bem.” I Tess 5;21

Assim, o fato de alguém ser Arminiano, não deve tolher que leia bons autores Calvinistas, e vice-versa. Eu sou cristão, entretanto, li o “Alcorão” mais de uma vez; “o Livro de Mórmon”, “O Grande Conflito”, alguns títulos espíritas, livros de psicologia, e muitos de filosofia. Qual o proveito? Não sei. Mas, na pior das hipóteses, um livro com teor que descremos, enriquece nosso vocabulário, permite conhecer os motivos de quem crê diferente, nos qualificando a argumentar com conhecimento, quando falarmos com um desses.

Quem gosta de sensibilidade apurada e linguagem poética, Antoine de Saint Exupèry, com a “Terra dos Homens” e “O pequeno Príncipe”, embora não tenham teor espiritual, mostram profunda habilidade na leitura da alma humana, e grande riqueza poética no modo como isso é expresso.

Se outrem desejar aprender com certo humor, “O Elogio da Loucura” de Erasmo de Roterdã é um achado. Na filosofia, “O Livre Arbítrio” de Artur Schopenhauer me ajudou. Os diálogos de Platão, Górgias, Teeteto, A República, Sofista, Fédon etc. também têm seu valor. Não significa que concordo, necessariamente, com tudo que está exposto lá. Na receita aquela do “examinai tudo e retende o bem”, devemos ser cuidadosos. Se, no método argumentativo a dialética é admirável, no teor, nem sempre o que se lê nos soa digno, probo.

Li “O Mundo de Sofia” de Jostein Garden; é uma espécie de sumário da história da Filosofia, desde os pré-socráticos, até meados do século XX. O autor não esposa nenhuma visão, apenas, menciona cada uma expondo o que essa defendia, em linhas gerais.

A busca da sabedoria deve ter a avidez de um garimpo, segundo o mais sábio entre os homens, Salomão. “Se clamares por conhecimento, por inteligência alçares tua voz, se como a prata a buscares, como a tesouros escondidos a procurares, então entenderás o temor do Senhor, e acharás o conhecimento de Deus. Porque o Senhor dá sabedoria; da Sua Boca é que vem o conhecimento e entendimento.” Prov 2;3 a 6

Já ouvi pregadores com sua exagerada ênfase no “poder”, baixando a lenha em outros que citam filósofos em suas mensagens. Ora, quando a citação serve para enfatizar uma verdade bíblica, como a aversão à luz ensinada por Cristo em João Cap 3; 19 a 21 Foi Platão que disse: “Trágico não é a criança com medo do escuro; antes, os adultos com medo da luz.” Qual problema citar algo assim?

Paulo menciona o cretense Epimênides na carta a Tito. Tt 1;12 Pediu certa vez: “Quando vieres, traze a capa que deixei em Trôade, em casa de Carpo e os livros, principalmente, os pergaminhos.” II Tim 4;13

Portanto, querido irmão, perdoe-me se não me atrevo a prescrever esse ou aquele livro. Talvez, o maior trunfo de um autodidata, (Um idiota por conta própria, como definiu o Quintana) seja ele não receber “nada” em troca de seus estudos.

Difere de quem busca se formar por um diploma, e um labor naquilo que se habilitou que permita ganhar a vida; natural e honesto, isso. Quem busca ao conhecimento “apenas” por ele mesmo, tem melhores chances de apreciá-lo em seu real valor.

Se, por um lado, tudo recebemos do Senhor; Ele nos capacita ao aprendizado; por outro, nossas escolhas terão consequências. Foi a um que desde criança estudava, que foi dito: “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a Palavra da Verdade.” II Tim 2;15

Pablo Marçal


“O temor do Senhor é o princípio do conhecimento; os loucos desprezam sabedoria e instrução.” Prov 1;7

Vendo parte de uma “entrevista” do candidato a prefeito de São Paulo, Pablo Marçal, uma “jornalista” queixou-se que ele respondera uma pergunta com outra; ele se defendeu: “Isso é um princípio de sabedoria.”

Destaquei a palavra entrevista, e seus agentes, jornalistas, entre aspas, pelo triste fato que, grande parte de nossa imprensa, escrita, televisada e falada deixou de fazer jornalismo há muito, e passou a fazer militância política.

