quarta-feira, 28 de maio de 2025

O novo normal


“O que foi, isso é o que há de ser; o que se fez, isso se fará; de modo que nada há de novo debaixo do sol.” Ecl 1;9

O autor se refere aos monótonos ciclos naturais; sol, ventos, rios; nessa esfera não há nada de novo, (original) pois, toda incidência já é um, de novo. (repetição)

“Há alguma coisa de que se possa dizer: Vê, isto é novo? Já foi nos séculos passados, que foram antes de nós.” V 10 Se, essas coisas atinentes à natureza, não obstantes seus movimentos, estão restritas a um eterno “plágio” do pretérito, no que tange ao ser humano, O Criador desafia ao abandono das coisas velhas, pela ousadia de abraçar às novas.

O Santo não se prende a protocolos, tampouco, limita-se às nossas expectativas, como se, nos coubesse determinar, onde, quando, como; da Sua atuação.

Ao estabelecer Nova Aliança, mediante Jesus Cristo, invés de buscar uma audiência no templo, tomar oficialmente, um dos setenta do Sinédrio, e publicar o anúncio na “Ordem do Dia”, O Senhor desprezou protocolos da sonolência humana e fez algo novo. “Sendo Anás e Caifás sumos sacerdotes, veio no deserto a palavra de Deus a João...” Luc 3;2

Estranhamente havia dois sumos sacerdotes, quando o normal seria um; assim, se mesmo os encarregados de preservar o normal estavam imersos na anormalidade, que mal teria se, O Todo Poderoso, invés de fazer uso do suntuoso templo, enviasse Sua Palavra ao deserto? “... veio no deserto a palavra de Deus a João...”

Por alguma razão, evitou o templo. Não obstante, João fosse filho de Zacarias, de linhagem sacerdotal, vivia no deserto, comendo gafanhotos e mel, usava pele de camelo como veste, invés do linho sacerdotal.

Muitas coisas estavam “fora do lugar”; invés de exortar aos pecadores, para que cada um se arrependesse, levasse um cordeiro ao santuário, e o sacrificasse, para que fosse perdoado, propunha algo diferente; começou eliminando a vantagem hereditária do “povo eleito”; “Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento, não comeceis a dizer em vós mesmos: Temos Abraão por pai; porque eu vos digo que até destas pedras pode Deus suscitar filhos a Abraão.” Luc 3;8

Invés de recomendar sacrifícios, junto ao chamado para arrependimento, batizava; em dado momento, explicou a novidade; “Respondeu João a todos, dizendo: Eu, na verdade, batizo-vos com água, mas eis que vem Aquele que é mais poderoso que eu, do qual não sou digno de desatar a correia das alparcas; Esse vos batizará com o Espírito Santo e com fogo.” V 16

Quando Cristo apareceu, João apontou para o sacrifício do qual todos careciam; “Vendo passar a Jesus, disse: Eis aqui o Cordeiro de Deus.” Jo 1;36 Invés das pessoas pegarem um cordeiro e irem ao templo, O Cordeiro veio a elas, para ensinar-lhes como caminhar, antes de sacrificar-se, por elas.

Os que estavam acostumados à mesmice religiosa, viam em qualquer inovação, ou mudança, uma ameaça, se indispuseram tanto, contra João, quanto, contra O Senhor.

O propósito da Lei estava se cumprindo; mas, os afeitos à mesmice, não queriam mudanças; “De maneira que a Lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados.” Gál 3;24

Como o “novo normal” trouxe novo sacerdócio, outros câmbios se fizeram necessários; “Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também, mudança da Lei.” Heb 7;12

Não houve uma rejeição da Antiga Aliança, estritamente; como ela não era suficiente para remover os pecados, carecia de um “upgrade”; “Porque nos convinha tal Sumo Sacerdote, Santo, Inocente, Imaculado, separado dos pecadores, e feito mais sublime que os Céus;” Heb 7;26

Natural que os mais apegados à tradição religiosa se opusessem ao Evangelho; ele significa, “Boa Nova”. Para aqueles, as coisas velhas já eram “boas” o bastante.

Como a conversão demanda que, deixemos nossos pensamentos pelos Divinos, ver Isaías 55;7ss o que Ele chama, bom, não o que nos parece, deve contar, doravante.

Não se derive disso, porém, uma diatribe à religião, uma defesa aos desigrejados, coisa que tantos fazem, como se, esse fosse o foco; as mudanças que deseja, O Senhor antecipa na Sua Palavra, e no devido tempo, as cumpre. As insubmissões disfarçadas de reformas seguem sendo o que são, apesar dos disfarces.

O mesmo Salomão que falou com certo tédio das mesmices repetitivas dos ciclos naturais, quando se tratou do Eterno, prescreveu o temor, não uma letargia tediosa; “De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus, e guarda Seus mandamentos; porque isto é o dever de todo o homem. Porque Deus há de trazer a juízo toda a obra, até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau.” Ecl 12;13 e 14

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