quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

Os dízimos


Sob a imagem de um homem pensativo a seguinte legenda: “A pensar por que Deus, Criador de milhares de galáxias, precisa de dez por cento do seu salário.”

Parece extremamente eloquente, uma terra arrasada contra a instituição do dízimo. Os amantes do dinheiro e alienados da Palavra de Deus saem rindo satisfeitos após lerem uma “pérola” assim. No entanto, “O que começa um pleito, a princípio parece justo, porém vem seu próximo e o examina.” Prov 18:17

Pois, examinemos a frase. Que O Criador é imensamente rico, de nada tem falta, Ele mesmo afirma; “... Meu é todo animal da selva, e o gado sobre milhares de montanhas. Conheço todas as aves dos montes; Minhas são todas as feras do campo. Se tivesse fome, não te diria, pois Meu é o mundo e sua plenitude.” Sal 50:10 a 12

Quem disse que as coisas que Deus nos ordena, o faz porque necessita? Embora O Eterno se importe com nossas escolhas, porque nos ama e não quer que, nos percamos; nossas opções, sejas justas ou ímpias, não o atingem diretamente.

“Atenta para os céus, e vê; contempla as mais altas nuvens, que são mais altas do que tu. Se pecares, que efetuarás contra Ele? Se tuas transgressões se multiplicarem, que lhe farás? Se fores justo, que lhe darás, ou que receberá Ele da tua mão? Tua impiedade faria mal a outro como tu; e tua justiça aproveitaria ao filho do homem.” Jó 35:5 a 8

Suas Leis visam implementar justiça e verdade nas relações interpessoais; Ele não precisa que sejamos justos, santos, mas deseja; do povo da Antiga Aliança, queixou-se: “... esperou que exercesse juízo, eis aqui opressão; esperou justiça, eis aqui clamor.” Is 5:7

A finalidade primeira do dízimo é a provisão dos meios para que Sua Obra prossiga: “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na Minha casa...” 3:10 Não poderia O Senhor que é riquíssimo prover, sem a “nossa” grana. Tudo que há na terra é dele; se quis assim, com a nossa participação, deve ter Seus motivos.

Não é uma carga vã; pois, em contrapartida O Senhor se responsabiliza em abençoar os fiéis; “... fazei prova de Mim nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se Eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal até que não haja lugar suficiente para recolherdes.” Ml 3;10

Não é um meio de salvação, mas, a oportunidade de mostrarmos nosso amor pela Obra do Senhor. Quem não quiser, nas igrejas sérias, não é obrigado. Porém a colheita de cada um será, necessariamente, conforme a semeadura.

Secundariamente, o dízimo obra a profilaxia contra o amor ao dinheiro. “... os que querem ser ricos caem em tentação, em laço, e muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e traspassaram a si mesmos com muitas dores. Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas...” I Tim 6:9 a 11

Se o dinheiro for apenas algo paralelo, cuja administração não interfere no bom relacionamento com o Criador, sem problemas. Quando de torna um rival, precisamos fazer uma escolha; “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom.” Mat 6:24

Os que esculacham dos que dão dez por cento de seus ganhos na Obra de Deus, jamais levantam a voz contra os desperdícios de bebedeiras, drogas e prostituições, que vislumbram ao redor. Não se trata de zelo econômico, pois; antes, de tentar justificar a incredulidade; envernizar como probas, às escolhas mesquinhas.

É certo que há muitos “marajás da fé”, mercenários mercadores de bênçãos, coisas abomináveis ante O Eterno, que deitam e rolam usando O Nome do Senhor. Ele os julgará. Muitos, ainda nessa vida. Todavia, o homem honesto não usa o fato de O Presidente ser um ladrão, para sonegar impostos. Quem toma como parâmetros comportamentais, aos maus, justifica-os.

Esse lavar-se com lama, não apenas não limpa, como ainda tolhe a autoridade moral, para denunciar aos que agem assim.

Os que servem ao Senhor com integridade, estão “armados até os dentes”, para devido enfrentamento aos jaguares do inimigo, que rosnam na arena dos argumentos falaciosos.

“Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus para destruição das fortalezas; destruindo os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo;” II Cor 10:4,5

A Casa de Deus


“... Este povo diz: Não veio ainda o tempo, em que a casa do Senhor deve ser edificada.” Ageu 1:2

Para a casa de cada um deles era tempo, como o mesmo profeta denunciou: “Porventura é para vós tempo de habitardes nas vossas casas forradas, enquanto esta casa fica deserta?” v 4

O desleixo, o deixar para lá as coisas espirituais estava tendo consequências; “Esperastes muito, mas veio a ser pouco; esse pouco, quando o trouxestes para casa, eu dissipei com um sopro. Por que causa? disse o Senhor dos Exércitos. Por causa da Minha casa, que está deserta, enquanto cada um de vós corre à sua própria casa.” V 9

Voltaram de um cativeiro de 70 anos, sob os Babilônios, depois, os persas; vieram com intento de edificarem o Templo do Senhor, como um sinal de reconciliação com Ele; após terem posto as fundações, dadas algumas adversidades, abandonaram a obra, e cada um se ocupou das próprias coisas deixando pra lá, as do Senhor.

O Eterno exortou a terminarem o que haviam começado, para ser abençoados. “Subi ao monte, trazei madeira, edificai a casa; dela me agradarei, serei glorificado, diz O Senhor.” V 8 “O Senhor suscitou o espírito de Zorobabel, filho de Sealtiel, governador de Judá, o espírito de Josué, filho de Jozadaque, sumo sacerdote, e o espírito de todo o restante do povo; eles vieram e fizeram a obra na casa do Senhor dos Exércitos, seu Deus;” v 14

Após o Advento do Salvador, os “templos” são outros, uma vez que, a adoração requerida não se vincula a um ponto geográfico, antes, a um modo, uma essência; “Deus é Espírito, importa que os que O adoram, adorem em espírito e em verdade.” Jo 4:24

O preenchimento desses dois requisitos, espírito e verdade, é a forma esperada pelo Santo, como correspondência ao Seu Amor; “... Se alguém Me ama, guardará Minha Palavra, e meu Pai o amará; viremos para ele e faremos nele morada.” Jo 14:23

A edificação dos novos templos, pois, invés de colocar estrategicamente, pedra sobre pedra, observando esquadro, prumo e nível, é um aprendizado prático da Santa Palavra que nos edifica.

Paulo alistou os dons na área do ensino, e o objetivo pelo qual eles foram dados; “Ele mesmo deu uns para apóstolos, outros para profetas, evangelistas, pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação...” Ef 4:11,12

Quando, deixamos as coisas de nossos interesses pessoais tomarem a dianteira, relegamos ao descaso as espirituais; o lazer ou a aquisição de bens sobrepuja a nossa vida com Deus; ou, no afã pelas nossas coisas, as desconsideramos até, incorremos no mesmo erro dos coevos de Ageu. Cada um se apressava à sua casa, ao seu conforto, deixando deserta, abandonada, a Casa do Senhor.

Pedro, que o catolicismo convenientemente confunde com a Pedra Angular da Igreja, ele mesmo disse que é Cristo; (Ele é a pedra que foi rejeitada por vós, os edificadores, a qual foi posta por cabeça de esquina. Atos 4:11) coloca cada um de nós como uma partícula que deve ser edificada para fazer boa figura no todo; “Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual, sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo.” I Ped 2:5

Quando deixamos as coisas de Deus em segundo plano, para fazermos se nos “sobrar tempo”, descumprimos o primeiro e mais importante dos mandamentos; “Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda tua alma e de todo teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento.” Mat 22:37,38

Se, meu coração, alma e pensamento estão no Senhor, como eu poderia deixar as coisas Dele em segundo plano?

Nos dias de Ageu, a contrariedade do Eterno se manifestava na diminuição das posses, da colheita e dos animais, visto o egoísmo de então.

