terça-feira, 30 de janeiro de 2024

Obsessão sexual


“Não é este o carpinteiro, filho de Maria, irmão de Tiago, José, Judas e Simão? não estão aqui conosco suas irmãs? Escandalizavam-se Nele.” Mc 6:3

Por Jesus operar os milagres que operava, sendo conhecido com sua família, escandalizava; O Mestre viu naquilo, desonra; “... Não há profeta sem honra senão na sua pátria, entre seus parentes, e na sua casa.” V 4

Quatro irmãos dele são citados nominalmente, e “irmãs”; o que supõe, no mínimo, duas. Fez parte de uma família normal. O respeito de José pela missão excepcional dada a Maria pelo Eterno requeria que ele não a tocasse maritalmente até o nascimento do filho. Depois a vida seguiu seu curso. “José, despertando do sono, fez como o anjo do Senhor lhe ordenara; recebeu sua mulher; e não a conheceu até que deu à luz seu filho, o primogênito...” Mat 1:24 e 25

Para o catolicismo, Maria seguiu virgem para sempre. Talvez, pela ideia errônea que o pecado original seja o sexo; como ela era santa, criaram um dogma que padece na orfandade, por falta de filiação bíblica. Não é necessário que alguém seja casto para que seja santo. Basta que sua vida sexual se dê, dentro dos parâmetros Divinos.

Dizem os defensores do referido dogma, que os “irmãos” de Jesus seriam meros parentes. Assim eram chamados, num sentido amplo, os que vinham da mesma linhagem sanguínea.

De fato, havia menção de um líder, uma tribo, e os demais eram alistados como irmãos. “Seus irmãos, os levitas, foram postos para todo ministério do tabernáculo da casa de Deus.” I Cr 6:48

Isso quando se tratava de citação genérica. Há distinção entre “parentes” e irmãos, como vemos nos versos acima.

Quando são citados pelos nomes, um a um, isso elimina a ideia de uma menção genérica, por tratar-se de uma abordagem estrita. Além do que, quando quis se referir à prima de Maria, Isabel, o Anjo a chamou assim, invés de chamar de irmã, uma vez que era da parentela. “Eis que também Isabel, tua prima, concebeu um filho em sua velhice...” Luc 1:36

Houve um momento em que os irmãos dele, escandalizados com as coisas que Ele dizia e fazia, concluíram que Ele estava fora da casinha, precisava ser detido; “Quando os seus ouviram isto, saíram para o prender; porque diziam: Está fora de si.” Mc 3:21

Só teriam esses “escrúpulos” os da família; “se Ele seguir assim, o que pensarão de nós?” Caso fosse apenas da parentela, a “culpa” sendo diluída entre muitos, causaria menos pejo.

Quando a “comissão para zelo da honra da família” chegou onde Jesus estava, sabendo Ele, da intenção pela qual o buscavam, ignorou-os solenemente. “Chegaram, então, seus irmãos sua mãe; estando fora, mandaram-no chamar. A multidão estava assentada ao redor Dele, e disseram-lhe: Eis que Tua mãe e Teus irmãos Te procuram, estão lá fora. Ele lhes respondeu, dizendo: Quem é Minha mãe e Meus irmãos? Olhando em redor para os que estavam assentados junto Dele, disse: Eis aqui Minha mãe e Meus irmãos. Porquanto, qualquer que fizer a vontade de Deus, esse é Meu irmão, Minha irmã e Minha mãe.” Mc 3:31 a 35

Dada a errônea e indevida intenção da “comissão familiar” o Senhor abstraiu os laços sanguíneos, e guindou o parentesco para o âmbito espiritual. “qualquer que fizer a vontade de Deus, é Meu irmão...” Naquele momento, seus irmãos de sangue se opunham à Vontade Divina.

A obsessão pelo sexo, como vimos, fez com que, adotassem a errada ideia que o pecado original fosse o tal. Na verdade, foi apenas a desobediência. A mulher pecou sozinha; depois, convenceu seu marido a fazer o mesmo, o que elimina o ato conjugal, por óbvias razões.

