sexta-feira, 29 de setembro de 2023

Se o trigo não morrer


“Porque já estais mortos, e vossa vida está escondida com Cristo em Deus.” Col 3;3

Os caçadores de “erros bíblicos” teriam material de trabalho aqui; como poderia alguém estar morto, e ter sua vida escondida?

Dá o que pensar; para quem se atreve, antes de sair, temerariamente, mostrando sua inépcia para a interpretação das Escrituras. Esses que falam em editar à Palavra, removendo coisas que, a mesma, já apresenta como superadas, mostram o que ignoram. Nas questões morais, nada foi, nem será superado; Deus não muda. Apenas, caíram algumas nuances rituais, punitivas, que cumpriram seu papel, oportunamente.

Agostinho analisou esse viés, com certa ironia; “Lendo a Bíblia, encontrei muitos erros; – disse – todos, em mim.”

A primeira credencial que deve ter um intérprete, é ser convertido; obediente à Palavra, de modo tal, que possa ser tido por homem espiritual; “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas, o que é espiritual discerne bem tudo, e de ninguém é discernido. Porque, quem conheceu a Mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a Mente de Cristo.” I Cor 1;14 a 16 Essa compreensão, só é facultada aos que nascem de novo.

O que devemos entender, inicialmente, sobre a morte, é a perspectiva Divina; se, a do corpo, significa separação desse, da alma, a morte espiritual refere-se à separação entre homem e Deus; “... vossos pecados fazem separação entre vós e vosso Deus...” Is 59;2

Quando O Salvador falou em perder a vida para achá-la, estava cotejando a existência natural, com a vida espiritual. “Porque qualquer que quiser salvar sua vida, perdê-la-á, mas, qualquer que perder sua vida por amor de Mim e do Evangelho, esse a salvará.” Mc 8;35

Na conversão somos desafiados a nos identificar com Cristo em Sua obediência irrestrita; Ele o foi até à morte. Nós devemos ser até à mortificação das vontades naturais, sabidamente contrárias ao Divino querer; “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na Sua morte? De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela Glória do Pai, assim andemos também em novidade de vida.” Rom 6;3 e 4

Paulo mencionou a proeza de estar “crucificado”, vivendo. “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; a vida que agora vivo na carne, vivo-a pela fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou por mim.” Gál 2;20
Noutras palavras, a mesma ideia do verso inicial: “Porque já estais mortos, e vossa vida está escondida com Cristo, em Deus.” Col 3;3

Durante Seus ensinos, O Senhor deixou expresso que falava com “mortos”, desafiando-os a viver pela fé; “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve Minha Palavra, e crê Naquele que Me enviou, tem a vida eterna; não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida. Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora, agora é, em que os mortos ouvirão a Voz do Filho de Deus; os que a ouvirem viverão.” Jo 5;24 e 25

Se, por estarem todos mortos, no prisma natural, isso fazia necessária a submissão a Cristo e Sua Palavra, para receber a vida espiritual, na posse dessa, devemos estar “mortos” para a antiga maneira de viver, avessa ao Divino propósito.

A morte de quem se aliena, optando pelo pecado, é judicial; “Porque o salário do pecado é a morte...” Rom 6;23 Porém, a do que “mortifica-se” em obediência, ou, toma sua cruz, é uma escolha corajosa e voluntária; que faculta que nossas vidas estejam escondidas em Deus.

Os que, desde seus mirantes puramente naturais, se atrevem a opinar nas coisas atinentes ao espírito, ao ministério do Salvador e suas implicações, erram na vivência do “conhecimento” primeiro, de Jó; “Eu Te conhecia, só de ouvir falar, mas agora Te veem os meus olhos.” Jó 42;5 Disse o assustado patriarca.

Aos que presumem encontrar algo de Cristo, nos ensinos desses falastrões obtusos, bem cabe a pergunta de um anjo, feita às mulheres junto ao sepulcro de Jesus: “... Por que buscais o vivente entre os mortos?” Luc 24;5

A mortificação dos hábitos pecaminosos pretéritos, onde vivemos, muitas vezes, requer que sejamos seletivos com certos ambientes, companhias; arrolando algumas coisas que não convêm aos salvos, Paulo aconselhou da parte de Deus: “Por isso saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; não toqueis nada imundo e vos receberei; serei para vós Pai, e sereis para Mim filhos e filhas, diz O Senhor, Todo-Poderoso.” II Cor 6; 17 e 18

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