Agora, no ministério do espírito, as coisas são diferentes. A pessoa até pode ser “próspera” materialmente, e ser uma indigente espiritual, morta até; “... Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de qualquer um não consiste na abundância do que possui.” Luc 12:15

Quando O Salvador prometeu “vida com abundância” aos Seus, pois, falou da fartura de vida; eterna. Não, de vida com facilidades, antes, advertiu: “No mundo tereis aflições...”

No prisma das posses Paulo ensinou: “... estou instruído, tanto, ter fartura, quanto, ter fome; tanto, ter abundância, quanto, padecer necessidade. Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece.” Fp 4:12,13

O risco de não edificarmos à “Casa de Deus” enquanto podemos, é que passe a vez; só percebamos quando for tarde demais; “Passou a sega, findou o verão e nós não estamos salvos.” Jr 8:20

quarta-feira, 27 de dezembro de 2023

Divina aversão

 

"Mas vossas iniquidades fazem separação entre vós e vosso Deus; vossos pecados encobrem Seu Rosto de vós, para que não vos ouça.” Is 59:2

Depois de afirmar que a Mão do Senhor não está encolhida, nem o Ouvido Divino está doente, o profeta expôs o motivo pelo qual O Eterno não os ouvia.

“... vossos pecados encobrem Seu Rosto de vós...” Isso remete-nos a Habacuque: “Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal...” Hc 1:13

Sendo necessário expor o motivo pelo qual O Senhor não os ouvia, inevitável a conclusão que eles oravam.

Não que um pecador não possa orar a Ele; se assim fosse, ninguém poderia. Porém, quem pretende ter intimidade com O Senhor vivendo de qualquer maneira, acrescenta aos seus muitos pecados, a profanação do Nome Santo. Nos dias de Malaquias, levavam animais defeituosos para o sacrifício.

Se, O Eterno validasse abençoando, aos de comportamento maus, que mensagem anexaria à Sua bênção? Os que ofereciam um culto preguiçoso, trazendo animais imperfeitos, foram assim denunciados: “Mas vós o profanais, quando dizeis: A mesa do Senhor é impura, seu produto, isto é, sua comida é desprezível.” Ml 1:12 Certas coisas, não é necessário dizer; nossas atitudes mostram.

Embora O Senhor ouça e socorra pecadores arrependidos, aos rebeldes rechaça, como bem sabia o cego de nascença que Jesus curou. “Ora, nós sabemos que Deus não ouve a pecadores; mas, se alguém é temente a Deus, e faz Sua vontade, a esse ouve.” Jo 9:31

O mesmo Isaías denunciara a oposição do Senhor aos rebeldes. “Mas eles foram rebeldes, contristaram Seu Espírito Santo; por isso se lhes tornou em inimigo, Ele mesmo pelejou contra eles.” Is 63:10

“Porque o erro dos simples os matará, o desvario dos insensatos os destruirá. Mas o que Me der ouvidos habitará em segurança, estará livre do temor do mal.” Prov 1:32,33

Antes do nosso culto, o Senhor olha para nosso viver, em todos os lugares que andamos. No caso daqueles, dos dias de Malaquias, as pessoas, causavam aversão ao Santo, além dos sacrifícios defeituosos que ofereciam. “Quem há também entre vós que feche as portas por nada, não acenda debalde o fogo do Meu altar? Não tenho prazer em vós, diz o Senhor dos Exércitos, nem aceitarei oferta da vossa mão.” Ml 1:10

É uma temeridade insana oramos ao Senhor para que Ele resolva nossos problemas, sem termos noção que nosso relacionamento com Ele carece de um concerto, antes. Deus sonda os corações e conhece nossas intenções; mesmo estando certas as palavras de nossos rogos, nos desprezará, se o espírito, as intenções estiverem erradas. 

Antes de mudar as circunstâncias do homem pecador, O Eterno quer, lhe mudar o caráter; regenerar. “Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são Seus; qualquer que profere O Nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2:19

Invés da urgente e necessária reconciliação mediante Cristo, os que sonegam a mensagem do Evangelho genuíno, colocam no lugar um “utilitarismo religioso”, onde a impiedade que aliena ao homem do Santo não é tratada; a temeridade que leva o pecador a presumir que O Eterno o servirá, apenas porque ele deseja muito e se dispõe a pagar por isso, é acoroçoada.

