sábado, 8 de maio de 2021

Pelejar com Deus


“O Senhor disse a Josué: Não os temas, porque os tenho dado na tua mão; nenhum deles te poderá resistir.” Js 10;8

Quando da conquista da Canaã, instruções do Eterno ao Seu escolhido, Josué. Por um lado a peleja é do Senhor; “... os tenho dado na tua mão ...” por outro, a vitória iminente será reputada de Josué; “... nenhum deles ‘te’ poderá resistir.”

Esse é o relacionamento tencionado pelo Eterno conosco, mediante a fé. “... aos que me honram honrarei, porém os que me desprezam serão desprezados.” I Sam 2;30

Isso explicaria por quê, um que defendeu: “Deus acima de todos”, malgrado as inúmeras tentativas de derrubá-lo, ainda esteja de pé? Explica sim.

Pois, “nossas” vitórias derivam Dele; natural que, por isso, O louvemos e glorifiquemos; “Invoca-me no dia da angústia; Eu te livrarei, e tu Me glorificarás.” Sal 50;15

Entretanto, podemos contar com a Presença Santa lutando conosco quando estamos pelejando segundo Sua Vontade, como era o caso de Josué. Ai sim, parou sol e lua até, pela vitória dele.

Agora, devanear com a Divina ajuda em projetos efêmeros e rasos segundo minhas doentias inclinações não passará disso; reles devaneio. “Cobiçais, e nada tendes; matais, sois invejosos, e nada podeis alcançar; combateis, guerreais, e nada tendes, porque não pedis. Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para gastardes em vossos deleites. Adúlteros e adúlteras, não sabeis que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” Tg 4;2 a 4

O primeiro erro, autonomia; “... não pedis” Aqueles que fazem mirabolantes projetos alienados de Deus, não pedem auxílio nem direção; afinal, “Todos os caminhos do homem são puros aos seus olhos; mas, O Senhor pesa o espírito.” Prov 16;2

Claro que “pesa” aqui significa avalia, sonda os motivos. Muitas coisas que nos soariam lógicas, aos Santos Olhos podem ser abjetas. Daí “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria; o conhecimento do Santo a prudência.” Prov 9;10

O segundo erro: “... pedis mal ...” Há quem veja valor em mera religiosidade, ‘todas as crenças são boas’ não importando em quem se creia, desde que “faça o bem”; segundo A Palavra quem não crê blasfema; faz a Deus mentiroso. “Quem crê no Filho de Deus, em si mesmo tem o testemunho; quem a Deus não crê mentiroso o fez, porquanto não creu no testemunho que Deus de Seu Filho deu.” I Jo 5;10

Outros imaginam virtuosas todas as orações a despeito de ter um relacionamento ou não; Mas, não é tão simples assim; “O que desvia seus ouvidos de ouvir a lei, até sua oração será abominável.” Prov 28;9

Lato sensu “Não há um justo sequer.” Entretanto, aos que justifica em Cristo, O Senhor chama de “justos”. A esses ouve quando rogam segundo Sua Vontade; “... A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos.” Tg 5;16

Se, por uma lado a obediência e comunhão nos fazem pelejar “com” Deus, como Josué, eventual rebeldia que entristeça ao Santo nos colocaria pelejando contra Ele, como tantos exemplos mostram; “Eles foram rebeldes, contristaram Seu Espírito Santo; por isso se lhes tornou em inimigo; Ele mesmo pelejou contra eles.” Is 63;10

A “Canaã” que fomos chamados a conquistar agora, em Cristo, sobretudo, é a santificação; cujos efeitos colaterais fulgem no testemunho, e na comunhão que nos permite entender o caminho que convém em cada encruzilhada.

Como no caminho do Êxodo havia “sinais de trânsito” notórios, luz à noite, nuvem de dia, aos obedientes está dada a comunhão com O Espírito Santo que instrui sempre que necessário; “Teus ouvidos ouvirão a palavra do que está por detrás de ti, dizendo: Este é o caminho, andai nele, sem vos desviardes nem para direita nem para esquerda.” Is 30;21

Embora muitos autônomos prefiram ouvir espíritos, alienados da Palavra de Deus dada pelo Espírito Santo, é Dele a Única Voz que faculta andarmos segundo Deus. “Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que O Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem O Espírito de Cristo, esse, não é Dele.” Rom 8;9

O Espírito de Cristo, pelo “Novo Nascimento”, não espíritos que voltariam em supostos médiuns.

