sábado, 3 de agosto de 2024

Simples; e sério


“Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.” Mc 16;16

Simples assim? Sim, e não. Essa promessa inclui algumas “letras miúdas” que precisam ser consideradas, também. Crer e ser batizado são passos iniciais, indispensáveis; contudo, a decisão demanda outros passos, ainda.

A primeira nuance é uma mudança no agir, doravante, segundo o Ensino Daquele em quem cremos. As obras coerentes que evidenciam a fé. “... a fé, se não tiver obras, é morta em si mesma. Mas dirá alguém: Tu tens a fé, eu tenho obras; mostra-me tua fé sem tuas obras, eu te mostrarei minha fé pelas minhas obras.” Tg 2;17 e 18

A Palavra é categórica sobre o meio pelo qual somos salvos; “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; isto não vem de vós, é dom de Deus. Nem das obras, para que ninguém se glorie;” Ef 2;8 e 9

E expressa com a mesma clareza, como deve ser o andar dos que creem; “Porque somos feitura Sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.” V 10 “Aquele que diz que está Nele, também deve andar como Ele andou.” I Jo 2;6

Assim, mesmo sendo simples a receita, crermos em Cristo e nos batizarmos Nele, essa iniciação demonstrada pelo batismo supõe uma identificação com O Salvador às últimas consequências. “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na Sua morte?” Rom 6;3

Isso traz anexo, o compromisso com um modo de viver diverso do que tínhamos antes; “De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim, andemos em novidade de vida.” Rom 6;4

Eventualmente, consideramos nos identificar com O Senhor em obediência, quiçá, na capacidade de operar algum sinal pelos dons do Seu Espírito; porém, o mais grave nesse mundo mau e adverso ao Senhor, é que devemos nos identificar com Ele em Sua rejeição. “Basta ao discípulo ser como seu mestre, ao servo como seu senhor. Se chamaram Belzebu ao Pai de família, quanto mais aos seus domésticos?” Mat 10;25

Mais que rejeição, grassa o ódio do mundo contra O Senhor. Basta ver o exemplo atual das Olimpíadas de Paris, onde, O Nome Dele precisa ser “falado” em LIBRAS, sujeito a punições; enquanto, a blasfêmia contra Ele e Seus ensinos é encenada “Urbe et Orbe”.

Não, conquistar coisas pela fé, como ensinam os mercenários da prosperidade, os vencedores de Cristo, são os que perseveram em meio às adversidades, perseguições, zombarias que esse mundo dirige contra O Senhor e Seus servos.

Mais que uma “chave” que abre portas cerradas, a fé sadia é uma confiança inabalável, que repousa no seu alvo, O Senhor, mesmo quando todas as portas insistem em não se abrir. “Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do Seu servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor, firme-se sobre seu Deus.” Is 50;10

Podemos aprender com o erro de Abraão, que, quando lhe pareceu que a Promessa Divina estava meio fora do alcance, de ter um filho, por sugestão da esposa aceitou um atalho, tomando em seu leito à escrava, Agar.

Sempre que nossa fé for testada, a vida se encarregará que colocar uma “Agar” ao lado, um “plano B”; a excelência da fé não é esperar pelo óbvio, o lógico.

Quanto ao fiador do que cremos, devemos descansar na Integridade Divina; quanto o teor do que convém esperar, devemos crer conforme Sua Promessa.

Se ancorarmos nossa esperança no que não foi prometido, O Eterno não se responsabiliza pelos nossos devaneios. Saibamos que, embora seja lícito orarmos pedindo coisas segundo nosso arbítrio, a essas devemos colocar o adendo: Todavia seja segundo a Tua Vontade; atinente à salvação, convém “... reter a esperança proposta;” Heb 6;1

Na reta final, dos “dias maus”, mais que uma força para fazer acontecer coisas boas, a fé sadia nos mantém na Rocha, vendo nas crescentes adversidades, no recrudescer da maldade, a certeza que, não somos do mundo; ou, um testemunho oblíquo de que pertencemos a Cristo.

Seguem imutáveis os passos, crer e ser batizado; concorrem sofrer rejeição, perseverar; “sereis odiados por todos por amor do Meu Nome; mas quem perseverar até ao fim será salvo.” Mc 13;13

Estejamos também atentos aos da Graça barata, que, superestimam o perdão, e ignoram a necessária disciplina. Setenta vezes sete é ordem de perdoar sempre, que recebemos; não, licença para os maus seguirem maus, indefinidamente.

A fé salvífica é disciplinada, obediente. “Considera, pois, a bondade e a severidade de Deus...” Rom 11;22

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