“Não fales ao ouvido do tolo, porque desprezará a sabedoria das tuas palavras.” Prov 23;9
O tolo em apreço não é um que não sabe, simplesmente; antes, um que, despreza aos que sabem. Ele se basta na sua tolice, e moteja de quem o tentar ensinar. “A repreensão penetra mais profundamente no prudente do que cem açoites no tolo.” Prov 17;10 Nem sendo açoitado, como as consequências das tolices costumam fazer, esse aprende alguma coisa.
Um simples, privado de conhecimento, mas de índole dócil, ensinável, mesmo em suas privações é aquilatado como sábio; pois, ao menos sabe o que lhe falta e quando pode, adquire o que carece. Desse está dito: "Dá instrução ao sábio, ele se fará mais sábio; ensina o justo, ele aumentará em entendimento.” Prov 9;9 Diferente do tolo presunçoso, a aquisição de instrução lhe é um tesouro, não uma ofensa.
Quem desenvolve o gosto pelo aprendizado, jamais se satisfaz; sempre está em busca de mais, pelo hábito e a recompensa. O primeiro é como um paladar adquirido, que faz prazeroso aquilo que seria trabalhoso a outrem; os frutos do aprendizado deixam evidente que os esforços por ele, valem à pena.
“Melhor é a sabedoria que as armas de guerra, porém um só pecador destrói muitos bens.” Ecl 9;18
Todos estamos em situação intermediária quando o assunto é saber. Haverá muitos que sabem infinitamente mais do que nós, e alguns, que menos. Nosso parâmetro deve ser em relação a nós mesmos. Não estamos competindo; antes, somos desafiados a crescer no conhecimento. Os que aceitam esse desafio, não carecem de outra motivação, para assim o fazer.
Em geral, o escárnio, a zombaria é a resposta de quem não tem uma outra, e é orgulhoso demais para admitir suas carências; sente-se ofendido se alguém lhe tentar ajudar. Por isso, além de evitarmos o conselho dos ímpios, o caminhos dos pecadores, somos aconselhados, no salmo primeiro, a não nos assentarmos na roda dos escarnecedores.
O Salvador também desaconselhou o ensino em situações assim; “Não deis aos cães as coisas santas, nem deiteis aos porcos, vossas pérolas, não aconteça que as pisem com os pés e, voltando-se, vos despedacem.” Mat 7;6 Somos desafiados a pregar, quer seja oportuno, quer não; eis uma situação em que o silêncio é mais indicado!
A vasta difusão das coisas pelos meios tecnológicos, e o advento da Inteligência Artificial, pioram muito as coisas nesse aspecto; de admitirmos nossas carências, nossos lapsos de conhecimento.
Quem quiser fazer tipo, “intelectual” poderá encontrar toda sorte de artifícios, esboços disso, daquilo, para posar de mestre espiritual, até. Entretanto, se alguém supõe que a “Faculdade do Espírito Santo” é um vasto ambiente de múltiplas janelas decoradas com arranjos de plástico, vai se decepcionar mais rapidamente do que supõe em suas melhores autocríticas.
Não existe inteligência espiritual, sem a diretriz do Mestre, Espírito Santo. “Adivinhar” nomes, CPFs e outras frivolidades é possível via manipulação tecnológica como muitos pilantras o fazem; mas, sanar as dores profundas da alma, conhecê-las, revelá-las e medicá-las, não é um atalho acessível, mediante “aplicativos”.
“O espírito do homem é a lâmpada do Senhor, que esquadrinha todo o interior até o mais íntimo do ventre.” Prov 20;27 “Porque, qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão O Espírito de Deus.” I Cor 2;11
Ante ouvidos espirituais, as coisas artificiais não têm nenhum sabor; por rebuscada que seja a linguagem, estruturada a forma do “ensino”, se não tiver o sabor de pão novo que só O Espírito empresta, quem escutar, facilmente identificará a fraude, dado seu paladar. “Porventura o ouvido não provará às palavras, como o paladar prova aos alimentos?” Jó 12;11
Enfim, usemos todos os meios para fazer a mensagem ir o mais longe possível; mas, tenhamos ojeriza aos artifícios mecânicos, se tratando do conteúdo; aos plágios virtuais tão em voga, de gente que, pela recusa de pagar o preço em consagração, e relacionamento com O Senhor, acredita que pode suprir a lacuna com reles imitação.
Assim como somos acordados pelo discernimento, quando uma fraude se nos apresenta, também estaremos nus, diante de pessoas espirituais, se fizermos uso de métodos fraudulentos. Se alguém deseja ser capacitado a tocar em almas com sua mensagem, antes carece que a sua seja tocada, ungida e habitada pelo Espírito Santo de Deus.
Não que possamos ser originais; mas, se os falsos ministros imitam ministros de justiça, o capeta, a anjos de luz, escolhamos algo melhor para imitar; “Sede meus imitadores, como também eu de Cristo.” I Cor 11;1 Imitando ao Senhor, não serão possíveis, fraudes; como Ele É A Vida, é necessário viver.
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