sexta-feira, 30 de agosto de 2024

Os hereges


“Ao homem herege, depois de uma e outra admoestação, evita-o.” Tt 3;10

Buscar mel numa colmeia traz o risco de sofrermos algumas ferroadas; mexer num vespeiro, também. No primeiro caso, ao menos, a existência do mel, compensa o risco. No segundo não há nenhuma compensação, o que tornaria a hipotética atitude, estúpida.

Debater com outrem, razoavelmente esclarecido, intelectualmente honesto, que, diverge do nosso ponto-de-vista é normal. Certamente, sendo um oponente qualificado, eventualmente nos deixará em “saias justas”, com argumentos sólidos, quiçá, fará repensar e mudar alguns aspectos da nossa visão.

Um gládio de ideias nesse nível, malgrado, eventuais picadas, de um e outro lado, compensa, pelo contraponto do “mel” do crescimento para ambos; certamente sairão do pleito melhores do que entraram.

Porém, outro, sem respeito aos fundamentos estabelecidos, que se esmera em defender o indefensável, sem a honestidade de manter que disse algo, se for demonstrado falso, ou, conceder razão ao oponente quando oportuno; enfim, que não se embrenha na floresta dos argumentos sonhando com a clareira da verdade; acha que já a possui. Foge ou distorce tudo aquilo que ameace mostrar sua fragilidade, nesse caso, evitar o debate é mais sábio. Não encontraremos mel entre vespas ou marimbondos.

Paulo aconselhou que não gastemos latim com tipos desses; “Ao homem herege, depois de uma e outra admoestação, evita-o.”

Entretanto, não é o que acontece. Notórios ateus, vibrantes sectários, especialistas em línguas originais da Bíblia, “intérpretes” preteristas desengonçados que sabem tanto da Palavra, quanto eu de física quântica, nada, estão em muitos vídeos, entrevistas, podcasts, para ensinar. O “Evangelho de Tomé”, de “Maria Madalena”, ETs, reptilianos, não existência do Jesus Histórico, de Moisés, outros esposam que Jesus seria um Deus à Imagem de Paulo, etc.

Não nego que exista algo além da Bíblia; ela não encerra informações sobre tudo o que há; não é esse seu propósito. Entretanto, no motivo pelo qual foi dada, é plena, nada lhe falta. “Visto como o seu divino poder (Deus) nos deu tudo que diz respeito à vida e piedade, pelo conhecimento daquele que nos chamou pela Sua Glória e Virtude;” II Ped 1;3

Para a regeneração das vidas perdidas desde a queda, tudo o que é necessário está na Palavra de Deus.

Se, alguém já sabe tudo e cumpre o que sabe, ao tal, para fugir do tédio, nada mais natural que excursione fora da Bíblia, tentando entender o Livro de Enoque, a saga dos dinossauros, a estrutura das galáxias, o tamanho do Universo, etc. Agora, quem não sabe o básico, ou, se sabe não cumpre, qual o sentido de exercitar-se em ímpias ginásticas mentais, cujo fito é desfazer da crença alheia, invés de edificar ao semelhante?

Quem encontrou a salvação, labora para difundi-la, não, para lutar contra os que creem. Os que se opõem, sabemos, servem a outro espírito, e nada lhes compete construir, uma vez que se alistaram nas fileiras do destruidor. Jesus disse: “O ladrão não vem senão a roubar, matar e destruir; Eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância.” Jo 10;10

O Evangelho é a maior declaração de amor de todos os tempos. Mas, está tão amalgamado à justiça, que foi necessário ao Eterno, escrevê-la com sangue. Logo, a leitura isolada, do Amor Divino, deixa de ser O Evangelho, torna-se uma heresia, ao sabor da humana e perversa concepção de “amor”.

O “Carro da salvação” é puxado por uma parelha antagônica; de um lado, o Amor Divino pelos pecadores; do outro, o ódio do Eterno, ao pecado. Do Salvador foi dito: “Tu amas a justiça e odeias a impiedade; por isso Deus, o Teu Deus, Te ungiu com óleo de alegria mais do que aos Teus companheiros.” Sal 45;7 

Quem não sabe separar uma coisa e outra, ao menos deveria saber fazer silêncio. Entretanto, em linhas gerais, quem menos tem a dizer é quem mais fala, salvas venturosas e raras exceções.

O tempo que gastamos após vespas, discutindo com esses cujo benefício é zero para nosso crescimento, e para proveito do Reino de Deus, perdemos, deixando de fazer a coisa certa, altercando acerca do sexo dos anjos. Qual o sentido?

Não basta que tenhamos alguma luz espiritual; é necessário que essa luz seja usada para fim proveitoso, senão, nosso entendimento será usurpado pelo poder das trevas. O Salvador ensinou: “... Se a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!” Mat 6;23

Pouco importa se, “fulano não crê na existência de Jesus”; “beltrano, duvida que A Bíblia seja de origem Divina”, etc. Como bem disse Spurgeon, não trocamos de lugar com reis em seus tronos, a menos que eles também, conheçam a Jesus. Quanto aos hereges, não os conheço.

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