“Se Eu tivesse fome, não te diria, pois Meu é o mundo e sua plenitude. Comerei Eu carne de touros? ou beberei sangue de bodes? Oferece a Deus sacrifício de louvor, paga ao Altíssimo os teus votos.” Sal 50:12-14

Como ofereceria sacrifícios de louvores, quem ainda não provou a bendita libertação em Cristo, pela qual, todos os louvores são devidos ao Eterno? Quem ainda não usufrui a salvação, como poderia ser grato por ela?

Se ainda são as “coisas velhas”, os bens terrenos que movem aos tais religiosos, são apenas isso, religiosos; não estão em Cristo. “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.” II Cor 5:17

O Senhor não envelheceu, tampouco, deixou de ser Santo; essa balela modernista de que os tempos são outros, apenas são vernizes suicidas disfarçando que os homens são outros, bem piores, embora, O Altíssimo seja O Mesmo. No Salvador também não há mudança, nem sombra de variação. “Jesus Cristo é o mesmo, ontem, hoje e eternamente".

Se, os religiosos ímpios dos dias de Isaías, foram rejeitados pelo Senhor, não será diferente com os de hoje, mais culpados que aqueles, por terem muito mais vasto conhecimento do Criador.

Embora se coloque muita ênfase na fé, como se, ela bastasse; a fé que não crer nas prescrições e advertência para um viver agradável ao Santo, também não perca tempo reivindicando promessas.

terça-feira, 26 de dezembro de 2023

Fogo roubado


“Quem come do fruto do conhecimento, sempre é expulso de algum paraíso.” Melanie Klein

Não há dúvida que, quem deixa os círculos da mediocridade buscando o conhecimento acaba sendo excluído quase que, automaticamente, de ambientes rasos; porque esses, são refratários a quaisquer feixes, de luz. Dizem que nos tornamos metidos, presunçosos, arrogantes. Não; apenas inadequados ao antigo meio.

Porque há “paraísos” onde a ignorância é a maior ventura. Onde se sabe pouco e ainda têm raiva de quem sabe, como dizem. A “moral” de que, o que os olhos não veem, o coração não sente; ou, o outro lado da moeda no dito de Salomão: “Porque na muita sabedoria há muito enfado; e o que aumenta em conhecimento, aumenta em dor.” Ecl 1:18 essas visões acusam os “males” do conhecimento. 

Assim, o fruto do conhecimento digerido, expulsaria seus comensais do “Éden” indolor da ignorância, rumo à dolorosa sina de ver melhor.

No entanto, nas entrelinhas da ideia inicial, está o mito de “Prometeu”, de uma criação paralela, vestindo à queda humana com roupas bonitas, onde foi dado ao inimigo, que seduziu o primeiro casal rumo à desobediência, aquele nome mitológico.

“O fogo que Prometeu roubou aos deuses e pelo qual foi condenado, representa o conhecimento humano. Mas também, e talvez mais importante, a liberdade. Até aí os homens faziam tudo sem razão, porque os deuses, ao contrário do que tinham feito com os restantes animais, nada lhes deram.” O enredo genérico do mito.

Algumas coisas padecem falta de sentido nessa ideia. Primeiro, que sejam deuses, e não O Deus Vivo, O Criador, o Único. Essa história de Olimpo, deuses e Titãs, carece verossimilhança. 

Segundo; se, os humanos fossem criados inferiores aos animais, sem a ajuda de Prometeu, jamais poderiam ser postos como gestores da criação, como foram os do primeiro casal. Natural que os mitos e a Bíblia desafinem.

Terceiro, se os humanos tivessem sido criados privados de liberdade, não teriam condições de pecar. A única forma de obediência, requer que a mesma seja livre; existindo possibilidade de desobediência. Para o homem ter condições de optar, era preciso que houvesse opções. Isso explica a existência da árvore proibida, como signo da liberdade de escolha facultada; não, como um veto ao conhecimento, como as análises mais grosseiras fazem parecer.

