“O caminho do ímpio é abominável ao Senhor, mas ao que segue a justiça Ele ama.” Prov 15;9
Nossos caminhos não são estritamente nossos; os trilhamos ante vasta plateia no teatro da vida. Longe de ser um desafio ao egoísmo, a Doutrina de Cristo nos chama ao envolvimento com o semelhante, a interação com suas necessidades; à medida do possível, prestar auxílio.
Cada um em particular é chamado, em Cristo, à santificação; isso requer uma análise severa, honesta das próprias escolhas; pois, se as dos semelhantes são do arbítrio deles, a validação da nossa fé demanda opções práticas, coerentes com o que professamos crer. Não posso verbalizar minha predileção pelo azul, ostentando o vermelho, e vice-versa. “Assim falai, assim procedei...” Tg 2;12
Logo, tanto temos o dever de fazer as melhores escolhas, quanto, de estimular aos semelhantes, às que são segundo Deus.
Um quilo de exemplo vale mais que uma tonelada de teoria. É indispensável nosso bom porte em Cristo, como pregoeiro das transformações operadas. O que saíra do lodo e fora firmado na rocha, contava com que, a apreciação dos seus dois estágios, antes e depois da intervenção do Senhor, fossem “luzeiros” pelo exemplo; “Pôs um novo cântico na minha boca, um hino ao nosso Deus; muitos verão, temerão, e confiarão no Senhor.” Sal 40;3
Essa balela que, cada um, por pagar suas contas faz o que bem entender, e ninguém deve perturbá-lo, dando “palpites” tem três problemas. Egoísmo, hipocrisia e indiferença.
A simples existência das redes sociais é já um testemunho da alma gregária do homem, que, se inclina à interação com o semelhante. O “Não é bom que o homem esteja só”, abarca mais que a necessidade de vida conjugal.
Embora, pontualmente, o isolamento possa ter razões saudáveis, em geral, a resiliência nisso é sintoma d’alguma patologia da alma. “Busca satisfazer seu próprio desejo, aquele que se isola; ele se insurge contra toda a sabedoria.” Prov 18;1
Vista a veia nociva do egoísmo, vejamos a hipocrisia: Os que apedrejam e mandam longe aos “enxeridos” que não pagam suas contas, só o fazem, se a interação trouxer conselho, ensino, correção de rumos; se forem curtidas e coraçõezinhos nas postagens do tal, sem problemas. Então, nosso hipócrita em apreço é avesso a essas coisas, não à interação, estritamente.
Eu decido o bem e o mal, como o Capeta ensinou; ninguém me dá palpites. Para quem tem como sóbrios, sadios, restauradores, os caminhos do Senhor, natural que desaconselhe temeridades assim.
A Palavra ensina: “Eu sei, ó Senhor, que não é do homem o seu caminho; nem do homem que caminha, dirigir seus passos.” Jr 10;23 Diz mais: “Confia no Senhor de todo o teu coração, não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, Ele endireitará tuas veredas.” Prov 3;5 e 6
Mas, se cada um está seguro das suas escolhas, o que quer compromisso com Deus, e o que O despreza, por que mexer com isso, ensejando disputas? Não seria melhor deixar cada um na sua? Com isso chegamos ao terceiro ponto: a indiferença.
Como, amor e indiferença seriam asas gestadas no mesmo casulo? Se, em Cristo fomos chamados a amar ao próximo, isso abarca mais que socorro temporal de necessidades efêmeras; preocupa-se com o porvir daquele a quem ama.
Fazer vistas grossas aos procedimentos errados, em nome do “amor”, seria uma tentativa vil de mascarar a indiferença; “Se tu deixares de livrar os que estão sendo levados para a morte, aos que estão sendo levados para a matança; se disseres: Eis que não o sabemos; porventura não o considerará aquele que pondera os corações? Não o saberá aquele que atenta para tua alma? Não dará Ele ao homem conforme a sua obra?” Prov 24;11 e 12
Além de ser uma motivação do amor humano, querer que todos recebam o mesmo que recebemos do Senhor, a busca pela salvação dos que erram o caminho é também um mandamento, derivado do Amor Divino que quer salvar aos errantes também. “Pregai o Evangelho a toda a criatura”, ordenou.
Embora possa parecer libertário, cada um fazer o que bem entender, A Palavra é categórica: “O caminho do ímpio é abominável ao Senhor...”
Como as vidas e os caminhos foram criados pelo Eterno, nada mais justo que Ele possa dizer o que nos convém. Dado que, no fim do túnel só há dois destinos possíveis, e Ele sabe qual escolha leva a cada, felizes os que pautam o viver segundo A Palavra da Vida!
“Porque o erro dos simples os matará, o desvario dos insensatos os destruirá. Mas o que Me der ouvidos habitará em segurança, estará livre do temor do mal.” Prov 1;32 e 33
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