Mas eles só fazem o bem! É? Um criador de porcos, aves só faz o bem aos bichos; higieniza, alimenta, abebera; depois mata.

Por isso O Senhor “pesa” os espíritos para ver a quê final miram, eventuais “bens” que eles façam. Pois, “Há um caminho que ao homem parece direito; mas, o fim dele são caminhos da morte.” Prov 14;12 Então, “Quem tem ouvidos, ouça o que O Espírito diz às igrejas ...” Apoc 2;7

sexta-feira, 7 de maio de 2021

O Segredo da Vida


“Aproximando-se dele um jovem, disse-lhe: Bom Mestre, que bem farei para conseguir a vida eterna?” Mat 19;16

“... que bem farei ...?” A ideia vulgar é de que a vida eterna seja algo que se possa adquirir de uma vez por todas; como se, alguém encontrasse a lendária fonte da eterna juventude; de posse dela, fruísse a vida ao seu bel prazer.

A pretensão de fazer algo em troca deriva de uma concepção errônea do quê, a dádiva significa. Antes que, uma posse estanque é um fluir no rio do viver, abdicando das próprias inclinações para andar pós a “Mente de Cristo.”

Embora o ingresso não se adquira por obras, uma vez tendo entrado, isso demanda um modo de viver específico, coerente com os valores do Rei Eterno. “Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.” Ef 2;10

Daí, “Resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que está nos Céus.” Mat 5;16

Então, não fazemos boas obras para entrar; antes, a elas somos constrangidos porque entramos.

Eduardo Galeano via no inatingível, no utópico, a motivação necessária para nosso andar; disse: “A utopia fica mais pra lá, no horizonte; se, me aproximo dez passos ela se afasta outros dez. Então, para quê serve? Para isso; para caminhar”.

Outrem definiu que a meta comum é “chegar lá;” mas, “lá” é um alvo móvel que sempre avança um tiquinho à medida que andamos, como na utopia de Galeano. Assim, seríamos meros hamsters nas rodas exercitando-se no engano de caminhar.

Não obstante nosso “lá” também seja móvel e nos preceda de longe, donde podemos dizer como Paulo: “Esquecendo das coisas que para trás ficam prosseguimos para o alvo,” os que abraçam o chamado à vida eterna, têm objetivos a atingir; e são alcançáveis.

Inicialmente, edificação e santificação. Não que possamos lograr isso de nós mesmos; carecemos do Espírito Santo a nos edificar; “... aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo;” Fp1;6

Para isso há uma “academia” onde Ele nos leva a “malhar” com vistas ao porvir; “... exercita a ti mesmo em piedade; porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de vir.” I Tim 4;7 e 8

Tal exercício nos aperfeiçoa e enriquece com discernimento. “O mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem quanto o mal.” Heb 5;14

Ciente desses objetivos que Paulo, em Corinto, cidade sede dos “Jogos Istmicos”, provavelmente, após ver um boxeador treinado ilustrou a diferença usando essa figura. “Pois eu corro, não como a coisa incerta; e combato, não como batendo no ar.” I Cor 9;26

Se, a fé sem as devidas obras é morta, como ensinou Tiago, as necessárias a quem espera conviver eternamente com um Senhor Santo se voltam contra aquilo que tende a nos fazer profanos, as obras da carne. Então, invés de bater no ar, - disse Paulo - “Subjugo meu corpo; o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado.” I Cor 9;27

Aqueles para os quais O Senhor multiplicara pães e peixes, no calor da excitação natural também se dispuseram a “fazer” algo, mas O Salvador os desafiou a crer primeiro. “... Que faremos para executarmos as obras de Deus? Jesus respondeu: A obra de Deus é esta: Que creiais naquele que Ele enviou.” Jo 6;28 e 29

Claro que crer Naquele que desafiou a tomar Seu Jugo demanda renúncia; isso de modo tão intenso que Paulo figurou como “Sacrifício vivo.” “... apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é vosso culto racional.” Rom 12;1

Como vige uma concomitância temporal entre a vida finita e a eterna, temos a mortificação de um aspecto, o pecaminoso, na cruz, para herdarmos o santo, vivo e eterno. Daí, o contraditório “sacrifício vivo.”

