“Eu glorifiquei-te na terra, tendo consumado a obra que Me deste a fazer.” Jo 17;4
Muitos acreditam que glorificar a Deus seja uma coisa de lábios. Se, a glória se expressar num efusivo louvor ao Nome do Eterno, carece mais do que palavras. “Este povo se aproxima de Mim com sua boca e Me honra com seus lábios, mas seu coração está longe de Mim.” Mat 15;8 Os louvores dos lábios devem ter o coração como fonte.
Isso posto, há uma forma inda mais excelente de glorificarmos ao Senhor. Se, o louvor oriundo do coração é aceitável, diante Dele, a excelência é louvá-lo, levando a efeito o que Ele nos ordena; “Eu glorifiquei-te na terra, tendo consumado a obra que Me deste a fazer.”
A Obra que cada um administra, integralmente, é a mordomia da própria alma, que deve servir ao Senhor. Invés de um eflúvio pontual, fazer de nossa vida inteira, um modo de ser alinhado aos valores do Eterno, que O glorifica muito mais. “Observaste Meu servo Jó?”
Louvarmos, num momento de euforia, nem sempre significa que levaremos a efeito o que começamos. Quem depende do estímulo emocional, para levar a cabo sua obra, tem tudo para abandonar a empresa cujo desenrolar passa por inúmeros momentos de prova; nem sempre nossas emoções nos hão de ser favoráveis;
na parábola do Semeador, O Senhor ilustrou: “O que foi semeado em pedregais é o que ouve a Palavra e logo recebe com alegria; mas não tem raiz em si mesmo, antes é de pouca duração; chegada a angústia e a perseguição, por causa da Palavra, logo se ofende;” Mat 13;20 e 21 O que, num momento ensejou alegria, depois, mudou em angústias. As emoções não são boas conselheiras no prisma espiritual. Devemos balizar nossa caminhada pela Palavra, a despeito dos sentimentos.
O homem imprudente que se atreve em tão sério empreendimento, sem calcular os custos, também foi figurado como o pretenso construtor de uma torre, que começou o projeto sem os meios suficientes. “... Este homem começou a edificar e não pôde acabar.” Luc 14;30 Perseguições, zombarias fazem parte do “Opróbrio de Cristo,” ao qual, somos desafiados a suportar.
Sobre perseverança encontramos ainda mais: “Jesus lhe disse: Ninguém, que lança mão do arado e olha para trás, é apto para o Reino de Deus.” Luc 9;62 Quem decide-se ir após o chamado Divino, deve fazer como Eliseu, que matou os bois e queimou a tralha, tolhendo as comodidades que poderiam lhe tentar a retroceder. Abriu mão do arado, literal, para se dar por inteiro à seara profética.
Mas como, aquele que consuma sua obra glorifica a Deus? Onde, quando, temos certeza que isso foi obtido? Acontece que, ao longo da caminhada, a fé é testada muitas vezes; quanto mais distante alguém vai, na vereda da obediência ao Senhor, maiores embates terá que enfrentar. Como saber que venceu?
O consumar a obra, de Cristo, João Batista, Paulo e Estêvão, para citar alguns, terminou com morte violenta. Todos eles foram vencedores. Assim, aprendemos que, a nossa obra não é um destino, ou um número a atingir. Tipo; pregar em tais lugares, durante tantas vezes, a quantas pessoas; antes, é um modo íntimo de ser, que direciona sempre, o agir, a despeito das circunstâncias.
A manutenção da atitude inabalável do obreiro, malgrado, as provas que venha a enfrentar é a obra a ser realizada. “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.” II Tim 4;7
Embora a ideia de obra enseje sempre um pensamento sobre algo a fazer, em muitas circunstâncias requer apenas, não duvidarmos. “Jesus respondeu, e disse-lhes: A obra de Deus é esta: Que creiais naquele que Ele enviou.” Jo 6;29 Claro que, o crer genuíno não é mera abstração; requer que andemos conforme cremos. “A fé sem obras é morta.”
Por isso, invés de receitas pontuais, faça isso, aquilo, a Obra de Deus requer de nós a mesma postura, em meio aos afazeres e tentações que podem diversificar; “... Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida.” Apoc 2;10
A bem da verdade, somos mais pacientes que agentes, na Obra de Deus; “Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra, aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo;” Fp 1;6
Cada tentação que assedia, é um convite para que desçamos ao vale do pecado, abandonando a necessária santificação, para qual fomos chamados. Mesmo que estejamos ocupados apenas das nossas almas, ainda estaremos envolvidos em algo grande que vale mais que o mundo inteiro perdido. Façamos nossas as palavras de Neemias, quando convidado para baixo: “... Faço uma grande obra, de modo que não poderei descer...” Ne 6;3
Nenhum comentário:
Postar um comentário