quarta-feira, 7 de agosto de 2024

Vilipêndio à Graça


“Nós, cooperando também com Ele, vos exortamos a que não recebais a Graça de Deus em vão.” II Cor 6;1

Algo ser de graça, pode gerar a sensação errônea que seja de pequeno valor. O Salvador ensinou sobre a devida postura para quem entende o que a salvação significa: “... o Reino dos Céus é semelhante ao homem, negociante, que busca boas pérolas; encontrando uma pérola de grande valor, vendeu tudo quanto tinha e comprou-a.” Mat 13;45 e 46
Sendo, algo de grande valor, como alguém trataria tal dádiva como banal?

Lemos; “A mulher graciosa guarda a honra como os violentos guardam as riquezas.” Prov 11;16 O zelo para com as riquezas forja homens violentos em defesa delas, porque esses consideram que vale o esforço para reter, àquilo que prezam.

Quanto foi pago pela salvação? Não podemos mensurar o valor da Vida de Cristo; mas, podemos ter uma parca ideia, vendo quanto valem os recursos humanos para esse fim. “Aqueles que confiam na sua fazenda, se gloriam na multidão das suas riquezas, nenhum deles de modo algum pode remir seu irmão; dar a Deus o resgate dele. Pois a redenção da sua alma é caríssima...” Sal 49;6 a 8 Em nosso mísero DRH, não há nada que sirva para satisfazer à justiça Divina.

Isaías retratara O Senhor observando uma terra injusta, sem expectativas, de modo que Ele Próprio se voluntariou ao que, mesmo carecendo, não poderíamos. “A verdade desfalece, quem se desvia do mal arrisca-se a ser despojado; O Senhor viu, e pareceu mal aos Seus olhos que não houvesse justiça. Vendo que ninguém havia, maravilhou-se de que não houvesse um intercessor; por isso Seu Próprio Braço lhe trouxe a salvação, Sua Própria Justiça o susteve.” Is 59;15 e 16

Caso reste alguma dúvida sobre a excelência da salvação, respondamos à seguinte questão: “Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder sua alma? Ou que dará o homem em recompensa da sua alma?” Mat 16;26

O valor das coisas mal apreciado, pode nos levar a despautérios nivelando preciosidades a vulgaridades; “Como o que arma a funda com pedra preciosa...” Prov 26;8

No caso do texto em apreço, recebermos à Graça Divina, em vão, sem haurir o devido proveito, tampouco, frutificarmos para que O Senhor encontre os nós os bens que deseja. “Não me escolhestes a Mim, mas Eu vos escolhi e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em Meu Nome pedirdes ao Pai, Ele vos conceda.” Jo 15;16

Na Parábola do Semeador, O Salvador elencou três situações, onde se tornará a vã a Graça “semeada” em nós. A) quando estamos “de passagem” pelas coisas espirituais, sem o devido tempo para receber instrução. Em geral, temos coisas “mais importantes” às quais, enquanto buscamos, deixamos a boa semente à margem do caminho; as aves dos céus, (más influências, hábitos pecaminosos) comem.

b) se, agimos em face à Graça, de modo puramente emotivo; ouvindo a mensagem da vida eterna nos mexemos emocionalmente, sem a profundidade necessária para perseverarmos, quando, o concurso das emoções favoráveis estiver ausente; 

c) por fim, quando tratamos à Graça como mais um bem adquirido, do mesmo rol de outros tantos, que o dinheiro pode comprar. Atrofiamos o potencial regenerador que ela tem, por apego material, conveniências sociais e melindres vários, não ousamos a consagração em santificação que O Divino Agricultor deseja, para produzir em nós o que Ele almeja. Frutos de arrependimento, justiça e louvor.

O fato de que nossa vida natural inda concorre, malgrado, tenhamos nascido de novo, contribui muito para que, priorizando os apelos efêmeros, naturais, coloquemos a perder riquezas espirituais, de valor eterno.

Pior que, os que recebem a Graça de Deus em vão, são os dissolutos espirituais, que ensinam coisas que barateiam ao que é precioso; não satisfeitos em malversarem-na para si, estragam-na junto àqueles que influenciam. Judas apontou os dos seus dias;

“... se introduziram alguns, que já antes estavam escritos para este mesmo juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de Deus; negam a Deus, Único Dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo.” Jd v4

Enfim, salvação é Graça, porque Deus não nos devia ela, tampouco merecíamos; foi iniciativa soberana do Seu Infinito Amor. Porém, quem a recebe, no espírito correto, se atreve a “pagar o preço” para a manutenção da ventura recebida de graça; “Porque a graça salvadora de Deus se há manifestado a todos os homens, ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, justa, e piamente, aguardando a bem-aventurada esperança o aparecimento da Glória do Grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo;” Tt 2;11 a 13

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