“Até importa que haja entre vós heresias, para que os que são sinceros se manifestem.” I Cor 11;19
Sendo a heresia um abandono da sã doutrina, natural supormos que, a manifestação dos sinceros, seja no sentido da advertência contra ela, do combate em defesa da verdade. Pois, ela se há de manifestar como “alternativa” num ambiente onde, necessariamente, vige a ortodoxia.
Não basta sermos sinceros, contudo, para que não sejamos arrastados pelo erro. É necessário que tenhamos certa edificação, um quê de aperfeiçoamento espiritual, para que saibamos onde estamos pisando, e onde nos convém. “O mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem, quanto, o mal.” Heb 5;14
A sinceridade é uma virtude que capacita seu hospedeiro a se manifestar como é, se expressar segundo pensa, a despeito das opiniões circunstantes. Porém, não valora a qualidade do pensar, do mesmo. Podemos ser sinceros no engano, na ignorância. Dado que, a sinceridade é uma virtude neutra, atinente ao teor das nossas escolhas, e aprendizados. Expressa as coisas como as vemos, sem aquilatar a qualidade das nossas visões.
Os ministérios idôneos de ensino foram dados, como meios fomentadores da edificação, para que nossa eventual sinceridade, tenha conteúdo; “Ele mesmo (Cristo) deu uns para apóstolos, e outros para profetas, evangelistas, pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, homem perfeito, à medida da Estatura Completa de Cristo.” Ef 4;11 a 13
Pois, a edificação é que fará firmes nossas pisadas, a despeito do assédio de “doutrinas alternativas” que tentarão atrair nossa atenção. “Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em redor por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia agem fraudulosamente.” V 14
Quando o assédio de heresias começa a causar divisões, invés de ensejar severas diatribes, como convém, isso acaba sendo uma denúncia oblíqua de que, a necessária edificação ainda não foi atingida por todos. Infelizmente, nunca o é.
A massificação, o “consenso” em nome da armadilha do “politicamente correto”, não, em torno da verdade, tem sido usado de maneira recorrente, e admitido em ambientes sonolentos, onde a omissão, para “não ser polêmico” ganha maior apreço que, o ser verdadeiro. As heresias grassam; os incautos dormem.
No contexto do Antigo Testamento as guerras eram literais, sangrentas mesmo; havia uma terra a ser conquistada e ferrenhos imigos derrotar. De uns que não foram à luta nos dias de Débora foi dito: “Amaldiçoai a Meroz, diz o anjo do Senhor, acremente amaldiçoai seus moradores; porquanto não vieram ao socorro do Senhor, ao socorro do Senhor com os valorosos.” Jz 5;23
Nos dias de Jeremias o profeta ampliou a sentença a todos os omissos nas necessárias batalhas; “Maldito aquele que fizer a obra do Senhor fraudulosamente; maldito aquele que retém sua espada do sangue.” Jr 48;10
Na Nova Aliança, não se trata mais da “Terra Prometida”, antes, do Céu prometido. A batalha é outra: “Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, contra os principados, e potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais.” Ef 6;12
Não significa sairmos “amarrando” demônios, exorcizando-os de modo imaginário como muitos incautos o fazem. A batalha se dá pela posse das mentes, que culmina no domínio das almas.
É na área da verdade x mentira, que somos chamados a lutar; “Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus para destruição das fortalezas; destruindo conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo;” II Cor 10;4 e 5
Assim como a sinceridade sozinha acaba inócua, o entendimento também carece determinado “consórcio”; com a obediência. Nada valerá termos o entendimento correto, sem a prática daquilo que entendemos ser a Vontade de Deus.
Então tenhamos cuidado com líderes demasiado cordatos, cheios de dedos ante assuntos “polêmicos” que poderiam ferir suscetibilidades. Muitos estão infiltrados a serviço da oposição, cantando calculados cantos de ninar, onde deveriam ser despertos os valentes para a devida defesa da verdade.
Escrevendo aos efésios Paulo fez barulho, visando estragar a soneca de alguns; “Por isso diz: Desperta, tu que dormes, levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá.” Ef 5;14 Fomos chamados para sermos atalaias; gente que vê sinais de perigo e adverte aos demais.
Quem recebeu o “dom de ninar” não se aliste no exército do Senhor. “Se alguém também milita, não é coroado se, não militar legitimamente.” II Tim 2;5
Nenhum comentário:
Postar um comentário