sábado, 24 de agosto de 2024

O Processo


“Judas Iscariotes, um dos doze, foi ter com os principais dos sacerdotes para lhe entregar. Eles, ouvindo-o, folgaram, e prometeram dar-lhe dinheiro; buscava como O entregaria em ocasião oportuna.” Mc 14;10 e 11

Os religiosos a o pérfido Judas, confabulando para atentar contra a Vida do Senhor.

Estando acordados sobre o preço do “trabalho”; esperavam por um momento propício. Que tipo de situação era essa? “... os principais dos sacerdotes e os escribas buscavam como O prenderiam com dolo, e O matariam. Mas eles diziam: Não na festa, para que porventura não se faça alvoroço entre o povo.” Vs 1 e 2

Seria preciso que Ele fosse pego em flagrante delito; como? Estava decidida a sentença Dele já; pretendiam matá-lo. Faltava-lhes um pretexto que “justificasse.” A profecia que atinava a isso previra o “problema” deles. “Eles Me cercaram com palavras odiosas, pelejaram contra Mim sem causa.” Sal 109;3

A “ocasião oportuna” que poderiam esperar, pois, seria encontrar O Salvador apenas com os discípulos; assim o fizeram, quando Ele orava no Getsêmani. Quanto às acusações, o STF da época daria um jeito. “Discursos de ódio, Sinedriofobia, sedição contra César...” Qualquer coisa serviria. Achada a “falha” do Senhor, açodariam o povo contra Ele, requerendo a sentença. “Crucifica-o!”

Tiranias agem assim. Quando a casamata da hipocrisia sob a qual se abrigam, ameaça ruir, alguém lhes diz verdades incômodas, presto atacam o “problema”. A “solução”, nunca lhes é uma mudança de rumo, deixando a falsidade, se adequando às demandas justas; antes, a remoção do denunciante, aquele “perturbador” que atenta contra as liberdades, contra a “democracia”.

Tomam por debaixo dos panos, suas resoluções iníquas e escusas; se o fizessem à luz, poderiam sofrer objeções. Disfarçam a formação de quadrilha sob a névoa de benfeitores sociais. Superado esse risco de insurreição da plebe contra a injustiça que obram, então, convocam as multidões, devidamente manipuladas, para que vociferem por princípios retos, como se esses estivessem ameaçados, num emaranhado de barulho e efervescência emocional, sob o qual camuflam seus intentos assassinos.

Hoje, vemos os mesmos métodos safados de sempre. Meia dúzia de pilantras se amontoam aqui, acolá, e decidem entre eles, qual será a “vontade do povo”. Acaso, nossos representantes, depois de eleitos respeitam-nos? Basta ver o pífio Congresso que temos, com uma minúscula leva de exceções, para constatarmos que esse viés cretino, de diluir no todo, vícios de poucos, continua com a pujança de sempre.

Segundo especialistas em ritos processuais, mais de uma dezena de ilícitos foram cometidos no “julgamento” de Jesus. Isso não importava para os “defensores da justiça”; eles careciam se livrar do problema.

Esse era o mais incisivo “defeito” do Senhor. Por não comprar enlatadas as pretensões sistêmicas, as “justiças” derivadas do marketing, nem validar os louvores superficiais dos que se rendem às aparências, Ele desafiava cada um a olhar para si, encarar os fatos, a verdade. “... Aquele que de entre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela.” Jo 8;7 disse certa vez, quando pretendiam apedrejar uma adúltera.

Tá certo que a verdade nos coloca em “saias justas”, quando falhamos. Mas, olhar para dentro de si, escutar a própria consciência, pareceu “justa” demais, àqueles. Invés de “matarmos” nossos descaminhos pelo arrependimento, por que não, matar quem os denuncia? Escolheram assim.

Urge que compreendamos isso, pra que O Inefável Sacrifício de Cristo seja eficaz para nossa salvação. Não basta que externamente pareçamos probos, sejamos “gente boa”; carecemos escutar o testemunho fiel, de quem não mente, nossas consciências, e à luz dessa, não vermos mancha.

Aquela “purificação” exterior, feita pelos sacrifícios que se oferecia na Antiga Aliança, era um tipo profético que apontava para outra, mais profunda, do íntimo da alma humana. “Porque, se o sangue dos touros e bodes, a cinza de uma novilha esparzida sobre os imundos, os santifica, quanto à purificação da carne, quanto mais o Sangue de Cristo, que pelo Espírito Eterno ofereceu a Si mesmo imaculado a Deus, purificará vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus Vivo?” Heb 9;13 e 14

Atualmente, Judas vende O Senhor a outros compradores; falsifica Sua Doutrina, emporcalha a verdade que Ele ensinou; dirige pesadas diatribes contra Jesus. Digo, os ministros probos, que, fiéis à verdade, O representam.

As falas de Judas são mais palatáveis. Muitos comem-nas para a própria perdição. “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências; desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.” II Tim 4;3 e 4

Cada um traz em si, um “Xandão” que arranja motivos para ser injusto. Cabe um pé na bunda desse ditador, para que nossas consciências flutuem, invés de rastejar.

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