O que é a imposição do celibato, senão, um desdobramento mais, dessa obsessão? Se alguém quiser “se fazer eunuco” por amor ao Reino de Deus, que o faça, voluntariamente, não, obrigado. Paulo era celibatário. “Porque quereria que todos os homens fossem como eu; mas cada um tem de Deus seu próprio dom... se não podem conter-se, casem-se.” I Cor7:7 e 9

Quando uma igreja decide que pode alterar, suprimir ou suplementar A Palavra de Deus, onde, quando, irá parar? No lado oposto da antiga obsessão, o “Papa” pretende abençoar uniões homoafetivas. Muitos que, concordaram com outras alterações da Palavra, achando que a Igreja podia, agora reclamam dos “avanços” do Papa.

Como sempre tivemos os limites da Palavra como muralha intransponível, seguimos no mesmo lugar. Não damos a Maria, funções que A Palavra não dá; é nosso modo de respeitar a ambas; nem às perversões sexuais, um nome diferente ao que a Bíblia já deu. O erro seguirá sendo erro, mesmo que todos o endossem.

segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

Acessórios da Luz


“Quando a sabedoria entrar no teu coração, o conhecimento for agradável à tua alma, o bom siso te guardará e a inteligência te conservará;” Prov 2:10 e 11

“Quando a sabedoria entrar no teu coração...”
Postar verdades profundas que copiamos de acolá e colamos aqui, não requer que nos aprofundemos. Para uma abordagem superficial assim, não carecemos que verdades entrem no nosso cérebro, nem no coração.

Basta que as coisas nos pareçam interessantes, para que as “entreguemos” a outrem, como quem passa o bastão numa corrida de revezamento.

Mera repetição descompromissada de sentenças, filosóficas, espirituais, era o “Control V” da época. Cristo acusou os religiosos dos Seus dias, de falazes superficiais, sem compromisso com a verdade; “Este povo se aproxima de Mim com sua boca; Me honra com seus lábios, mas seu coração está longe de mim.” Mat 15:8

A porta de acesso à sabedoria, requer como primeiro passo, algo que despreza a superficialidade artificial, tendo em mente que sua fonte é O Eterno; “O temor do Senhor é o princípio do conhecimento; os loucos desprezam sabedoria e instrução.” Prov 1:7

O temor do Senhor nos leva a prezarmos as coisas que Ele ensina mediante Sua Palavra; por isso, seu nexo com a sabedoria. “Escondi Tua Palavra no meu coração, para não pecar contra ti.” Sal 119:11

“... o conhecimento for agradável à tua alma...”
tendemos a nos agradar daquilo que nos traz aprovação, elogios; no entanto, o conhecimento de, como somos, à luz de Deus, não costuma ser agradável, em face do que nos mostra. Muitas coisas “inocentes” das quais gostamos, são definidas como réprobas aos Olhos Divinos. Ver-se alguém, no espelho pode ser agradável, estando esse, “bem na foto”; todavia, estando em maus lençóis, nossa feiura aparecerá. Ante O Santo, todos estamos mal; “não há um justo sequer.” Rom 3;10

Vistas as próprias falhas, duas alternativas se apresentarão. Quem ama a verdade se entristecerá, por estar mui aquém do que deveria; arrependido, pensará em mudar; o amante de si mesmo se ressentirá contra o ensino, até mesmo, contra quem ensina, como aconteceu nos dias do Mestre.

“A condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3:19 e 20

Felizes os que conseguem ver as dádivas Divinas como elas são; com amor pela verdade, acima do amor próprio! “A Lei do Senhor é perfeita, e refrigera a alma; o testemunho do Senhor é fiel, dá sabedoria aos símplices. Os preceitos do Senhor são retos e alegram o coração; o mandamento do Senhor é puro e ilumina os olhos. O temor do Senhor é limpo, permanece eternamente; os juízos do Senhor são verdadeiros e justos juntamente.” Sal 19:7 a 9

“... o bom siso te guardará...”
um sinônimo para bom senso, agir com sensatez, equilíbrio, antevisão das consequências. Aos cristãos de Éfeso foi recomendado: “Por isso não sejais insensatos, mas entendei a vontade do Senhor.” Ef 5:17

Tendo entendido pela Luz da Doutrina de Cristo, que não somos do mundo, embora estejamos nele, que devemos negar a nós mesmos em favor da submissão ao Senhor, não seria sensato seguirmos andando conforme o mundo, com suas devassidões, incredulidades, valores invertidos.