Certo que a serpente afirmou que, desobedecendo, os humanos seriam “como Deus, conhecendo o bem e o mal.” Os “intérpretes” mais bisonhos vêm nisso o “conhecimento” como fato novo.

Adão conhecia a Deus e com Ele falava; dera nome a todas as criaturas que há; recebera o governo, o domínio sobre toda a criação, com uma exceção apenas, para lembrar que era um domínio delegado, não, absoluto. Logo, possuía excelso conhecimento.

A proposta do inimigo trazia a independência, autonomia em relação ao Criador; de lambuja, o conhecimento do mal; o bem já era conhecido. Os “acréscimos” após o pecado, além da morte espiritual e mais tarde, física, foi a presença do medo, e sentimento de culpa na consciência, que levou Adão a se esconder. O mal começou a ser conhecido, então.

Portanto, essa ideia que o homem foi criado quase autômato, acéfalo, e deve a “Prometeu” o “favor” de ter tido acesso ao conhecimento é grotesca falácia, de gente que não aprendeu, mas se apressou a ensinar.

Outra besteira difundida pelo catolicismo é que o “pecado original” seria o sexo. No casamento é abençoado. O pecado original foi desobediência; um de cada vez; primeiro Eva; num segundo momento, Adão. Se fosse o sexo, teriam pecado ambos, de uma vez.

Se, Deus vetasse o conhecimento, como uma coisa má, e sua aquisição indevida, como colocaria sentenças assim: “O Meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também te rejeitarei...” Os 4:6 Ou, “Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, e da sua boca devem os homens buscar a lei porque ele é o mensageiro do Senhor dos Exércitos.” Ml 2:7 ainda; “A vida eterna é esta: que conheçam a Ti só, por Único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.” Jo 17:3 “Porque Eu quero a misericórdia, não sacrifício; e conhecimento de Deus, mais que holocaustos.” Os 6;6 (?) etc.

Há um “paraíso” onde, bruxuleiam emanações de fogos fátuos, dos cadáveres do siso, da lógica e entendimento; sofismas, falso saber, desfilam airosos, defendendo a insipiência engajada como sendo luz; como se bastasse ter algo a dizer, não importando o quê, para que o falaz posasse de conhecedor.

Tanta gente por aí, estragando o silêncio com mau uso das cordas vocais... Oportuno lembrar certo provérbio hindu: “Quando falares - diz - cuida para que tuas palavras sejam melhores que teu silêncio.”

Homens "encarnados"


“Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem pode ser. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus.” Rom 8:7,8

Quantas vezes escutamos que, de boas intenções o inferno está cheio? A ideia é que não basta querer o bem, o que é certo; carecemos da vontade para escolher, e poder para efetuar.

No caso do homem natural, que a Bíblia chama de carne, ou, que vive na carne, mesmo que, eventualmente alguma emulação o desafie, um rasgo de boa vontade convide, a abraçar a virtude nos domínios espirituais, isso está fora do seu alcance.

A inimizade fomentada pelo canhoto na queda, desde o surgimento do ego torna más, até mesmo as coisas “boas”, pela autonomia indevida, e a situação espiritual dos autônomos; pois essas ações, invés de glorificarem a Deus, buscam o brilho próprio, poluindo-as pelo concurso da má intenção; ou, da justiça própria. Nesse caso, a autoconfiança é mais que má; maldita. “Assim diz o Senhor: Maldito o homem que confia no homem, faz da carne o seu braço, e aparta seu coração do Senhor!” Jr 17:5 Um coração alinhado ao do Senhor, faz o que é certo perante Ele, por amor a Ele; não, diante de câmeras.

Sem vida espiritual, nos é impossível ver naquela dimensão, bem como, entrar nela; “... aquele que não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus... aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no Reino de Deus.” João 3:3 e 5

Não significa que não sendo de Deus, quem faz uma boa obra, essa se torne má, necessariamente. Mas, não tendo sido resolvido o problema da vida, da reconciliação, a obra de quem está espiritualmente morto, também é reputada como morta. E, “Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos.” Mat 22:32

Entre as várias mudanças ocorridas na conversão, está essa: “... o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus Vivo;” Heb 9:14 Se as consciências carecem ser purificadas depois de ter feito “obras boas”, no proveito aos semelhantes, é porque ainda são impuras as motivações, alienadas da Vontade do Senhor.