Não há meio medalhão mágico que Indiana Jones possa encontrar numa remota caverna e resolver o enigma duma vez por todas. Trata-se de uma escolha moral, de quem abdica de si pela Vontade de Deus.

A vida será eterna quanto à duração, depois, e deve ser eterna quanto à qualidade dos valores abraçados desde já; como aconselhou Paulo a Timóteo: “Milita a boa milícia da fé, toma posse da vida eterna, para qual também foste chamado ...” I Tim 6;12

Se, deixarmos os ensinos do Salvador nos conduzir enquanto estamos cá, certamente, com Ele chegaremos lá.
Gosto
Comentar
Partilhar

segunda-feira, 3 de maio de 2021

Despertar e viver


“Tenho por justo, enquanto estiver neste tabernáculo, despertar-vos com admoestações.” II Ped 1;13

Tabernáculo é uma figura pra referir-se ao próprio corpo. “Enquanto estiver neste tabernáculo” significa estritamente, enquanto estiver vivo advertirei para que estejais despertos.

Foi essa a palavra escolhida; “despertar-vos”. Logo ele, o dorminhoco que “apagou” no horto enquanto o Senhor agonizava em clamor; depois, preso entre soldados romanos dormiu tranquilo. Pedro não tinha problema de insônia.

Contudo, isso foi no prisma físico; o despertar ao qual se refere aqui, tem a ver com estar vigilantes quanto aos ensinos que acatamos, mais que outra coisa qualquer. O enfoque é espiritual; “dormir” pode ser apenas deixar de estar vigilantes.

Pedro ouvira direto “da Fonte”: “considerai isto: se o pai de família soubesse a que vigília da noite viria o ladrão, vigiaria e não deixaria minar sua casa. Por isso, estai vós apercebidos também; porque o Filho do homem há de vir à hora em que não penseis.” Mat 24;43 e 44

Embora aqui se faça menção do tempo do advento do Senhor, mais que ao ensino, a vigilância implica filtrar o que ouvimos; estando nós na sã doutrina, independentemente do tempo da nossa partida, estaremos seguros.

Paulo usou “despertar” num aspecto diferente, como desafio a abrir os olhos para a salvação. Tanto que os dorminhocos, alvos seus, dormiam entre os mortos. “... Desperta, tu que dormes, levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá.” Ef 5;14

O Salvador falara de modo mais sutil; “... vem a hora, agora é, em que os mortos ouvirão a Voz do Filho de Deus; os que a ouvirem viverão.” Jo 5;25

Na parábola das dez virgens, tivemos um cochilo coletivo, dada a “demora” do noivo. Entretanto, em tempo oportuno se anunciou Sua Vinda. Tivemos o despertar das virgens preparadas e das imprudentes.

Então, se o “dormir” nesse caso era decorrente da espera, o não ter azeite suficiente era derivado de outro “dormir” que as fizera relapsas quanto aos ensinos seguidos.

Um deles bem antigo prescrevia a posse do “azeite” em tempo integral. “Em todo o tempo sejam alvas tuas roupas, e nunca falte o óleo sobre tua cabeça.” Ecl 9;8 Forma metafórica de dizer: Em todo o tempo sejam justas tuas ações, e nunca falta a elas a direção do Espírito Santo.

A atitude de Pedro de exortar o povo a se manter desperto pode parecer chover no molhado; dizer de novo o que já fora dito. Entretanto, é um “mal” necessário.

A verdade precisa ser repetida todos os dias em palavras, porque a maldade se repete nas ações.

Embora, parcialmente os salvos passem a fazer parte da natureza Divina, conservam consigo as fraquezas humanas.