O preceito traz: “... apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rom 12:2

Como uma antiga couraça, apenas vestindo-a o guerreiro estava protegido contra dardos e outras armas, assim A Palavra de Deus; apenas praticando-a estaremos por ela guardados da perdição.

“... a inteligência te conservará.” A inteligência em si é uma faculdade neutra; serve ao ateu, ao incrédulo, ao cristão. Porém a serviço do espírito, meditando nas coisas eternas, guinda-nos a um upgrade impensável, por trazer profundezas insondáveis para a mente comum, ao domínio daquele que medita no Senhor; “Tenho mais entendimento que todos os meus mestres, porque os Teus testemunhos são minha meditação.” Sal 119:99

Se a inteligência apenas, não logra alcançar às profundezas de Deus, carece de revelação, submissa ao Espírito Santo, será capacitada a fazer as melhores aplicações, das dádivas que receber.

A revelação ensina que ficarão de fora do Reino, os mentirosos; a sabedoria convence-nos a não mentir; a inteligência possibilita vermos a diferença entre uma e outra.

Oportunamente, faculta as melhores escolhas; “A estupidez coloca-se na primeira fila para ser vista; a inteligência coloca-se na retaguarda para ver.” Bertrand Russell.

Alucinados


“Também vi que todo trabalho, toda a destreza em obras, traz ao homem a inveja do seu próximo...” Ecl 4:4

Dizem: Ninguém joga pedras em árvore que não tenha frutos. Ou seja: Ninguém invejaria ao obtuso, bisonho, sem nenhuma habilidade. Todavia, a qualidade, a destreza em determinadas obras, costuma atrair aquela admiração maquiada, a inveja.

Um dos pecados mais antigos, superado talvez, em precocidade, apenas pela mentira e a desobediência.

Quando Abel e Caim decidiram prestar culto ao Senhor, cada um à sua maneira, pelo fato de O Eterno ter aceito a Abel e suas oferendas, e rejeitado a Caim, a inveja desse assomou de tal forma, que lhe desfigurou o rosto.

“Aconteceu ao cabo de dias que Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao Senhor. Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas, e da sua gordura; atentou o Senhor para Abel e para sua oferta. Mas, para Caim e sua oferta não atentou. Irou-se Caim fortemente, descaiu-lhe o semblante. O Senhor disse a Caim: Por que te iraste? Por que descaiu teu semblante? Se bem fizeres, não é certo que serás aceito? Se não fizeres bem, o pecado jaz à porta, sobre ti será seu desejo; mas sobre ele deves dominar.” Gn 4:3 a 7

Alguns teólogos especulam que a aceitação de um e rejeição de outro foi pelo tipo da oferta de cada um; Abel trouxe uma ovelha, e Caim frutos da terra. A necessidade de sangue para a reconciliação do homem com Deus, deveria ser tipificada desde então.

Com devido respeito, me permito discordar. Ofertas de cereais eram aceitas pelo Senhor, basta ler o Levítico. O motivo da distinção entre um e outro, não tem a ver com suas ofertas; antes com suas motivações. Basta observarmos o texto; O Senhor olhou antes para a pessoa, depois, para sua oferta. “Atentou O Senhor para Abel e, sua oferta; mas para Caim e sua oferta, não atentou...”

Que a situação espiritual do ofertante vem antes da oferta, O Salvador ensinou: “Portanto, se trouxeres tua oferta ao altar, e aí te lembrares que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali diante do altar tua oferta; vai reconciliar-te primeiro com teu irmão; depois, vem e apresenta tua oferta.” Mat 5:23 e 24 Não pretendas estar em paz com Deus, estando em guerra com o semelhante.