Nas questões matemáticas, a ordem dos fatores não altera o produto; mas, nas espirituais, altera. Quem pratica coisas para ser salvo, peca; blasfema, nega ao Feito Majestoso de Cristo; “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; isto não vem de vós, é dom de Deus. Nem das obras, para que ninguém se glorie;” Ef 2:8,9 Todavia, quem as faz, porque é salvo, glorifica ao Salvador, testificando do que Ele fez; “Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.” Ef 2:10

Logo, o primeiro passo é a reconciliação. O Único meio: Jesus Cristo; “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós a Palavra da reconciliação.” II Cor 5:19

Quem, conhecendo a existência de Deus e Seu convite às boas obras, invés de crer Nele e obedecer, sendo salvo pelos Méritos de Cristo, devaneia que o pode ser pelas próprias forças, sua “boa ação” traz implícita uma blasfêmia. Como se, chamasse, ao Santíssimo de mentiroso; “Quem crê no Filho de Deus, em si mesmo tem o testemunho; quem a Deus não crê mentiroso o fez, porquanto não creu no testemunho que Deus de Seu Filho deu.” I Jo 5:10

Não se trata de vontade; antes, impossibilidade. “Os que estão na carne, não podem agradar a Deus.” Tal atuação é uma tentativa de colocar a força do braço, dinheiro, influência, circunstâncias, num nicho que tem a “medida exata da fé”; e “Sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe, e É galardoador dos que O buscam.” Heb 11:6

Falando em poder, no seio cristão, presto se pensa em milagres, demonstração de sinais; é preciso cuidado com isso. A Bíblia adverte quanto aos sinais e prodígios da mentira. Esses que sopram, jogam paletós e derrubam pessoas, que fruto trazem às igrejas, que glórias oferecem ao Eterno? “Pelos seus frutos os conhecereis.”

O poder necessário, sadio que O Salvador confere aos Seus, atina a capacitá-los para agir como filhos, ingressando-os na dimensão espiritual, fortalecendo-os mediante O Espírito Santo. “A todos quantos O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.” Jo 1:12,13

segunda-feira, 25 de dezembro de 2023

A Teologia da Libertação


“Se vires em alguma província opressão do pobre, violência do direito e da justiça, não te admires de tal procedimento; pois, quem está altamente colocado tem superior que o vigia; e há mais altos que eles.” Ecl 5:8

A Palavra de Deus não compactua com injustiças sociais; a opressão dos pobres, por parte daqueles que os dominam. Tiago coloca o dedo na ferida dos exploradores: “Vosso ouro e vossa prata enferrujaram; sua ferrugem dará testemunho contra vós, e comerá como fogo, vossa carne. Entesourastes para os últimos dias. Eis que o jornal dos trabalhadores que ceifaram vossas terras, e que por vós foi diminuído, clama; os clamores dos que ceifaram entraram nos ouvidos do Senhor dos Exércitos.” Tg 5:3,4

Quer dizer que, os da “Teologia da Libertação” estão certos? Não. Pode haver um quê de verdade na “doença” que diagnosticam; mas, nada, no “remédio” que propõem; tampouco, nos resultados a que chegam, onde aplicam seu “tratamento”.

Onde dominam, castram liberdades, de expressão, ir e vir, crença, escolha; meia dúzia de caciques e o ditador mor enriquecem, miserabilizam o povo, vilipendiam os meios de produção, e a economia das nações.

A famigerada “teologia” é apenas comunismo disfarçado com roupas religiosas roubadas dos varais dos que adormeceram, quando, deveriam vigiar contra as sementes do inimigo na Seara do Senhor.

Injustiças sociais não são problema a ser resolvido pela força do braço; até porque, como vimos, jamais funcionou.

