quarta-feira, 27 de setembro de 2023

A angústia


“Se te mostrares fraco no dia da angústia, tua força será pequena.” Prov 24;10

Embora nunca desejemos o dia da angústia, ele é inevitável, dada a dualidade da vida; de luz e trevas, bênção e maldição, verdade e mentira, vida e morte, júbilo e angústia...

Podemos sofrer ataques externos, pelo que nossa vida representa no teatro social; onde, seremos detestados pelos que, se incomodam com eventual luz irradiando através de nós; “Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus; bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem, perseguirem e, mentindo, disserem todo mal contra vós por Minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande vosso galardão nos Céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós.” Mat 5;10 a 12

Nesse caso, o preço a pagar por termos nos comprometido com Cristo. Tanto, quanto, mais intenso for nosso compromisso, mais acirrada será a manifestação da oposição. “... todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições.” II Tim 3;12

Também é comum alguém de índole justa se afligir, angustiar, ao ver a impiedade adjacente, estando impotente para mudar aquilo, como foi com Ló em Sodoma; “Porque este justo, habitando entre eles, afligia todos os dias, sua alma justa, por isso via e ouvia sobre suas obras injustas;” II Ped 2;8

Podemos nos angustiar ainda, pelo instante anseio de que determinadas coisas aconteçam, as quais, supomos ser o melhor; em muitos casos, Deus as tolhe, e oportunamente, entendemos o motivo, no usufruto de bênçãos superiores.

Davi lutou com esses moveres íntimos, que, no seu dito, traziam abatimento de alma; disse: “Por que estás abatida, ó minha alma, por que te perturbas em mim? Espera em Deus, pois, ainda O louvarei pela salvação da Sua Face. Ó meu Deus, dentro de mim, minha alma está abatida; por isso lembro-me de Ti desde a terra do Jordão...” Sal 42;5 e 6

A Fidelidade Divina nos garante Sua Santa Presença, tanto, passando nós pela água, quanto, pelo fogo; Is 43;2 Entretanto, nem sempre nos apercebemos que “água e fogo” são metáforas, figuras de linguagem que tipificam os sofrimentos que nos trazem angústias.

Então, podemos fazer uma releitura, como fez Davi: “Deus é nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia.” Sal 46;1

Também acontece de nos angustiarmos sem um motivo definido que identifique o porquê; Saint-Exupery definiu à nostalgia como sendo “uma saudade, não sei de quê.”

Quem de nós jamais passou por situações assim, onde se afligiu, angustiou, sem saber direito o motivo? No caso de Davi, bem sabia a razão; “A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e me apresentarei ante a Face de Deus?” Sal 42;2

Porém, só pode sentir “saudade de Deus” aquele que, um dia O conheceu.

Há muitas almas infelizes, desejando o descanso que só Jesus Cristo pode dar, presas, numa mentalidade obtusa, numa religiosidade inútil, ou, num corpo viciado em pecados.

Se, naquele caso era saudade, nesse, é absoluta necessidade de Deus. “Tomai sobre vós o Meu jugo, e aprendei de Mim, que Sou manso e humilde de coração; encontrareis descanso para vossas almas. Porque Meu jugo é suave e Meu fardo é leve.” Mat 11;29 e 30

Diferente do que acreditam e ensinam alguns super crentes da praça, a fé em Cristo não nos dedetiza de modo a pairarmos acima dos problemas. Angústias fazem parte do pacote; “Tenho-vos dito isto, para que em Mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, Eu venci o mundo.” Jo 16;33

O Eterno não tem prazer em nos afligir; “... não aflige nem entristece de bom grado aos filhos dos homens.” Lam 3;33

Todavia, não é o prazer, o motor de seu trato conosco, inicialmente; antes, o ensino; “Foi-me bom ter sido afligido, para que aprendesse Teus Estatutos.” Sal 119;71

Além do ensino pelas consequências das más escolhas, que Ele permite que soframos, aprendemos também a nos aproximar Dele, em busca de livramento; “Invoca-me no dia da angústia; Eu te livrarei, e tu Me glorificarás.” Sal 50;15

O inimigo costuma em seu sadismo assassino, içar suas velas conforme os ventos. Se, identificar alguém angustiado, tentará entrar nessa brecha sugerindo coisas abjetas; em muitos casos, até o suicídio, a sua “solução” mais radical.

Como disse John Kennedy, devemos reparar o telhado em dias de sol, não quando chove.

Assim a fé; sua valia maior é quando as coisas não vão bem; devemos buscar edificação nela, nas horas serenas, para que, nas provas, sejamos aprovados. 

Então, eventuais angústias que poderiam nos por a perder, nos aproximarão mais, Daquele que nos fará vencer. “... na angústia me deste largueza...” Sal 4;1

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