João acrescentou; “Se alguém diz: Eu amo Deus, e odeia seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu?” Jo 4:20

Ao meu ver, pois, Abel manifestara gratidão a Deus, adoração, esse fora seu motivo; ao passo que, Caim, fora a emulação o ciúme do irmão que o levara a cultuar também; seu motivo era mesquinho, rivalidade, competição; Deus não aceitou para Si, aquilo que, a rigor não era para Ele.

“Se bem fizeres, não é certo que serás aceito?” Perguntou O Criador ao indignado Caim. Em geral, o invejoso deseja a aprovação que seu invejado recebe, sem fazer as mesmas coisas. Anseia ser igual ou superior nos louvores, sem apresentar dignos motivos para isso.

Mas, se a inveja é tão grave assim, por que não aparece nos Dez Mandamentos? Não temos um que vete: Não invejarás.

Ora, tanto o falso testemunho pode derivar da inveja, quanto, a cobiça; e temos dois mandamentos vetando essas coisas; portanto, a Lei de Deus se encarregava de remover à inveja pelas raízes.

Acaso não foi a inveja pela aceitação popular que Jesus recebia que acendia aos brios dos religiosos de Sua época. Até Pilatos que observava de fora sabia que não era a justiça o motivo do clamor deles, contra O Salvador. “Porque ele bem sabia que por inveja os principais dos sacerdotes o tinham entregado.” Mac 15:10

O que motiva ao traíra, a impor na marra, um império global, uma religião apenas; a suplementação de sua falta de onisciência mediante a tecnologia, senão, sua inveja de Deus?

Isaías retratou os desejos do coração poluído dele; “Como caíste desde o céu, ó Lúcifer, filho da alva! Como foste cortado por terra, tu que debilitavas as nações! Tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei meu trono, no monte da congregação me assentarei, aos lados do norte. Subirei sobre as alturas das nuvens, serei semelhante ao Altíssimo.” Is 14:12 a 14

A admiração nos convida a nos identificarmos, a sermos parecidos com aquele a quem admiramos; a inveja forja competição, desejo de ter o que não nos pertence. 

Quem se nega a ver as coisas como são, se faz refém de alucinações doentias, num escapismo da realidade, preferindo a futilidade das ilusões.

domingo, 28 de janeiro de 2024

Os ventos; a palha


“... assopraram ventos, combateram aquela casa e caiu; foi grande sua queda.” Mat 7:27

Em geral, quando pensamos em nossas “casas”, testadas pelos ventos, cogitamos provações de cunho particular; maledicências, privações, incompreensões, carências, enfermidades, etc. Essas coisas todas acontecem; mas, os ventos que colocam a prova a nossa fé vão muito além das incidências pessoais.

Preceituando a necessidade de aprendizado para a edificação, Paulo apontou o alvo e o motivo: Devemos crescer, “Até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, para que, não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente.” Ef 4:13 e 14

A negligência nisso foi constatada entre os hebreus, e eles levaram um puxão de orelhas bem rígido; “... vos fizestes negligentes para ouvir. Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar os primeiros rudimentos das palavras de Deus; vos haveis feito tais que necessitais de leite, não de sólido mantimento. Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça, porque é menino.” Heb 5:11 a 13

Ventos de doutrinas sopram continuamente; fazem enormes estragos nas nossas caminhadas espirituais, caso não estejamos devidamente edificados em Cristo.

O obreiro preparado se faz uma barreira contra as poluídas águas das heresias; porém, o que foi relapso, facilmente pode ser cooptado por doutrinas espúrias; presto se fará um divulgador dos enganos aos quais capitulou.

Veja diuturnamente, gente que nada aprendeu quando deveria, agora, refém de um simulacro sem vida, ensinado o que pensa saber, estando na estúpida posse do “brinquedo novo”, mais distante de Cristo do que antes, quando era apenas omisso.

Sinto vergonha alheia, quando ouço que um “evangélico” finalmente descobriu a “verdade” no catolicismo; outro, enfim, “entendeu” que deveria guardar o sábado; um terceiro “aprende” que os dízimos eram coisas do Antigo Testamento; após ele, aquele que, finalmente descobriu o “Nome Verdadeiro” do Eterno, passando a atacar, desfazer dos que não esposam o que “só ele sabe”; isso sem mencionar as falácias amorosas das tais “Igrejas inclusivas”.

