“Todos os caminhos do homem são puros aos seus olhos, mas O Senhor pesa o espírito.” Prov 16;2
Que o testemunho dos olhos nem sempre é confiável, o próprio saber popular consagrou; “as aparências enganam.” A Palavra de Deus ensina que, o homem se orienta, em geral, pelo que vê; enquanto, O Eterno sonda corações. I Sam 16;7
Temos ainda uma segunda nuance, que eventualmente danifica, nossas valorações; “Os caminhos do homem são puros aos seus olhos...” se, a apreciação meramente visual é problemática, por não ir além da superfície, quando “legislamos em causa própria”, digo, quando algum interesse particular está em foco, então surge mais uma “falsa testemunha”, depondo no tribunal das conveniências, mais que, na sadia defesa da verdade.
Assim, tanto podemos nos enganar pelo que vemos, quanto, torcer a realidade em direção ao que desejamos. Quando carecemos decidir sobre algo, ora, espreita o risco de um erro de análise, outra, o da desonestidade intelectual, quando, reféns das paixões, sacrificamos à verdade no altar amoral das nossas predileções.
Por isso, quando carecemos arbitrar sobre decisões, mesmo que a “coisa certa” esteja saltitante aos nossos olhos, o homem prudente, certamente consultará a Deus antes. “Confia no Senhor de todo teu coração, não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, Ele endireitará tuas veredas.” Prov 3;5 e 6
Os leitores da Palavra de Deus certamente conhecem o incidente onde, os gibeonitas, próximo obstáculo no avanço de Josué, conduzindo o povo eleito, se disfarçaram de peregrinos nômades, vindos de remotas paragens; contaram sua história e ofereceram aos olhos do General e seus anciões, as “provas” de que falavam a verdade. Vestes rotas e pão bolorento. “Então os homens de Israel tomaram da provisão deles e não pediram conselho ao Senhor.” Js 9;14
Mais que aceitar as provisões oferecidas, num gesto de amizade, fizeram acordo de não agressão, aliança de paz, e juraram em Nome do Senhor; algo registrado assim, no Supremo, tinha força de lei; não poderia ser quebrado.
Em seguida, vieram a saber a verdade. Os supostos “nômades” peregrinos, moravam logo ali, na cidade de Gibeon. porém, não podiam mais desfazer o que tinham feito. Tiveram que conviver com inimigos, o que não era plano Divino. Por quê, isso aconteceu? Porque fizeram aliança com estranhos, fiados nas palavras deles, e no testemunho dos próprios olhos; “não pediram conselho ao Senhor.”
Quando alguém tenciona nos ludibriar de alguma forma, sempre terá suas “vestes rotas e pães bolorentos”, seu cabedal de argumentos “lógicos” para burlar nossas defesas. Caso o conselho de Salomão não baste, desejemos uma segunda opinião, que tal, ouvirmos a Jeremias? “Eu sei, ó Senhor, que não é do homem seu caminho; nem do homem que caminha o dirigir seus passos.” Jr 10;23
Deus não pretende dirigir nossos caminhos para mostrar quem manda; isso todos sabem, até os que descreem. Mas, por saber de antemão onde cada caminho acabará, deseja ser ouvido para nos fazer bem, nos levar a um final ditoso. “Porque Eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz O Senhor; pensamentos de paz, não de mal, para vos dar o fim que esperais.” Jr 29;11 O Senhor se responsabiliza pelo fim; não promete evitar meios difíceis, se, necessários.
Quando esposo que devemos consultar ao Eterno antes de tudo o que pretendemos fazer, óbvio que isso exclui as minúcias inevitáveis do dia a dia, como comprar alimentos, cuidar da higiene, saúde, vestes... essas coisas elementares do amor próprio, e necessárias para seguirmos vivos; aliás, o amor próprio deve ser nosso parâmetro para o relacionamento com o semelhante. “Ama ao teu próximo, como a ti mesmo.”
Porém, coisas de maior peso, que envolvem a vida sentimental, espiritual, mudanças, etc. nenhuma dessas deve ser feita apenas ao “conselho” das nossas inclinações e vistas.
Bem sei que pode parecer infantil, dependermos do Pai para essas decisões; essa é a ideia. “... Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos fizerdes como meninos, de modo algum entrareis no Reino dos Céus.” Mat 18;3
Podem os homens de estudo posar como grandes personagens perante os semelhantes, nessa terra. Mas, diante do Eterno, qual faria as perguntas difíceis? Quem colocaria O Senhor em aperto? “Onde está o sábio? Onde está o escriba? Onde está o inquiridor deste século? Porventura não tornou Deus, louca, a sabedoria deste mundo?” I Cor 1;20
Enfim, mais que das nossas predileções, O Eterno cuida dos nossos alvos a atingir, e da nossa saúde, até; “Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal. Isto será saúde para o teu âmago, e medula para teus ossos.” Prov 3;7 e 8
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