domingo, 3 de setembro de 2023

O juiz sem juízo



“Sucedeu que, fazendo ele menção da Arca de Deus, Eli caiu da cadeira para trás, ao lado da porta; quebrou-se lhe o pescoço e morreu; porquanto o homem era velho e pesado; tinha ele julgado Israel quarenta anos.” I Sam 4;18

O relapso sacerdote Eli sentindo o predito juízo Divino. “... ele tinha Julgado a Israel quarenta anos.”

Acontece que, julgou as questões alheias apenas; nas atinentes à sua casa, aos seus rebeldes filhos, fizera vistas grossas, como denunciara um profeta do Senhor. “Por que pisastes Meu sacrifício e Minha oferta de alimentos, que ordenei na Minha morada; honras teus filhos mais do que a Mim, para vos engordardes do principal de todas as ofertas do meu povo de Israel?” Cap 2;29

“... honras teus filhos mais do que a Mim...”
Os superpais e supermães pipocam nas redes; fazem questão de deixar patente suas febres; “Experimenta tocar em meu/minha filho/filha, para ver o que acontece.” “Onde meus filhos não são bem-vindos, também eu não vou.” etc. Sempre uma defesa incondicional dos rebentos, sem se ocupar em analisar se, eventual aversão, não tem lá seus motivos. “Sendo meu filho, estando certo ou não, está certo”; parece ser a “filosofia” comum.

Muitos pais, pregadores, que reverberaram contra a imoralidade, ao terem em suas casas, filhos, netos, que adotaram a perversão sexual como modo de vida, aos poucos foram “mudando” atenuando suas solenes mensagens; na escolha necessária entre amar mais a Deus que aos seus, optaram por perder-se, compactuando com os erros dos mais jovens, invés de manter a necessária firmeza, amando aos errados, sem pactuar com seus erros.

Para onde volverão esses, caso se arrependam, se, invés de, como o pródigo, vislumbrarem segurança e amparo na casa paterna, agora veem seus pais igualmente à deriva? A falta dos devidos referenciais, enlouquece a “bússola” dos que perderam o norte.

Alguém tentou recolocar os pingos nos is, sobre a febre filiólatra, dizendo: “Invés de pensar em que mundo deixaremos para nossos filhos, deveríamos pensar em que filhos, deixaremos para o mundo.”

A Palavra encoraja cada um, ao juízo contra si mesmo; e deixarmos as motivações alheias ao Juízo Divino. Quem ensina estritamente A Palavra, não julga; apresenta de modo idôneo, o Divino julgamento. Quando ao cuidado consigo mesmo, Paulo ensina: “Porque, se julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados.” I Cor 11;31

Como podemos julgar a nós mesmos? Como um juiz qualquer que tem ainda, compromisso com a justiça; conhece os fatos e compara-os com os códigos legais. À luz disso, sentencia. Assim nós, devemos avaliar nosso comportamento, à luz da Palavra. No que estivermos de acordo, paz; no que ficarmos aquém, arrependimento, confissão, mudança.

“Tu julgarás a ti mesmo – respondeu-lhe o rei. – É o mais difícil. É bem mais difícil julgar a si mesmo que julgar os outros. Se consegue fazer um bom julgamento de ti, és um verdadeiro sábio. (...) É preciso exigir de cada um o que cada um pode dar.” Antoine de Saint-Exupèry

Na sociedade atual, todo o pensamento, toda fala, precisam ser esterilizados, dedetizados, antes de saírem por aí, dado o risco das patrulhas “politicamente corretas”, descobrirem alguma “fobia” em nossas almas; danem-se!

Geração apodrecida, da pós-verdade, onde, fatos, siso, lógica e verdade erram, sem pai nem mãe; ideologias, febres engenhosamente orquestradas para destruição dos valores, narrativas fajutas é que têm vez.

Os mesmos veganos que deploram a “violência” dos “predadores” que matam para se alimentar, fazem estrondoso silêncio quando nascem pleitos em defesa do aborto. Matar um animal lhes soa a crime; matar um humano inocente lhes é um “direito”.

Ou, os que acusam nossas “fobias”, gritando em defesa dos seus direitos, dão uma banana ao nosso direito de crermos no que nos convier.

É absolutamente necessária a existência do Absoluto: Deus. Se, cada um fizer escolhas ao bel prazer, e todas forem igualmente válidas, então se cumprirá ao dito de Satanás; “Vós sereis como Deus, decidireis o bem e o mal.”

Não pretendemos tolher ninguém; apenas preservar nosso direito de crer e ensinar o que cremos. Se, as Divinas advertências, como a Eli, não lhes bastam para mudar o pensar e o agir, quando o juízo vier, estaremos inocentes por ter avisado.

Foi ao ouvir sobre a perda da Arca da Aliança, onde estava a Lei do Senhor, que o “pesado” juiz caiu para trás e quebrou seu pescoço. A mesma fora parar nas mãos dos filisteus.

Tratarmos com negligência, coisas que deveriam despertar nosso zelo, é buscar um peso que trabalhará contra nós.

O direito de fazer escolhas é inalienável; cada um, o tem. Porém, consequências pertencem ao Senhor. “... Minha é a vingança, Eu darei a recompensa, diz O Senhor...” Heb 10;30

Nenhum comentário:

Postar um comentário