À sombra de alguma dessas perversões doutrinárias, certamente buscará abrigo, aquele que, por relapso, deixou de buscar a edificação em Cristo, no devido tempo. Ventos testando a casa que, deveria estar na Rocha, mas, os fatos mostram que estava na areia.

Paulo foi categórico: “Não vos movais facilmente do vosso entendimento...” II Tess 2;2 O contexto era o da volta do Senhor; mas, certamente se aplica, o conselho, sobre a permanência na doutrina aprendida, como disse noutra parte: “Ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro Evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema.” Gál 1:8

Não há novidades teológicas a serem descobertas. Tudo o que era necessário foi dado em tempo; ensinado, estabelecido pela Doutrina dos apóstolos. “Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo.” I Cor 3:11

Antigo é esse conselho: “Teme ao Senhor, filho meu, e ao rei; não te ponhas com os que buscam mudanças, porque de repente se levantará a sua destruição; a ruína de ambos, quem o sabe?” Prov 24:21 e 22

Desde os dias iniciais da Igreja, os ataques a ela começaram mediante infiltrados; foi preceituado o devido combate, em defesa da sanidade da fé. “Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da salvação comum, tive por necessidade escrever-vos, e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos. Porque se introduziram alguns, que já antes estavam escritos para este mesmo juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de Deus; negam a Deus, Único Dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo.” Jd vs 3 e 4

A novidade desejável, necessária, tem a ver com os frutos da transformação operada em nós por Cristo; “De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós em novidade de vida.” Rom 6:4

É muito mais fácil mudar nuances da fé, denominação, doutrina, que mudar o caráter pelas renúncias necessárias em submissão a Cristo. Esse tipo de mudanças, geralmente conta com incentivos externos; de gente de caminhos errôneos, e ousadas pretensões; cegos pretendendo guiar outros cegos.

Quem pretende acessar venturas na eternidade pelos degraus das facilidades, trai a si mesmo, sem fazer distinção entre o valioso e o vulgar. “... aquele que tem a Minha Palavra, fale Minha Palavra com verdade. Que tem a palha com o trigo? diz o Senhor.” Jr 23:28

Homens de fé


“Quanto a mim, os meus pés quase que se desviaram; pouco faltou para que escorregassem meus passos. Pois, eu tinha inveja dos néscios, quando via a prosperidade dos ímpios.” Sal 73:2 e 3

“... meus pés quase se desviaram...”
o motivo que “atraía” ao desvio, foi lido nas entrelinhas dessa confissão, como sendo uma queda, não, uma aquisição. “pouco faltou para que escorregassem meus passos.”

Certamente foi após o entendimento exato das coisas que a narrativa foi escrita. No momento em que o comportamento ímpio “leva vantagem”, assoma uma dúvida sobre a escolha de quem opta pela probidade. Faz parecer que, a virtude é um “desperdício”, uma vez que demanda renúncias, e “não compensa.”

Essa foi a “conclusão” o que chegara o escritor. “Na verdade, que em vão tenho purificado meu coração; lavei minhas mãos na inocência. Pois todo o dia tenho sido afligido, castigado cada manhã.” Sal 73:13 e 14

Que valeu escolher a justiça, inocência, se estou sofrendo, enquanto, os que vivem de qualquer maneira, vivem prósperos, folgados?

A ideia de amarmos à justiça por fatores paralelos, como louvores, recompensas, no fundo, deriva da mesma “moral” da “Teologia da Prosperidade.” Pode ser mera mercância disfarçada de virtude.

Mesmo filósofos, que não eram homens espirituais, apenas, racionais, deploravam isso. Sócrates disse, mais ou menos o seguinte: “Quando um homem for considerado justo, lhe caberão por isso, aplausos, elogios, louvores; ficaremos sem saber se ele é justo por apreço à retidão, ou, aos louvores que recebe. Convém, pois, expor o tal, a uma situação onde seja privado de todas essas coisas; se ainda assim, permanecer justo, certamente, o é, por amor à justiça.”