Deus não tem problemas com o “sono”, como nós; “Não deixará vacilar o teu pé; Aquele que te guarda não tosquenejará. Eis que não tosquenejará nem dormirá O Guarda de Israel.” Sal 121;3 e 4

Infelizmente a presente geração tem muito pouco apetite para o estudo; os ministérios do ensino miram a edificação até “À Estatura de Cristo”, na qual, os ministros do erro não encontram guarida. Pois, esses crescem, “Para que não sejam mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente. Antes, seguindo a verdade em amor, crescem em tudo naquele que é a cabeça, Cristo. Ef 4;14 e 15

Uma forma confortável e suicida de dormir é receber porções enlatadas, do bispo fulano, missionário beltrano, apóstolo cicrano, sem o cuidado dos bereanos que as cotejavam com As Escrituras.

Não poucas vezes deparo com “cristãos” que partilham textos bonitinhos de gente cuja crença profana à Pureza e singularidade da Palavra de Deus.

Dorminhocos que acham legal parecer enturmados aos ímpios, “politicamente corretos;” tenho uma má notícia: Isso deriva do sono na indolência, não da Palavra da Vida.

A Bíblia não nos ensina sermos “legais;” antes, seletivos e radicais em questões vitais. Pois, o “Cidadão dos Céus” é um, “A cujos olhos o réprobo é desprezado; mas honra aos que temem O Senhor...” Sal 15;4

“A noite é passada, o dia é chegado. Rejeitemos, pois, as obras das trevas; vistamo-nos das armas da luz. Andemos honestamente, como de dia...” Rom 13;12 e 13

Esse andar “como” de dia é uma figura para especificar um agir transparente, como disse Zeferino Rossa: “Quer saber se os conselhos da noite são bons? Pratique-os durante o dia.”

Ao atalaia é ordenado gritar quando o risco de morte se aproxima; dar-se por avisado é por conta de cada um. “Se aquele que ouvir o som da trombeta, não se der por avisado, vier a espada e o alcançar, o seu sangue será sobre sua cabeça.” Ez 33;4

sábado, 1 de maio de 2021

Você tem medo de quê?


“Põe-nos em medo, Senhor, para que saibam as nações que são formadas por meros homens.” Sal 9;20 (As nações e o STF)

Medo é um assombro interno; um enfraquecimento psicológico capaz de vulnerar quem o sente, existindo razão para o mesmo, ou, sem que haja um motivo real. “Os ímpios fogem sem que haja ninguém a persegui-los; mas os justos são ousados como um leão.” Prov 28;1

Nos dias do Velho Testamento há registros que Deus, “Fez descair os lombos” dos adversários do Seu povo, ou estremecer; eufemismos para dizer que os fez ficarem com medo. “Escureçam seus olhos, para que não vejam; faz com que seus lombos tremam constantemente.” Sal 69;23

No pleito de um exército enorme vencido por trezentos na saga de Gideão, por exemplo, O Senhor pelejou infundindo medo aos adversários; colocando-os em perturbação e fuga.

Se, “à Sombra do Altíssimo ... mil cairão ao teu lado, dez mil à tua direita mas tu não serás atingido ...” sem a proteção Dele, qualquer ameaça mínima bastaria para pôr muitos em fuga. “Quem dera eles fossem sábios! Que isto entendessem e atentassem para o seu fim! Como poderia ser que um só perseguisse mil, e dois fizessem fugir dez mil, se Sua Rocha os não vendera, O Senhor os não entregara?” Deut 32;29 e 30

Por isso a sábia observação do Salmista em se tratando da segurança nas pelejas; “Uns confiam em carros, outros em cavalos; nós faremos menção do Nome do Senhor nosso Deus.” Sal 20;7 Não era mera teoria romântica artificial a engalanar louvores; quando do desafio contra Golias ele agiu assim. “Vens a mim com lanças, escudo, (tamanho); eu vou contra ti em Nome do Senhor a Quem tens afrontado.”

Adiante, outros compositores ousaram também: “Os que confiam no Senhor serão como o monte de Sião, que não se abala, mas permanece para sempre.” Sal 125;1

Então, o medo funcionou como “arma de guerra”, não poucas vezes. Se, por uma lado “O Temor do Senhor é o princípio da sabedoria”, mero temor, medo, dos adversários ou circunstâncias é o “princípio ativo da derrota;” um mal que convém evitar.

