quinta-feira, 22 de agosto de 2024

Os amigos de Deus


“Não chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de Meu Pai vos tenho feito conhecer.” Jo 15;15

A relação do Salvador com os discípulos era bastante estreita, sem segredos; foram tratados como amigos Dele.

Embora aquele que não nutre aversão nem deseja nosso mal, num sentido amplo possa ser considerado amigo, a amizade verdadeira é algo mais. Intimidade, companheirismo, confluência de valores, ausência de segredos.

Quem se atreve a uma relação assim, com Deus, certamente recebe contrapartida; O Eterno se apraz naqueles que O temem; “O segredo do Senhor é com aqueles que o temem; Ele lhes mostrará Sua Aliança.” Sal 25;14

O primeiro passo é a conversão, na qual, a inimizade que a vida pecaminosa demonstrava é apaziguada pela remissão e mediação de Cristo; “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação.” II Cor 5;19

Não se trata de uma amizade entre iguais. Ele É O Criador; somos criaturas, que recebem a adoção de filhos, através dos Méritos de Cristo. Por essa distância abissal, natural que a amizade requeira um quê de serviço, de obediência ao que É Perfeito, como ensinou O Senhor: “Vós sereis Meus amigos, se fizerdes o que vos mando.” Jo 15;14

Mandou que não atuássemos segundo o mundo, que se lhe opõe; Tiago exorta: “Adúlteros e adúlteras, não sabeis que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” Tg 4;4

Seria insano supor que, teríamos intimidade com O Todo Poderoso, vivendo às nossas maneiras. Paulo diz: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

Amizade verdadeira se preocupa com as necessidades daquele que estima. Isso está numa prateleira muito superior ao utilitarismo interesseiro que muitos presumem ser, o cristianismo. Não se trata de reclamar bens, posses, porque agora, somos amigos Dele; antes, de sermos gratos, porque Ele existe e nos é leal; malgrado, permita, quando lhe aprouver, que passemos por situações delicadas.

Ele não prometeu que nos livraria; antes, que sofreria conosco; pois aos Seus Olhos, é preferível que suportemos dores, privações, para infundir em nossas almas, a necessária têmpera, talhando-nos para a resiliência, na batalha pela preservação da vida espiritual. Então, diz: “Quando passares pelas águas estarei contigo, quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti.” Is 43;2

Essa “prova de fogo”, visa expor aos nossos próprios olhos, nossa realidade espiritual; (Ele É Onisciente) quando nos prova, colateralmente, nos ilumina, deixando ver de quê, somos feitos no aspecto que conta para a vida; “Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo. Se alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, a obra de cada um se manifestará; o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; e o fogo provará a obra de cada um. Se a obra que alguém edificou nessa parte permanecer, esse receberá galardão.” I Cor 3;11 a 14

Importemo-nos com o que agrada ao nosso Amigo; comecemos por confiar integralmente Nele e Sua Palavra; “Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe, e é galardoador dos que O buscam.” Heb 11;6

Por essa qualidade, Abraão, o “Pai da fé” foi chamado de amigo do Altíssimo; “... creu Abraão em Deus, e foi-lhe isso imputado como justiça, foi chamado, amigo de Deus.” Tg 2;23

Malgrado, o troante barulho dos ritos, a espetaculosa exposição nas vitrines da religiosidade, a maioria dos homens dos últimos dias, vive próxima a outras preferências afetivas; eles são, “Traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites que amigos de Deus.” II Tm 3;4

A amizade do Criador com o primeiro homem era notável; todos os dias o visitava no jardim para falar com ele. Mas, “... o intrigante separa os maiores amigos.” Prov 16;28 Dando crédito ao intrigante, o homem rompeu a relação.

A inimizade durou até a vinda de Cristo. Nele, quem quiser pode reconciliar. Ainda passeia pela terra, buscando fazer amizades; “Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir Minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, com ele cearei, e ele Comigo.” Apoc 3;20

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