Além de agradar a Deus pela honra que tributa à Sua Palavra, a fé também é uma necessidade funcional, dado o que está em jogo; se, as recompensas fossem imediatas, quer boas, quer ruins, isso a eliminaria, trazendo a coisa para um escambo presente.

Se, fosse mera troca imediata, faça isso e receba aquilo, um exercício, uma recompensa, qualquer animal adestrado poderia manifestar “fé”. Deus pensa do homem, ser esse um pouco mais alto que os animais, uma vez que o criou à Sua própria Imagem e Semelhança.

Dado que a Semelhança com O Criador implica termos um espírito, que os animais não têm, O Eterno espera que façamos uso dessa capacidade atemporal, de tocar o passado, via arrependimento, o futuro através da fé; bem como, entender as vicissitudes presentes, mediante reflexão segundo Sua Palavra. “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se espera, a prova das coisas que se não vê.” Heb 11:1

Não são as circunstâncias que patrocinam as escolhas da fé; ela excede-as; de Moisés A Palavra diz: “Pela fé deixou o Egito, não temendo a ira do rei; porque ficou firme, como vendo o invisível.” Heb 11:27

Quando tudo escurece ao nosso redor, ainda assim, a fé descansa na Integridade e no propósito do Senhor; são essas coisas que ela “vê” quando sadia; “Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do seu servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor; firme-se sobre seu Deus.” Is 50:10

Os que “fabricam saídas” quando Deus os quer em confiantes esperas, são comparados aos que acendem fogo estranho; “Eis que todos vós, que acendeis fogo e vos cingis com faíscas, andai entre as labaredas do vosso fogo, entre as faíscas, que acendestes. Isto vos sobrevirá da Minha Mão, em tormentos jazereis.” V 11

Que a confissão de Agur, de invejar eventualmente os ímpios foi escrita após uma visão melhor, o mesmo texto deixa ver. As coisas que desejou num momento primeiro, considerou ofensivas aos heróis da fé do passado, meramente falar; “Se eu dissesse: Falarei assim; eis que ofenderia a geração de Teus filhos. Quando pensava em entender isto, foi para mim muito doloroso; até que entrei no santuário de Deus; então, entendi o fim deles.” 73:15 a 17

Doloroso entender; pareceu injusto, inicialmente. Porém, o valor de um caminho se deve mensurar pelo destino ao qual conduz, não pela facilidade da caminhada. “Certamente Tu os puseste em lugares escorregadios; Tu os lanças em destruição. Como caem na desolação, quase num momento! Ficam totalmente consumidos de terrores.” Vs 18 e 19

Tendem os que são da fé e ver cada vez maiores as “vantagens” dos ímpios, e os prejuízos dos fiéis, num mundo como esse, que “jaz no maligno”.

É esperável que cada ação receba a devida recompensa; as nossas estão depositadas no porvir. Nosso tesouro está no céu; aqui temos aflições. “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.” I Cor 15:19

sábado, 27 de janeiro de 2024

"Os filhos de Deus."


“Viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas; tomaram para si mulheres de todas que escolheram.” Gn 6:2

Além da violência, a poligamia grassava, antes do dilúvio.

Duas correntes disputam sobre quem seriam os “filhos de Deus” que tomaram para si, tantas mulheres, quantas, desejaram.

Uns defendem que seriam anjos, que, seduzidos pela beleza das mulheres, deixaram seus estados originais, para copularem com elas; teriam alcançado filhos de gigantesca estatura. Certo que existiram gigantes naqueles dias, mas, esse fato no corrobora nada.

Outros acreditam que, a distinção entre os filhos de Deus e dos homens era uma leitura da condição espiritual de uns e outros; assim como hoje temos os convertidos e os que estão em inimizade com Deus;

ao longo do Antigo Testamento tivemos o “povo eleito” e os gentios; então, a descendência de Sete, por seu viés piedoso era tida como, filhos de Deus; ao passo que, a de Caim, pela razão oposta, eram os filhos dos homens.

Assim seria, meramente, a descendência dos piedosos misturar-se pela união carnal, com a dos ímpios.

Não é fácil tomar posição quanto a isso, dispondo de poucos dados, para nossos argumentos.