Houve até quem se ocupou em contar; chegou a algumas centenas de vezes que aparece a expressão, “não temas”, no trato do Senhor com Seus servos.

Todavia, o antídoto do medo, nesse prisma, não é mera coragem como seria de se esperar. É o amor. “No amor não há temor, antes o perfeito amor lança fora o temor; porque o temor tem consigo a pena; o que teme não é perfeito em amor.” I Jo 4;18

Quando da maior entrega, (Seu Filho Único) para o Maior enfrentamento, (a cruz) não nos diz que Deus topou enfrentar isso por coragem. Antes, por amor; “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu Seu Filho Unigênito, para que todo aquele que Nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” Jo 3;16

Claro que ousar amar, ao risco de não ser amado, ser desprezado até, é gesto de coragem. “Amar” onde a perspectiva de retribuição, ou, correspondência é alta, soa como um “investimento”, “Mas, Deus prova Seu Amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.” Rom 5;8 Ele não tinha nada a ganhar e amou mesmo assim.

Numa linguagem vulgar, Deus deu a cara a tapa, coisa que muitos “valentões” não se atreveriam fazer.

Poeticamente Paulo chamou isso de “loucura de Deus”; “... A Palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o Poder de Deus... Porque a loucura de Deus é mais sábia que os homens; a fraqueza de Deus é mais forte que os homens.” I Cor 1;18 e 25

Quando Paulo, deixou patente sua ousadia no Senhor, também não usou a reles coragem como motriz; antes, o amor. E isso fez citando textos antigos; “Porque por amor de ti tenho suportado afrontas; a confusão cobriu meu rosto.” Sal 69;7 “Sim, por amor de ti, somos mortos todos os dias; somos reputados como ovelhas para o matadouro.” Sal 44;22

Então, o que O Santo requer para nos salvar é um ato de coragem que nega a si mesmo, estabelecendo de forma prática o primeiro dos mandamentos; “Amar a Deus sobre todas as coisas”.

O inimigo dissera que poderíamos ser “Como Deus” em desobediência; O Eterno que nos Criou À Sua Imagem e Semelhança regenera a esse estado bendito, apenas em comunhão.

Fugir da Luz amando obras más tem sido corriqueiro nos amedrontados pela mentira.

Os monstros aterrorizantes no túnel do trem fantasma de “Devilândia” são fictícios. Disfarces bizarros do medo da luz; de amar; medo de ser feliz. Não temas!

quarta-feira, 28 de abril de 2021

Vivo; ser ou estar?

“Porque esta palavra não vos é vã, antes é vossa vida ...” Dt 32;47

Tudo submete-se ao peso do valor da vida. Compromissos “inadiáveis” se fazem irrelevantes quando a morte campeia. O fluxo natural do trânsito se altera, se, uma sirene qualquer adverte de que uma vida está ameaçada; eventos são transferidos, competições suspensas até, quando a morte resolve fazer das suas. Bandeiras descem nos mastros, projetos vagam inconclusos, sonhos adormecem.

Porfiando contra a fidelidade de Jó até o inimigo, que veio para “roubar, matar e destruir”, defendeu que o homem dá tudo pela vida; “... Pele por pele, tudo quanto o homem tem dará pela sua vida.” Jó 2;4

Numa tempestade no mar Mediterrâneo, o navio no qual Paulo viajava se viu ameaçado pelo naufrágio; a tripulação abriu mão do sentido maior da viagem, (a carga transportada) pela vida; “Refeitos com a comida, aliviaram o navio, lançando o trigo ao mar.” Atos 27;38

Tanto o valor da vida sobrepõe a tudo mais, que se tornou proverbial: “Vão-se os anéis, ficam os dedos.” Ou seja: Que as coisas se percam, menos a vida.

Dada essa constatação, e, estando nossas vidas atreladas à Palavra de Deus, por quê parecemos valorizá-la tão pouco, quase nada?

