segunda-feira, 3 de maio de 2021

Despertar e viver


“Tenho por justo, enquanto estiver neste tabernáculo, despertar-vos com admoestações.” II Ped 1;13

Tabernáculo é uma figura pra referir-se ao próprio corpo. “Enquanto estiver neste tabernáculo” significa estritamente, enquanto estiver vivo advertirei para que estejais despertos.

Foi essa a palavra escolhida; “despertar-vos”. Logo ele, o dorminhoco que “apagou” no horto enquanto o Senhor agonizava em clamor; depois, preso entre soldados romanos dormiu tranquilo. Pedro não tinha problema de insônia.

Contudo, isso foi no prisma físico; o despertar ao qual se refere aqui, tem a ver com estar vigilantes quanto aos ensinos que acatamos, mais que outra coisa qualquer. O enfoque é espiritual; “dormir” pode ser apenas deixar de estar vigilantes.

Pedro ouvira direto “da Fonte”: “considerai isto: se o pai de família soubesse a que vigília da noite viria o ladrão, vigiaria e não deixaria minar sua casa. Por isso, estai vós apercebidos também; porque o Filho do homem há de vir à hora em que não penseis.” Mat 24;43 e 44

Embora aqui se faça menção do tempo do advento do Senhor, mais que ao ensino, a vigilância implica filtrar o que ouvimos; estando nós na sã doutrina, independentemente do tempo da nossa partida, estaremos seguros.

Paulo usou “despertar” num aspecto diferente, como desafio a abrir os olhos para a salvação. Tanto que os dorminhocos, alvos seus, dormiam entre os mortos. “... Desperta, tu que dormes, levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá.” Ef 5;14

O Salvador falara de modo mais sutil; “... vem a hora, agora é, em que os mortos ouvirão a Voz do Filho de Deus; os que a ouvirem viverão.” Jo 5;25

Na parábola das dez virgens, tivemos um cochilo coletivo, dada a “demora” do noivo. Entretanto, em tempo oportuno se anunciou Sua Vinda. Tivemos o despertar das virgens preparadas e das imprudentes.

Então, se o “dormir” nesse caso era decorrente da espera, o não ter azeite suficiente era derivado de outro “dormir” que as fizera relapsas quanto aos ensinos seguidos.

Um deles bem antigo prescrevia a posse do “azeite” em tempo integral. “Em todo o tempo sejam alvas tuas roupas, e nunca falte o óleo sobre tua cabeça.” Ecl 9;8 Forma metafórica de dizer: Em todo o tempo sejam justas tuas ações, e nunca falta a elas a direção do Espírito Santo.

A atitude de Pedro de exortar o povo a se manter desperto pode parecer chover no molhado; dizer de novo o que já fora dito. Entretanto, é um “mal” necessário.

A verdade precisa ser repetida todos os dias em palavras, porque a maldade se repete nas ações.

Embora, parcialmente os salvos passem a fazer parte da natureza Divina, conservam consigo as fraquezas humanas.

Deus não tem problemas com o “sono”, como nós; “Não deixará vacilar o teu pé; Aquele que te guarda não tosquenejará. Eis que não tosquenejará nem dormirá O Guarda de Israel.” Sal 121;3 e 4

Infelizmente a presente geração tem muito pouco apetite para o estudo; os ministérios do ensino miram a edificação até “À Estatura de Cristo”, na qual, os ministros do erro não encontram guarida. Pois, esses crescem, “Para que não sejam mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente. Antes, seguindo a verdade em amor, crescem em tudo naquele que é a cabeça, Cristo. Ef 4;14 e 15

Uma forma confortável e suicida de dormir é receber porções enlatadas, do bispo fulano, missionário beltrano, apóstolo cicrano, sem o cuidado dos bereanos que as cotejavam com As Escrituras.

Não poucas vezes deparo com “cristãos” que partilham textos bonitinhos de gente cuja crença profana à Pureza e singularidade da Palavra de Deus.

Dorminhocos que acham legal parecer enturmados aos ímpios, “politicamente corretos;” tenho uma má notícia: Isso deriva do sono na indolência, não da Palavra da Vida.

A Bíblia não nos ensina sermos “legais;” antes, seletivos e radicais em questões vitais. Pois, o “Cidadão dos Céus” é um, “A cujos olhos o réprobo é desprezado; mas honra aos que temem O Senhor...” Sal 15;4

“A noite é passada, o dia é chegado. Rejeitemos, pois, as obras das trevas; vistamo-nos das armas da luz. Andemos honestamente, como de dia...” Rom 13;12 e 13

Esse andar “como” de dia é uma figura para especificar um agir transparente, como disse Zeferino Rossa: “Quer saber se os conselhos da noite são bons? Pratique-os durante o dia.”

Ao atalaia é ordenado gritar quando o risco de morte se aproxima; dar-se por avisado é por conta de cada um. “Se aquele que ouvir o som da trombeta, não se der por avisado, vier a espada e o alcançar, o seu sangue será sobre sua cabeça.” Ez 33;4

Nenhum comentário:

Postar um comentário