Se, o inquirido é daqueles pelos quais militam, são dóceis, servis, só fazem questionamentos ensaiados, sem nenhum risco de constrangimento; todavia, quando é um desafeto assentado entre eles, a mesma planta que antes exalara perfume se torna “carnívora” e tudo faz para devorar, a quem deveriam apenas questionar e deixar responder como aprouvesse.

Assim, ser o entrevistado, arredio, é compreensível. Sua agressividade e má vontade é um recurso de legítima defesa.

Não estou no rol dos admiradores de Marçal, malgrado, tenha tripudiado, nos debates com os demais concorrentes e com a imprensa que, invés de inquirir, de certa forma, debate também. Torço que ele vença por duas razões: Seus concorrentes são muito ruins; e ele defende valores de direita, com os quais me identifico, só isso.

O sujeito tem rapidez de raciocínio, boa gama de informações, célere trânsito no mundo virtual, negócios, e habilidade retórica notável. Contudo, essas qualidades não bastam para forjar a integridade. Certamente servem para os embates nos quais ele está envolvido; mas, nem tudo na vida é uma questão de velocidade, nem acúmulo de bens.

A rapidez na arte de falar costuma ensejar alguns acidentes. “Não te precipites com tua boca, nem teu coração se apresse a pronunciar palavra alguma diante de Deus; porque Deus está nos Céus, tu estás sobre a terra; assim sejam poucas as tuas palavras. Porque da muita ocupação vêm os sonhos, a voz do tolo, da multidão das palavras.” Ecl 5;2 e 3

Assim, voltando ao começo, princípio de sabedoria é o “Temor do Senhor.” Responder perguntando é redarguir, coisa que qualquer beócio consegue.

Infelizmente, em muitas palestras que ele deu na ocupação de coach, foi flagrado em grotescas mentiras, e, manipulação de eventuais “assistidos” descontentes com a contrapartida dele, pelo alto valor cobrado.

A arte de fazer as coisas acontecerem é melhor que a inércia; entretanto, o ativismo em si é amoral. A vera sabedoria, além de dominar o “como” fazer, requer a integridade de um “porquê?”

Nesse prisma de um viver alinhado ao Divino propósito, a cultura, a versatilidade retórica, a rapidez de locomoção ou raciocínio não contam. “Voltei-me, e vi debaixo do sol que não é dos ligeiros a carreira, nem dos fortes a batalha; tampouco, dos sábios o pão, ou, dos prudentes as riquezas, nem, dos entendidos o favor, mas que o tempo e a oportunidade ocorrem a todos.” Ecl 9;11

Os que temem Ao Senhor, o bastante para adotarem como normas de vida, os Divinos Ensinamentos, por simples e incultos que sejam, são sábios pelo valor da escolha que fazem.

Não é problema o sujeito ter determinados predicados; entretanto, não deve confiar neles nem os considerar como substitutos de Cristo, como fez Paulo que tinha vasta cultura. “Na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como escória, para que possa ganhar a Cristo.” Fp 3;8

Submetidos ao Senhor, de onde os mesmos vieram, os dons se tornam bênçãos, como os de Paulo que, o capacitaram a escrever grande parte do Novo Testamento.

Nos dias de Sócrates, os sofistas, hábeis na retórica e descompromissados morais, eram desprezados pelos filósofos. Esses buscavam pela verdade, mesmo que, eventualmente estivesse em domínios alheios; aqueles, prevalecer num debate, ainda que, para tanto, usassem a mentira. Eram obreiros amorais aptos a produzir crença sem ciência, apenas.

Nós outros, decorridos 2500 anos, estaríamos no mesmo lugar; a apreciar a loquacidade vazia, onde deveríamos buscar pela verdade.

Há porções de saber ao alcance, no âmbito experimental, como esposavam os empiristas; outras, acessíveis apenas no escopo racional, como defendiam os racionalistas; mas, nada, por esse método ou aquele, deve desafinar das diretrizes espirituais legadas pelo Senhor, sob pena de confundirmos o ouro de tolos, com o nobre metal.