Porque, a rigor, a maioria confunde existência com vida. Da vida/existência Tiago falou: “... que é vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco, depois se desvanece.” Tg 4;14

Num sentido amplo, tudo o que respira está vivo. A definição de ser vivo, aprendemos desde a terceira série primária é tudo aquilo nasce, cresce, vive, reproduz e morre.

O fato da definição terminar com morte deixa patente que a tal “vida” está em rota de colisão com o fim.

A vida espiritual, existência regenerada, reconciliada com Deus mediante Jesus Cristo é facultada no “Novo Nascimento;” como O Salvador chamou o processo de arrependimento, confissão e submissão a Ele, para mudança de mente e atitudes, segundo Deus.

Essa, diferente do epílogo da existência galga os portais da eternidade. A “morte” é apenas a saída do “casulo” nas robustas asas da salvação.

Se, como vimos, nossa vida está na Palavra de Deus, foi ela, não a medicina que O Senhor usou para regenerar mortos; “... quem ouve Minha Palavra, e crê Naquele que Me enviou, tem a vida eterna, não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.” Jo 5;24

Notemos que essa, diferente da existência não colide com um “morre” no final; antes, migra da morte para a vida. E invés de um fim encontra a eternidade.

Se a natureza carnal em seus ciclos faculta um estar vivo, apenas o Sangue Remidor de Cristo pode gerar o “Ser” vivo.

Quando Pedro o “Primeiro Papa” disse a Jesus: “... só Tu Tens as Palavras de vida eterna;” Jo 6;68 Foi meio “radical”. Se, não então, ao menos, para os padrões atuais.

Pois, o Papa Francisco não parece vislumbrar a vida na Palavra de Deus, apenas; mas, na mera religiosidade humana, por mais que destoe da “Palavra da Vida” ou se lhe oponha até, como fazem os islâmicos.

Invés da irmandade em Cristo, que disse: “... Ninguém vem ao Pai senão por mim.” Jo 14;6 resolveu usar a irmandade de sangue, em Abraão, para fingir que são iguais os que são diferentes.

Mesmo aos que de Abraão descenderam por Isaque, o filho da promessa, mesmo a esses foi posto o novo nascimento como indispensável; a pretensão de eleição como frívola; “Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento; não comeceis a dizer em vós mesmos: Temos Abraão por pai; porque vos digo que até destas pedras pode Deus suscitar filhos a Abraão.” Luc 3;8

Não importa quão “inclusiva” a proposta ecumênica pareça; quão politicamente correta, “humanizada” a rebelião soe; quão apaziguador, multicolorido, o balaio de gatos; quantos tratados favoráveis “teólogos” renomados produzam; o resumo é simples: ou a doutrina deriva Palavra de Deus, ou não tem vida.

Tampouco, sabedoria; “... Eis que em vão tem trabalhado a falsa pena dos escribas. Os sábios são envergonhados, espantados e presos; eis que rejeitaram a Palavra do Senhor; que sabedoria, pois, têm eles?” Jr 8;8 e 9

Nesses dias de trevas, A Palavra do Senhor não é apenas rejeitada; é combatida.

Então, como vimos nos exemplos naturais, onde, coisas se perdem pela preservação da existência apenas, o que poderíamos perder para ter a vida?

O que O Salvador propõe é que percamos àquela que morre, para que ganhemos a outra que permanece para sempre. “Porque aquele que quiser salvar sua vida, perdê-la-á; quem perder sua vida por amor de mim, achá-la-á.” Mat 16;25

“Abre Tu os meus olhos, para que veja as maravilhas da Tua Lei.” Sal 119;18

domingo, 25 de abril de 2021

A Vida Escondida


“Respondeu Jesus: Meu Reino não é deste mundo; se fosse pelejariam Meus servos, para que Eu não fosse entregue aos judeus; mas agora Meu Reino não é daqui.” Jo 18;36

Pilatos perguntara se Jesus era Rei dos judeus; Ele, ao dizer, “Meu Reino” assumiu a condição de Rei, contudo, disse que, então, Seu Reino não era daqui.

