sábado, 17 de agosto de 2024

A pérola do conhecimento


“Graça e paz vos sejam multiplicadas, pelo conhecimento de Deus, e de Jesus nosso Senhor; visto como Seu Divino Poder nos deu tudo que diz respeito à vida e piedade, pelo conhecimento Daquele que nos chamou pela Sua Glória e Virtude;” II Ped 1;2 e 3

O “inculto” Pedro; tanto quando desejou graça e paz aos destinatários da sua carta, quanto, quando afirmou que recebemos tudo o que respeita à vida e piedade, disse que isso se deu, pelo conhecimento de Deus e de Jesus Cristo.

Ele não era um homem letrado como Paulo e Lucas, por exemplo, mas, mero pescador; nem por isso esposou uma fé cega, sem entendimento acerca de Deus e Sua Palavra.

Admitiu sua dificuldade com textos mais profundos; “Falando disto, como em todas suas epístolas, entre as quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem, igualmente, as outras Escrituras, para sua própria perdição.” Cap 3;16 Aludindo aos escritos de Paulo.

Malgrado, suas limitações, não pretendeu que a fé fosse algo tosco, a ser abraçada sem o devido entendimento, sobre o que ela abarca. O Próprio Salvador ensinara assim; “A vida eterna é esta: que conheçam, a Ti só, por Único Deus Verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.” Jo 17;3

Entretanto, conhecer a Deus e a Jesus Cristo, não é termos na ponta da língua, as sentenças da Sua Palavra. Podemos saber capítulos de cor, e ainda sermos obtusos, nas coisas espirituais; pois, conhecer requer relacionamento, não, mero acúmulo de informações. Assim como, muitos partilham nas redes sociais, sentenças profundas, filosóficas ou espirituais, sem o mínimo contacto com elas, também se pode papagaiar sobre salvação.

Jesus especificou em quê, consiste, o conhecimento de Deus; “... Minha doutrina não é Minha, mas Daquele que Me enviou. Se alguém quiser fazer a vontade Dele, pela mesma doutrina conhecerá se ela é de Deus, ou se falo de Mim mesmo.” Jo 7;16 e 17

O conhecimento aconselhado é experimental, não, intelectual. Quem fizer a vontade Dele, conhecerá. Claro que para isso, precisamos antes, saber qual é essa vontade. Todavia o mero saber não significa conhecimento; não o que esse texto, alinhado à Palavra de Deus, esposa.

Por isso, o que sabemos e professamos, deve estar de acordo com o que fazemos, sob pena de incorrermos no mesmo erro de certos “cristãos” citados por Paulo: “Confessam que conhecem a Deus, mas negam-no com as obras, sendo abomináveis, desobedientes, reprovados para toda boa obra.” Tt 1;16

Cristo ensinou nossa necessária ruptura com o sistema mundano, para pertencer a Ele; “Dei-lhes Tua Palavra, e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como Eu não Sou do mundo.” Jo 17;14

O motivo pelo qual o mundo nos odeia, é porque recebemos à Palavra de Deus. Isso, necessariamente, nos indispõe com um sistema que vive alheio, quando não, refratário a ela.

Assim, para conhecermos experimentalmente, à vontade Divina, carecemos, “desconhecer” muito do que as pessoas fazem ao nosso lado; “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

A renovação do nosso entendimento não requer que pensemos melhor sobre determinadas coisas; antes, que deixemos nosso modo rasteiro de pensar, e sejamos imbuídos dos pensamentos Divinos, revelados em Sua Palavra; "Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno, os seus pensamentos e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque Grandioso É em perdoar. Porque Meus pensamentos não são os vossos, nem vossos caminhos os meus, diz O Senhor.” Is 55;7 e 8

Mediante Jeremias foi ensinado: “Eu sei, ó Senhor, que não é do homem seu caminho; nem do homem que caminha o dirigir seus passos.” Jr 10;23

Interessante como essa sentença parece com o “tudo o que sei, é que nada sei”, do filósofo Sócrates.

Em suma, o preceito Divino traz: “Então conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor; Sua saída, como a alva, é certa; Ele a nós virá como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra.” Os 6;3

Dos avessos que se recusaram, não foi pequeno o prejuízo; “Meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento...” Os 4;6

O Eterno deseja ser conhecido. Entretanto, será inútil pleitearmos por entendimento acerca da vereda da vida, se nela nos recusarmos andar. Saber das diretrizes necessárias é o primeiro passo; andar conforme elas, o venturoso caminho. “Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as fizerdes.” Jo 13;17

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