sábado, 22 de maio de 2021

Os Verdes Campos da Angústia


“... Ló, enfadado da vida dissoluta dos homens abomináveis ... habitando entre eles, afligia todos os dias sua alma justa, vendo e ouvindo sobre suas obras injustas.” II Pd 2;7 e 8

Geralmente nossas companhias mostram nossas inclinações; o “anda com os sábios e ficarás sábio”, popularmente vertido para, “Diga com quem andas e direi quem és”; mas, não é regra. Eventualmente andamos com quem discordamos; ou, como Ló, convivemos, para nossa angústia e desconforto.

Às vezes, escolhas “inocentes” trazem sombrias consequências. Quando da contenda entre os pastores de Ló com os do seu tio, natural lhes pareceu a separação; Abraão facultou ao sobrinho o direito de escolha.

“... se escolheres a esquerda, irei para direita; se a direita escolheres, irei para a esquerda. Levantou Ló seus olhos, e viu a campina do Jordão, que era toda bem regada, antes do Senhor ter destruído Sodoma e Gomorra; era como o jardim do Senhor, como a terra do Egito, quando se entra em Zoar. Então Ló escolheu para si toda a campina do Jordão; partiu para o oriente; apartaram-se um do outro.” Gên 13;9 a 11

Dado a ele fazer bússola e norte, optou pelos melhores pastos e melhor relevo, como lhe pareceu. As campinas do Jordão.

Como nós, ele também fez sua escolha baseado na “dica” dos piores de todos os falsos profetas, os olhos. Esses cegos presunçosos costumam ver céu onde é inferno, morte onde é vida; luz onde pairam trevas; prosperidade onde cresta a miséria; seus ditosos caminhos, na hora dos frutos conduzem à perdição. “Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são caminhos da morte.” Prov 14;12

A primeira escolha nem foi a feitora final da angústia de conviver com ímpios; apenas a que o deixou por perto; novas escolhas cada vez mais inclinado ao convívio indevido, os luxos da capital, o levaram até lá; o clássico: “Um abismo chama a outro.” “... Ló habitou nas cidades da campina, e armou suas tendas até Sodoma.” V 12

Então, quando angústias nos visitam, elas vertem de duas causas possíveis; a) Permissão do Senhor; testes necessários para em nós forjar a devida têmpera, nas quais Ele passa conosco; “Quando passares pelas águas estarei contigo, quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem chama arderá em ti.” Is 43;2

b) Consequências das nossas precipitações, escolhas imprudentes, como era o caso então. Jeremias adverte: “De que se queixa, pois, o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus pecados.” Lam 3;39

A Palavra de Deus é O Conselho, ao qual, seguindo nos pouparemos das angústias derivadas das más escolhas. As consequências dessas, uma espécie de cabresto que, ainda pode nos reconduzir ao caminho, porém, com o ônus de dores desnecessárias. “Instruir-te-ei, e ensinar-te-ei o caminho que deves seguir; guiar-te-ei com Meus Olhos. Não sejais como o cavalo, nem como a mula, que não têm entendimento, cuja boca precisa de cabresto e freio para que não se cheguem a ti.” Sal 32;8 e 9

No verso seguinte a diferença entre o que escolhe a instrução, o que escolhe o cabresto; “O ímpio tem muitas dores, mas àquele que confia no Senhor a misericórdia o cercará.” V 10

O primeiro milagre registrado de Jesus mostra-o transformando água em vinho; com a observação que o vinho melhor ficara por último”. 

Pois, além de um evento histórico, também figura o agir Divino; Ele coloca a cruz antes da coroa; a renúncia antes da adoção de filhos; o esvaziamento antes da plenitude...
Nossos olhos são doidos como o Filho Pródigo; vêm em circunstâncias favoráveis ocasiões para prazeres, mirabolâncias às quais tendem a se entregar; finda o logro da “profecia”, acabam solitários entre porcos.

Ao prudente se diz: “Confia no Senhor de todo teu coração; não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos ... Não sejas sábio aos teus próprios olhos...” Prov 3;5 a 7

Abrão fora chamado por Deus, não por campinas verdejantes. 

Com Ele é melhor o deserto, que tesouros da impiedade; não importa se tais “riquezas” se disfarçam de posses ou prazeres.

O belo é belo; mas não é nosso alvo, antes, renunciar ao império das aparências pelo Reino de Deus. “Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rom 12;2

Há tantas campinas verdejantes disfarçando cadáveres... “Mas quem me der ouvidos habitará seguro, estará livre do temor do mal.” Prov 1;33

Senão, “... anda pelos caminhos do teu coração, pela vista dos teus olhos; sabe, porém, que por todas estas coisas te trará Deus a juízo.” Ecl 11;9

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