Alguns séculos antes de Sócrates, Jeremias já dissera: “Eu sei, ó Senhor, que não é do homem seu caminho; nem do homem que caminha o dirigir seus passos.” Jr 10;23

A vida real não é tão administrável, quanto, a virtual. Num debate, basta ser mais veloz. Mas, como dizia Joelmir Betting, “Na prática, a teoria é outra.”

sábado, 14 de setembro de 2024

A nova Lei


“Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte.” Rom 8;2

Paulo está dizendo que uma Lei libertadora nos tirou das garras de outra, mortal. Mudança necessária, tendo, a relação do homem com Deus progredido do sacerdócio levítico para outro, superior. “Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também, mudança da lei.” Heb 7;12

Não se trata de algum “aperfeiçoamento”, como se, O que É Perfeito em Sabedoria, tivesse criado algo rudimentar, tosco, e vendo a inutilidade, refizesse num molde melhor. Paulo ensina: “... a Lei é Santa, o mandamento santo, justo e bom.” Rom 7;12

O propósito da Lei nunca foi salvar. Visava expor nossa pecaminosidade, necessidade de salvação. Assim, “... vindo o mandamento, reviveu o pecado, e eu morri. O mandamento que era para vida, achei que era para morte.” Rom 7;9 e 10 Nesse sentido, a letra mata; os Divinos mandamentos evidenciam nossa culpa e nos fazem réus de morte; em Cristo, fomos chamados a “... um novo testamento, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, o espírito vivifica.” II Cro 3;6

Eis, o Divino propósito na Lei! “... a Lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados.” Gál 3;24

Mandamentos sobre amar a Deus, ao próximo, e honrar aos pais não perderam vigência. A “Lei do Espírito de Vida” foi além do “cumprimento” exterior; propiciou tratamento das causas.

A purificação do Salvador excede em muito aos corpos, regenera consciências. “Porque, se o sangue dos touros e bodes, a cinza de uma novilha esparzida sobre os imundos, os santifica, quanto à purificação da carne, quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito Eterno se ofereceu imaculado a Deus, purificará vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus Vivo?” Heb 9;13 e 14

O sábado, além de um testemunho sobre, ao qual Deus, serviam os Hebreus, era um cuidado amoroso com a saúde humana. “... o sábado foi feito por causa do homem...” transgredi-lo era grave como a outro mandado qualquer. Cristo diz que “... É lícito fazer bem nos sábados.” Mat 12;12

A observância da lei como meio de salvação, desvia da Graça em Cristo, por pretender colocar a “justiça” humana, onde só a Divina é suficiente; quem assim faz, invés de obediência, manifesta rebeldia; “Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus, procurando estabelecer a própria justiça, não se sujeitaram à justiça de Deus.” Rom 10;3 a insubmissão é característica da carne; “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, pode ser.” Rom 8;7

Se Deus mudou algo que Ele mesmo estabeleceu, para um patamar superior, não nos cabe questionar; apenas, obedecer. A recusa implica em nova queda. “Separados estais de Cristo, vós que vos justificais pela Lei; da graça tendes caído.” Gál 5;4

Quem rejeita ao Senhor, porque teria algo melhor, Moisés, carece entender bem o lugar de cada um; “Porque Ele é tido por digno de tanto maior glória que Moisés, quanto maior honra que a casa tem aquele que a edificou.” Heb 3;3

Não apenas num dia da semana, mas em todo o tempo, devemos andar em Espírito, em submissão ao Espírito Santo que O Salvador enviou para nos conduzir; Ele a todo momento selará suas diretrizes em nosso espírito, seja o dia da semana, que for. Se assim fizermos, “... nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito.” Rom 8;1

A não observância do sábado não é uma facilitação das coisas para nós; antes, deriva da nossa compreensão do propósito Divino, que requer de nós coisas ainda melhores. A Lei continua valendo; por Ela Deus julgará o mundo. Mas os que recebem a Cristo, “morrem” para ela e renascem para outra, superior. “Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a Lei pelo corpo de Cristo, para que sejais de outro, daquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de que demos fruto para Deus.” Rom 7;4

Alguém quer descansar no sábado, qual o problema? “Um faz diferença entre dia e dia, outro julga iguais todos os dias. Cada um esteja inteiramente seguro em sua própria mente.” Rom 14;5

Apenas não convertam isso em “Selo de Deus”, porque não é, nem o domingo em “marca da besta”, que é igualmente, tolo.

O Selo de Deus é O Espírito Santo; “Não entristeçais O Espírito Santo de Deus, no qual estais selados...” Ef 4;30 a marca, um código de acesso ao sistema global, onde estará o dinheiro digital.

Quem andar em espírito, pelo Espírito terá livramento oportuno.