quinta-feira, 8 de agosto de 2024

Jesus bet


“Estava agora em oração, e Deus confirmou em meu coração; amanhã, uma bênção financeira chegará para você.”

Texto de uma postagem que deparei, para a qual, já havia uma centena de comentários, todos na base do “Amém!” “Eu creio!” “Eu recebo!” e alguns compartilhamentos.

Infelizmente essa é a “espiritualidade” que muita gente vive atualmente. Embora o amor ao dinheiro seja o “Deus” desses, e a propagação de mandingas, o culto, não evitam profanar ao Nome Santo, em busca dessas coisas rasteiras, que qualquer casa de apostas pode propiciar, em consórcio com o Fado, sem nenhum compromisso espiritual.

O erro de objetivo prioriza o material ao espiritual, o efêmero ao eterno; de método, supondo que Deus estabelece Sua comunicação conosco, em nossos corações; Ele mesmo revela: “Enganoso é o coração, mais que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?” Jr 17;9

A Samuel ensinou: “... O Senhor não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém O Senhor olha para o coração.” I Sam 16;7

Se pode ver nossos corações, e afirma que eles não são confiáveis, antes, enganosos, como Ele se comunica conosco? Paulo explica: “... As coisas que o olho não viu, o ouvido não ouviu, não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que O amam. Mas Deus nos revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus. Porque, qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão O Espírito de Deus.” I Cor 2;9 a 11

As coisas que O Eterno tem para nós estão acima dos mais instantes anelos dos nossos corações, que, em geral anseiam por coisas naturais, não espirituais.

Um texto assim não terá aquela centena de “améns, recebo, aceito”, etc. Por quê? Porque é de origem espiritual, não, do enganoso e perverso coração humano. Propõe correção de rumos, segundo A Palavra de Deus, invés de dinheiro incondicional a quem desejar.

Desgraçadamente, as redes sociais, malgrado seus muitos benefícios possíveis, são mais pujantes pelos malefícios que propiciam. As pessoas se vestem de personagens, conforme suas doenças de estimação, “filtram” suas almas adoecidas; caracterizam-se com alheios saberes e pensares; saem desfilando, sentindo que são, deveras, a farsa que representam.

Invés de fazer fogo, cada um com sua lenha, saem aquecendo-se em chamas alugadas, sem capacidade nem desejo de entender as tolices que propagam. Sempre recorro a um dito de Plutarco: “A mente não é um vaso para ser cheio; antes, um fogo a ser aceso.” Isto é: Não basta que decoremos sentenças, amontoemos frases profundas, partilhemos alheios saberes; devemos ruminar aos tais, viver conforme, se, quisermos que nossa partilha tenha matizes autênticos, não, nuances duma farsa.

Esse negócio de que, cão deseja ossos, ou carne, gato deseja leite, rato ora por queijo, coelho por cenouras etc. é a ordem natural. Quem pretende evocar ao Santo Nome do Senhor, entenda que, isso nos remete ao sobrenatural; requer zelo e cuidados maiores que as vicissitudes ordinárias da vida. “Se alguém falar, (coisas de cunho espiritual) fale segundo as Palavras de Deus...” I Ped 4;11

Essas porcarias dos amantes do Dinheiro que profanam ao Santo Nome de Jesus, são obscenas, para quem, minimamente vê, na dimensão espiritual. Diamante e cascalho não são similares.

Jesus está disponível a todos, no que veio fazer; salvar. Porém, não é vulgar que possa ser misturado a qualquer coisa rasteira e ímpia, como faz o desejo materialista. Deve ser mencionado com reverência e temor; “Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são Seus; qualquer que profere o Nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19

O Anticristo pretende marcar todos como gado; certa senha que permitirá seguir comprando e vendendo; será impossível sem ela. Esses que profanam ao Nome de Cristo em demanda por dinheiro, como agirão, então?

Se agora que o amor ao dinheiro é apenas febre padecem disso com tanta força, como será quando a coisa se tornar um câncer? For obrigatório escolher entre fidelidade a Deus, ou facilidade material? Parece óbvia a escolha da maioria, infelizmente.

A possibilidade de se ganhar dinheiro mediante visualizações nas redes, patrocina toda sorte de ridículos, obscenidades, mentiras, personificações, profanações... tudo “vale” desde que resulte em engajamento; será?

Esses que acham que Jesus é um Nome bom para se “apostar” em demanda de dinheiro, ainda não entendem de valores de almas, apenas, preço; as deles são muito baratas. “Engana-se quem pensa que os cofres dos bancos têm riquezas; eles têm apenas dinheiro.” Carlos Drummond de Andrade

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