Alguém poderia obstar contra a leitura da condição espiritual, que, se apenas Noé e sua família foram salvos no Dilúvio, oito pessoas, não havia muitos “filhos de Deus” naqueles dias. Seria um argumento a considerar.

Contudo, os fatos narrados pelo homem tendem a sê-lo, a partir da perspectiva humana. Suponhamos que nosso país fosse destruído por algo semelhante ao dilúvio; uma dezena de pessoas sobrevivesse. Depois, resolvesse escrever como eram as coisas antes do evento. Talvez, no prisma religioso anotasse que mais de 70% da população era de “Cristãos”, tomando mera profissão externa como base, não a realidade espiritual, que é pífia, infelizmente.

Imediatamente após ao ato promíscuo, O Criador deu um sonoro basta! à humanidade. “Então disse o Senhor: Não contenderá o Meu Espírito para sempre com o homem; porque ele também é carne; porém seus dias serão cento e vinte anos.” V 3 Se, foram anjos caídos os culpados, por que o juízo incidiu sobre os homens?

Quando Pedro diz que alguns anjos “não guardaram seu estado original”, refere-se ao fato que, originalmente viviam em comunhão com O Criador, obedecendo-lhe; seduzidos pelo Canhoto, caíram da ventura original para a sina de demônios.

Aceita a ideia que eram anjos, se faz necessária uma questão mais: Poderiam eles se materializar ao ponto de possuírem semente humana, capaz de gerar filhos? Que muitas vezes apareceram na forma humana isso é narrativa recorrente nas Escrituras. Daí a gerarem filhos com mulheres, dá o que pensar.

Entre a vida plenamente espiritual e a carne, há um lapso que é difícil crer que foi superado apenas por desejos “carnais” de seres espirituais. Dos anjos, diz: “Não são porventura todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação?” Heb 1:14

Tanto que, quando Deus desejou um Sacrifício Perfeito, precisou “preparar um corpo para Cristo”, pois; “... convinha que em tudo fosse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote naquilo que é de Deus, para expiar os pecados do povo.” Heb 2:17
“Por isso, entrando no mundo, diz: Sacrifício e oferta não quiseste, mas corpo me preparaste;” Heb 10:5 “Como acima diz: Sacrifício e oferta, e holocaustos e oblações pelo pecado não quiseste, nem te agradaram... Então disse: Eis aqui venho, para fazer, ó Deus, a Tua vontade. Tira o primeiro,
(sacrifício) para estabelecer o segundo.” Heb 10:8 e 9

Caso seres espirituais possam interagir no âmbito da carne sem um corpo como o nosso, teria sido necessário Jesus nascer de uma mulher?

Portanto, com o devido respeito aos que divergem, penso que se tratava de homens apenas; os “filhos de Deus”, porque se reputavam piedosos pela descendência; e os dos homens, por terem uma situação inversa.

O livro de Enoque? Se alguma fonte de doutrina necessária, estivesse escondida nele, acredito que O Criador, que preservou a pureza da Sua Palavra o teria validado também.

Pedro ensina que Cristo, “... vivificado pelo Espírito... pregou aos espíritos em prisão; os quais noutro tempo foram rebeldes, quando a longanimidade de Deus esperava nos dias de Noé...” I Ped 3:18 a 20

Provavelmente se refere aos “filhos de Deus” que caíram; apenas, pode se rebelar aquele que estava em comunhão. Só é chamado desobediente, quem deveria obedecer. Quem sempre esteve espiritualmente alheio, não se rebelaria.

“... por isto foi pregado o Evangelho também aos mortos...” I Ped 4:6 Anjos não morrem; viram demônios. É tipo da coisa sobre a qual a gente opina, argumenta, sem pretensão de ser categórico, de estar certo.

As tristezas


“Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação, da qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte.” II Cor 7:10

Duas origens possíveis para a tristeza. Tanto ela pode ser segundo Deus, quanto, segundo o mundo.

O que entristece ao Eterno é o pecado, a apostasia, as más escolhas que levam Seus filhos à perdição. 