Aos discípulos dissera que o Reino estava entre eles já; que não tinha aparência exterior. À Nicodemos ampliou: “O vento assopra onde quer, ouves sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito.” Jo 3;8

Assim, O Reino de Cristo não é de aparência, mas do Espírito. Atuando para cumprir à Vontade do Pai, que era a vitória contra Satanás, o mundo e a carne, para redimir aos que lhe recebessem, não era oportuno pelejarem Seus Servos para Sua defesa, naquele momento.

Seu domínio não é deste mundo na origem, pois é celestial; mas está no mundo e nele atua, arregimentando aos que desejarem salvação, para que, tomando Seu Jugo encontrem descanso Nele.

Os que creem na “loucura da pregação” muitas vezes parecem escolher o sofrimento ao conforto; não se trata de nenhum viés masoquista; isso é parte do pacote o “vitupério de Cristo” aos embaixadores do Reino Celestial desafiados à santificação, em meio a um mundo que serve a outro “Senhor” que se opõe ao Salvador.

No mundo as pessoas são encorajadas a fugir das dores, privações, intempéries; em Cristo o centro da luta é contra o pecado; “Ainda não resististes até ao sangue, combatendo contra o pecado.” Heb 12;4

Natural a estranheza de Pilatos, ante um Rei que não pelejava por se livrar da dor, antes aceitava resignado uma sorte que ele mesmo sabia ser injusta; pois, testificara: “Nenhuma culpa acho neste homem.”

Sabedores disso tudo é de se esperar que os súditos atuem de modo consoante, como ensinou Paulo: “Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, não nas que são da terra; Porque já estais mortos, e vossa vida está escondida com Cristo em Deus.” Col 3;1 a 3

Ou, “Buscai primeiro o Reino de Deus, e sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” Mat 6;33 O texto não veta a busca das coisas necessárias à vida terrena; só estabelece prioridades. “Buscai primeiro ...”

Deprimente certos “testemunhos” do antes e depois do “ingresso no Reino” de uns e outros que, antes eram pobres, desempregados, mal assalariados; agora são patrões estão “vendendo $aúde”.

A mudança que se dá nos que aprendem que se deve servir a Deus “em Espírito e verdade” é no caráter não nas circunstâncias; “... deixai a mentira, falai a verdade cada um com seu próximo; porque somos membros uns dos outros. Irai-vos, e não pequeis; não se ponha o sol sobre vossa ira. Não deis lugar ao diabo. Aquele que furtava, não furte mais; antes, trabalhe ...” Ef 4;25 a 28

Algumas nuances dos que foram tirados do lodo e firmados na Rocha; estavam, como o pródigo, em lugares sujos e foram levados a uma festa na casa do Pai; a mudança na vida dos que creem e obedecem é tão intensa que o Salvador usou uma figura poderosa para expor; “Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; nem se acende a candeia pra colocar debaixo do alqueire, mas no velador; dá luz a todos que estão na casa.” Mt 5;14 e 15

Quando Paulo disse: “Posso todas as coisas Naquele que me fortalece”, não estava patenteando possuir poder para ter o que quisesse; antes, ter recebido graça para se manter na fé passando por onde O Rei quisesse. “... aprendi a contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido, também ter abundância; em toda a maneira, em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, quanto ter fome; tanto a ter abundância, quanto padecer necessidade.” Fp 4;11 e 12

Referente aos seus cuidados com a vida terrena poderia dizer que eles também não eram desse mundo; “a nossa cidade está nos Céus, de onde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo.” Fp 3;20

Em suma, a vida eterna não se refere a uma duração apenas; nem se dá depois que morremos; trata-se de um novo modo de viver e começa aqui já; desde que nascemos de novo. A nós é válido também o conselho dado a Timóteo: “Milita a boa milícia da fé, toma posse da vida eterna, para qual também foste chamado ...” I Tim 6;12

sábado, 24 de abril de 2021

O Sentido da vida


“Deus olhou desde os Céus para os filhos dos homens, para ver se havia algum que tivesse entendimento e buscasse a Deus.” Sal 53;2

Se, o esperado entendimento resultaria em buscar O Santo, natural que seja isso que os moradores da Terra deveriam entender como alvo da sua existência.