Invés de um levante libertário, um quebra-quebra reivindicatório, como tanto se fez e nunca deu em nada, aos servos de Deus a receita é diferente; “Teme ao Senhor, filho meu, e ao rei; não te ponhas com os que buscam mudanças, porque de repente se levantará a sua destruição; a ruína de ambos, quem o sabe?” Prov 24:21,22

Embora seja legítimo nos identificarmos com determinados candidatos, em face aos valores que defendem, a imposição de um querer à força, destoa do que nos foi prescrito.

Quando um homem recebe autoridade sobre outros, mais que desfrutar de “poder” como vulgarmente pensam, é chamado a um dever.

Se, invés de bem servir ancorado pela honestidade, probidade e atenção às justas demandas, o tal preferir servir-se mediante corrupção, distribuir benesses aos pares, e rigor aos adversários, o tal estará semeando desgraças, que, no devido tempo colherá. “Tudo isto vi quando apliquei meu coração a toda a obra que se faz debaixo do sol; tempo há em que um homem tem domínio sobre outro homem, para desgraça sua.” Ecl 8:9

“... pois quem está altamente colocado tem superior que o vigia...”
embora na terra haja disputas, eleições, pleitos, campanhas, em última análise, nada acontece sem a permissão ou vontade, Divina. “Ele muda os tempos e as estações; remove reis e estabelece reis; Ele dá sabedoria aos sábios e conhecimento aos entendidos.” Dn 2:21

Às vezes, do nada, um “poderoso” é chamado a prestar contas, seus dias de Manda-Chuva terminam; pois, além de ter “Um Superior que os vigia, há altos, mais altos do que eles;” Há poderes na esfera espiritual que podem ingerir do lado de cá, quando bem parecer ao Todo Poderoso.

A obra espiritual trata com indivíduos, não com sistemas; incomoda ver pessoas desvalidas, exploradas? Ajude-as com o que podes. Pois, eventual empatia com a necessidade dos pobres, quem a tiver, deve socorrê-los a partir das suas posses, não sair “filosofando” sobre as “injustiças sociais”, desejando que outrem faça, o que, o discernimento mostrou a ele. Como disse o rabino Israel de Salant, “As necessidades materiais do teu próximo, são tuas necessidades espirituais.”

É mui fácil semear culpas em sistemas, supor soluções nos arrastos insanos das multidões; nesse caso, como diz um ditado, “a galinha que canta é a que bota o ovo.” Digo, o mais hábil em encontrar culpados, é apenas um fugitivo das culpas que, tendo encontrado em si, tenta diluir alhures. “... cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.” Rom 14:12

Não há governos cabalmente justos, na terra; e alguns extremamente corruptos e ladrões. Mesmo assim, O Eterno não nos chama a uma revolução. Quem usa o “argumento” que não vale a pena ser justo, pagar tributos, respeitar contratos, pois, quase ninguém mais é, invés de ser uma ilhota de diferença nesse mar de lama, se revela da mesma estripe, justificando ao ímpio.

A única Teologia que existe, explora o Ser de Deus, e Seu relacionamento com Suas criaturas; frui pela honesta interpretação da Palavra; liberta aos que ousam praticá-la. “... Se vós permanecerdes na Minha Palavra, verdadeiramente sereis Meus discípulos; conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” Jo 8:31,32

O resto são apenas pistas falsas de fugitivos auto enganados que acreditam que não serão encontrados.

Escura escolha



“Porque todo o sumo sacerdote, tomado dentre os homens, é constituído a favor dos homens nas coisas concernentes a Deus, para que ofereça dons e sacrifícios pelos pecados; e possa compadecer-se ternamente dos ignorantes e errados...” Heb 5;1,2

Dois tipos; os ignorantes, e os errados. Os primeiros precisam de luz para ver; os errados, de obediência para andar conforme veem.

“Deus não toma em conta os tempos da ignorância” Atos 17;30, não significa que os pecados cometidos por ignorância não sejam pecados. Assim como, na lei dos homens há distinção entre o crime culposo, (sem intenção) e doloso, (onde o intento estava) da mesma forma O Eterno diferencia pecados; os cometidos por ignorância, e os pela escolha errada. As leis humanas copiaram daí.