No mundo, qualquer alvo egoísta não atingido, desejo insano não realizado, entristece; mesmo a bênção, a prosperidade de outrem, magoa ao invejoso que imagina que ele mereceria tais coisas, não, quem as recebeu. Pleitos rasteiros podem ensejar uma tristeza falsificada; o velhaco vitimismo, para “justificar” uma demanda; enfim, as variáveis são imensas, embora a razão básica das tristezas do mundo derive de uma causa; alienação de Deus.

Os que reconciliaram com Ele, mesmo ante tristezas necessárias, ainda concorre uma alegria interior, espiritual, que mitiga os danos daquelas; “Porque o reino de Deus não é, comida, nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo.” Rom 14:17

Davi chegou a dizer que tinha no Senhor, gozo maior que o dos ímpios ao festejar uma grande colheita; “Puseste alegria no meu coração, mais do que no tempo em que se lhes multiplicaram o trigo e o vinho.” Sal 4:7

Em linhas gerais, a tristeza segundo Deus verte de alvos nobres não atingidos, como a salvação; Deus só a permite quando, absolutamente necessária; “Porque não aflige nem entristece de bom grado aos filhos dos homens.” Lam 3:33

Há uma qualidade didática na tristeza, como versou alguém: “Caminhei uma légua com a alegria, incansável tagarela; mesmo que falasse tanto, eu nada aprendi com ela; caminhei uma légua com a tristeza, que nenhuma palavra falou; ah, quanta coisa aprendi, quando a tristeza comigo andou!”

A Obra de Deus, pode ser “feita” segundo Deus, ou, segundo o mundo. Malgrado, O Salvador tenha sido categórico quanto à separação, muitos tentam fundir essas coisas, distintas.

O Senhor disse, dos Seus: “Dei-lhes Tua Palavra, e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como Eu não sou do mundo. Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal. Não são do mundo, como Eu do mundo não sou.” Jo 17:14 a 16

Quem pensa que O Evangelho prioriza “as causas sociais” como está na moda, não entendeu nada.

Se, como vimos, os que são de Cristo, não são do mundo, embora estando nele, por que forjariam as mais espúrias associações, em demanda de um mundo melhor, como pretende o ecumenismo?

O Evangelho não foi dado para a pacífica convivência entre os diferentes; tampouco, para salvar o sistema. Antes, para anunciar retamente a boa nova que confronta e convida ao arrependimento; desafia o pecador a sentir tristeza segundo Deus, por ter errado o caminho, para que se arrependa em tempo.

As preocupações do mundo têm a ver com a salvação do ecossistema, a convivência pacífica, a legitimação das imoralidades, dos vícios; usam o Nome de Deus, eventualmente como verniz; o espírito do engano como diretriz.

Por mais que ímpios não gostem de escutar isso, o mundo não tem conserto; está perdido. O Eterno não pretende salvá-lo; antes salvar dele, os que lhe derem ouvidos, para os quais, outro mundo foi preparado. “Porque, eis que crio novos céus e nova terra; não haverá mais lembrança das coisas passadas, nem mais se recordarão.” Is 65:17

Pedro falou do fim de um, e da vinda de outro mundo; “Havendo, pois, de perecer todas estas coisas, que pessoas vos convém ser em santo trato e piedade, aguardando, e apressando-vos para a vinda do dia de Deus, em que os céus em fogo se desfarão, os elementos, ardendo se fundirão? Mas nós, segundo Sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça.” II Ped 3:11 a 13

João viu o cumprimento da promessa; “Vi um novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe.” Apoc 21:1

Tende esse mundo que, quanto mais avança na vereda do tempo mais se afasta de Deus, a deplorar os que permanecem Nele, segundo Sua Palavra. O desejo mundano por “modernizá-la” é apenas uma máscara para o intento maligno de silenciar À Voz de Deus.

Não somos contra a preservação da natureza, socorro aos pobres, convivência pacífica; também fazemos essas coisas; apenas vemos às tais, não como nosso objetivo aqui; antes, como incidentes paralelos numa caminhada cujo fim é muito mais alto que isso.

Se em última análise não há um mundo melhor para o mundo; há um mundo novo para os que se deixam persuadir pela Palavra de Deus, para salvação.