Muitos versam sobre o sentido da vida; a conclusão que a maioria chega é que seja o ser feliz, “vencer”; embora, não se possa definir com clareza o teor de um viver que traria o usufruto desses bens. Posses? Conforto? Fama? Vulgarmente se diz que “dinheiro não traz felicidade”.

Contudo, pela fome insaciável dos ricos e famosos que se corrompem para ter ainda mais, se, ele não traz manda buscar, como diria um gaiato.

Quantos faltam com a palavra, traem compromissos em troca de um pouco mais de dinheiro, que, adiante se revelará nocivo.

Tanto se fala na inversão de valores; ouso dizer que e é nesse campo onde há a presença das moedas que a coisa avessa mais acontece.

A riqueza tem um limite para se haurir; não vai além da satisfação das comodidades possíveis a cada um na satisfação dos seus anseios. Quando excede a isso deixa de ser um bem; se faz um peso, uma carga. “Onde os bens se multiplicam, ali se multiplicam também os que deles comem; que mais proveito, pois, têm seus donos que os ver com seus olhos? Doce é o sono do trabalhador, quer coma pouco quer muito; mas a fartura do rico não o deixa dormir.” Ecl 5;11 e 12

O dono de uma empresa próspera que empregue quinhentos funcionários em termos de usufruto é tão ou mais rico que outro que possua uma vasta rede delas, do ponto-de-vista da arte de bem viver.

Malgrado “la plata” compre tudo o que está à venda, e quase tudo está, as coisas deveras valiosas não têm preço, como disse o poeta Drummond: “Engana-se quem pensa que os cofres dos bancos contêm riquezas; lá só tem dinheiro”.

Em se tratando de vida, pois, a inutilidade do “vil metal” fica patente; “Aqueles que confiam na sua fazenda, se gloriam na multidão das suas riquezas, nenhum deles de modo algum pode remir seu irmão, ou dar a Deus o resgate dele” Sal 49;6 e 7

O entendimento que levaria a buscar a Deus como o sentido da vida, ele escapa aos que se perdem nas amplidões loucas em busca de fama, sucesso, riqueza... “De um só sangue fez a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e os limites da sua habitação; para que buscassem ao Senhor ...” Atos 17;26 e 27

Dadas essas limitações de tempo e espaço para a busca, e mesmo a Divina paciência um dia acabando, a reconciliação tem certa urgência, se, a preservação da vida, deveras, interessa; “Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto.” Is 55;6

Contudo, mesmo ficando assente que essa reconciliação seja o sentido da vida; pois, então, como o Pai do pródigo disse ao outro filho, tudo o que tenho é teu, assim diria Deus aos Seus, mesmo estando de acordo sobre isso, digo, a coisa não é tão pacífica assim.

A maioria busca coisas egoístas usando Deus como pretexto. A devida prioridade pelo Reino e Sua Justiça é invertida; as “demais coisas” viram o centro, sempre “em Nome de Jesus.” Aí, invés de restabelecer um relacionamento como O Eterno Deseja, o que se tenta é mascarar com panos de religiosidade ao isolamento que teima em evitar a cruz.

Buscar coisas em Seu Nome é diferente de buscar a Ele. O Senhor reserva galardão aos que O buscam; como “efeito colateral” de uma relação restabelecida, pois, essa sim, Ele deseja; “... é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e É galardoador dos que O buscam.” Heb 11;6

Malogrado foi o Anseio Divino por gente de entendimento, então; “Desviaram-se todos, e juntamente se fizeram imundos; não há quem faça o bem; sequer um.” Sal 53;3

Quando de uma ruptura, normalmente a parte que ofendeu volta a outra para reconciliação; contudo, mesmo tendo sido o homem que magoou ao Criador na queda, Foi Ele, o ofendido que em Seu amor nos buscou em Cristo. “Eu vim para que tenham vida...” Jo 10;10

As demais coisas são periféricas; empalidecem ante a grandeza do dom da vida eterna.

Por isso, essencialmente a mensagem evangélica é de reconciliação, para vida, não de adereços aos mortos. “... somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo, que reconcilieis com Deus.” II Cor 5;20