segunda-feira, 26 de agosto de 2024

Sobre as águas


“Quando subiram para o barco, acalmou o vento.” Mt 14;32 Após um breve passeio sobre as águas, Jesus e Pedro, tende esse mergulhado, também, subiram ao barco onde estavam outros discípulos.

Mar agitado, ventos fortes, situação que mudou, de uma hora para outra. “quando subiram para o barco, acalmou o vento.” Certamente concorreu a vontade do Senhor, que tem poder sobre essas coisas; isso encerra uma lição que faremos bem em aprender.

No caso de Jonas, se dera o contrário. Terrível tempestade ameaçava o navio; ele assumiu ser o culpado, por estar fugindo de um mandado Divino, pediu que fosse lançado ao mar; feito isso, a tempestade acalmou. Num caso o vento serenou quando se aumentou a carga; no outro, quando se diminuiu, por quê?

No caso de Jonas havia relação de causa e efeito. A tempestade viera como punição a uma desobediência. Punido o rebelde, a procela deixou de existir. Os desdobramentos, com o arrependimento do profeta, e obediência, são de outra história.

No caso de Jesus e os discípulos, não havia uma causa corretiva. Perante os Seus, O Salvador explicava coisas em particular, como o sentido das parábolas; também permitia que eles vissem coisas que eram vetadas aos demais; como no monte da transfiguração, a Pedro, Tiago e João; ou, o incidente de andar sobre as águas. Essa intimidade fora predita, em dias idos; “O segredo do Senhor é com aqueles que O temem; Ele lhes mostrará Sua Aliança.” Sal 25;14

Como os que acompanhavam ao Senhor eram Seus alunos, natural que aquilo tivesse uma função didática, diferente da correção de Jonas.

Andar contra os ventos em águas agitadas, é comum aos que ousam ser diferentes do mundo, seguindo após os ensinos do Senhor. Ele mesmo disse: “Tenho-vos dito isto, para que em Mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, Eu venci o mundo.” Jo 16;33

Duas situações antagônicas: No mundo, águas agitadas, ventos opostos, aflições; em Cristo, Paz. Não por acaso, quando O Salvador entrou no barco, as águas se acalmaram. Há uma lição importante aí.

Grosso modo, confunde-se a paz do mundo com a do Senhor; mas Ele disse que não é assim. “Deixo-vos a paz, Minha paz vos dou; não vos dou como o mundo dá. Não se turbe vosso coração, nem se atemorize.” Jo 14;27

A “paz” do mundo, em geral, é uma calmaria baseada em apetites naturais saciados; por um pouco; como um leão no prado que, após devorar a uma zebra repousa “pacífico”. Miquéias descreveu alguns assim: “... que mordem com seus dentes e clamam paz; mas contra aquele que nada lhes dá na boca preparam guerra.” Miq 3;5 

O preço desses é a saciedade dos seus anseios. Paulo também apreciou aos dos seus dias, uns; “Cujo fim é a perdição; cujo Deus é o ventre, e a glória é para confusão deles; que só pensam nas coisas terrenas.” Fp 3;19

A paz de Cristo reconcilia-nos com Deus, a despeito do que aconteça ao redor. “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando Consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; pôs em nós a palavra da reconciliação.” II Cor 5;19

Feito isso, presto soprarão ventos de perseguições, valores invertidos, difamações, calúnias, inveja dos falsos cristãos, etc. sopram contra os que pretendem “navegar” com fidelidade. As águas, os povos, se deixam agitar por essas coisas; tentam nos contagiar com suas agitações. É indispensável que Jesus Cristo esteja “no barco”, para que, tais tempestades ímpias não nos façam naufragar.

Andar sobre as águas, naquele incidente foi algo literal; hoje podemos fazer o mesmo, como Pedro, enquanto não duvidou do Mestre. Agora num sentido figurado, de não submergir nessas coisas que afundam os que não têm O Senhor como timoneiro das suas vidas.

Usando uma figura mais sólida, O Salvador nos desafiou a edificarmos nossas casas sobre a rocha, pois elas serão testadas pelos rigores naturais. “Desceu a chuva, correram rios, assopraram ventos, combateram aquela casa e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha.” Mat 7;25

No primeiro caso, bastaria confiar no Senhor irrestritamente para não afundar; Pedro falhou. No segundo, cumprir à Palavra que ouvimos, para termos firme a nossa casa espiritual, o que, também requer confiança inabalável no Salvador.

A paz de Cristo não é flutuar pela ausência de problemas; antes, manter-se íntegro em meio a Eles, ciente da Bendita Presença, conosco. “Quando passares pelas águas estarei contigo, e quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti.” Is 43;2

Se as agitações circunstantes estão ameaçando afundar-te, verifique se O Senhor está na embarcação; caso não, convide-o a entrar. Entrando Ele, os ventos acalmarão.

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