Desde a Antiga Aliança, tais pecados eram tratados; “Se alguma alma pecar por ignorância, para expiação do pecado oferecerá uma cabra de um ano. O sacerdote fará expiação pela pessoa que pecou, quando pecar por ignorância...” 15:27 e 28

A presunção de ver, impondo às coisas Divinas, idiossincrasias humanas, faz as pessoas culpadas, mais do que, se ignorassem e assumissem isso. Quantos se apressam em dizer que todas as religiões são boas, todos os caminhos válidos; não porque as coisas sejam assim; mas, porque defender isso lhes convém.

Falando com os Fariseus, que pretendiam ser expoentes da Lei de Deus, portadores da Luz espiritual, O Salvador pontuou: “... Eu vim a este mundo para juízo, a fim de que os que não veem vejam, e os que veem sejam cegos. Os fariseus, que estavam com ele, ouvindo isto, disseram-lhe: Também nós somos cegos? Disse-lhes Jesus: Se fôsseis cegos, não teríeis pecado; mas como agora dizeis: Vemos; por isso vosso pecado permanece.” Jo 9:39-41 O Salvador não reconheceu que eles viam; antes, lembrou que eles diziam ver, presumiam assim.

O Mestre veio ensinar aos ignorantes, para que vissem, e deixar os presunçosos entregues a si mesmo, pois, recusando a Luz, fatalmente a condenação das trevas permaneceria sobre eles; “A condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más.” Jo 3:19 Infelizmente há um laço afetivo entre o pecador e o mal, que o faz desejá-lo, mais que o ser iluminado pela Luz Celeste.

O ignorante tem concerto, basta que a luz da verdade raie sobre ele; o errado costuma não ter, até porque, em sua presunção, acredita nem precisar. No entanto, os poucos que, convencidos abandonam seus erros e passam a andar na luz, são perdoados, e transformados.

A ignorância é falta de conhecimento. Quando Paulo ensinou que O Eterno não tomava em conta os tempos da ignorância, estava traçando uma linha divisória; pois, dali em diante eles estavam ficando cientes dos seus pecados, (no contexto, a idolatria) e sendo convidados ao arrependimento. Seus passados errôneos seriam esquecidos, se, dali em diante se arrependessem e mudassem. “Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, em todo o lugar, que se arrependam;” Atos 17;30

Quando convidados a sair do escuro, porque a verdade está sendo posta aos nossos olhos, eventual recusa deixa de ser ignorância, estritamente, e se torna erro. Uma escolha está sendo feita, e as pessoas sabem o quê, escolheram. Rejeitaram ao conhecimento espiritual, como se, a ignorância voluntária fosse um salvo-conduto; A Palavra ensina que não; “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também Eu te rejeitarei...” Os 4:6

Nos provérbios também, A Palavra deixa ver que a “ignorância”, na verdade é rejeição, cuja forma, bem como as consequências estão postas de modo categórico; “Até quando, ó simples, amareis a simplicidade? Vós escarnecedores, desejareis o escárnio? E vós insensatos, odiareis o conhecimento? Atentai para Minha repreensão; pois eis que vos derramarei abundantemente do Meu Espírito e vos farei saber Minhas Palavras. Entretanto, porque clamei e recusastes; estendi Minha mão e não houve quem desse atenção, antes, rejeitastes todo Meu conselho, e não quisestes Minha repreensão, também de Minha parte Me rirei na vossa perdição e zombarei, em vindo vosso temor.” Prov 1:22-26

A Exclusividade de Cristo, como Senhor e Salvador, bem como, a separação do mundo, requerida para os que se dizem Dele, vêm sendo minadas dia a dia, graças à contribuição de uma geração sonolenta, que prefere ser “descolada” a ser santa.

A ignorância por privação é normalmente reparável, sob a incidência da luz; porém, a desonestidade intelectual do que, se faz de desentendido por recusar pagar o preço que, sabe ser necessário, ou, o tal rasga sua máscara hipócrita ou, ela o irá matar; “Eles voluntariamente ignoram isto...” II Ped 3:5