terça-feira, 12 de setembro de 2023

Assassinato do Brasil


Quando, pessoas que um dia admiramos, de repente, ou pouco a pouco, passam a nos enojar, se nos tornam desafetos, vejo três possibilidades para essa mudança de apreço, que nos toma.

A) Nós mudamos em nossos valores, escolhas, amadurecemos;
B) As pessoas que apreciávamos mudaram e causaram nossa mudança;
C) Nossa visão foi aperfeiçoada, e passamos a ver, o que já existia antes, e não víamos.
Uma dessas variáveis, ou mais de uma concorrem, para nosso desencanto, quando ele aflora.

Há um quê de inconstância, um muito de ignorância, em nossas almas inconclusas; com valores, nem sempre, devidamente radicados, o que possibilita essas coisas. Onde o verossímil fazia supormos a existência de certas virtudes, que a verdade se ocupou em demostrar, ausentes.

Me refiro à essência das pessoas, não à reles reputação; pois, aquela é a pessoa em si; a reputação pode brotar e viçar da insipiência ou do mau gosto alheio, como um vegetal do esterco. Há tantas nulidades entre incensos e neons, que são desnecessários os exemplos.

Muitas pessoas que admirei um dia, e hoje me desinteressam cabalmente, por declarações desajustadas, sem um caráter probo, e atitudes do mesmo calibre. Jornalistas, atores, cantores, atletas, que caíram do meu pódio da admiração, para a baixeza de capachos morais.

Ainda têm sua fama, aceitação; pois, no mundo grassa a inversão de valores e os interesses rasos. Muitos maus se identificam com os igualmente maus, porém, mais notórios.

Estar alguém num lugar alto, não o qualifica, necessariamente; pode ser só uma excrescência que o afasta do devido habitat, como certos pinguins da Patagônia que, extraviados pelas correntes marítimas acabam errando nos trópicos.

Tempos trevosos, onde interesses rasos forjam a anemia de significado das palavras, dependendo de, a serviço de quem, elas nomeiam algo. O pêndulo da baixeza moral oscila do vicio à virtude, prostituindo o predicado, a serviço do sujeito.

Duas vezes o Eterno julgou de forma exemplar; nos dias do dilúvio, foi pela disseminação da violência; nos de Sodoma e Gomorra e mais duas cidades, foi por causa da injustiça e da prostituição. Todos esses males proliferam como nunca em nossos dias, de modo que, não carecemos ser profetas para concluir que o juízo se avizinha apressadamente. “Nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos...” previu Paulo.

O arbítrio legado ao homem, permite que ele faça escolhas legítimas, em função do que está criado; não, que ele ressignifique às coisas, subvertendo O Absoluto, em favor das suas rasas perversões. Tampouco ouse contra a Palavra de Deus, como se essa carecesse ser revista, por quem, dela não gosta. Gostar ou não é lícito; além disso, não.

A verdade se basta, e se impõe pelos argumentos que enseja em sua defesa, pois, sua expressão intelectual, atual, moral, histórica, coaduna-se com os fatos; não precisa de muletas para andar; “Nada podemos contra a verdade...” disse ainda, Paulo.

Por outro lado, a perversão por ser uma idiossincrasia, sempre terá limitado o seu alcance, pois, a percepção peculiar de um, choca-se com a de outro, e ambos, terão cada qual sua “verdade”, nome anêmico de significado, que dão para os gostos, opiniões; pois, estando contra O Absoluto, serão, necessariamente, mentiras.

Quando os perversos estão no poder, (poder, sobre outros, pois sobre si mesmos não têm, senão não seriam perversos teriam disciplina) afrontam aos valores e à verdade, e seu único “argumento” é a força. Dessa fonte corrupta brotam os casuísmos jurídicos, as restrições de movimento, de direitos, a censura.

Jornalistas que sempre falaram em defesa da liberdade, de repente, sofreram uma estranha amnésia; meu asco mais intenso é com o Bonner; tolhe que eu sofra ainda ao Jornal Nacional. Como disse ele, me dá “engulhos.”

Os militares que sempre foram tidos como o bastião garantidor da democracia, saíram da fortaleza, atraídos por cifrões; descobriram tardiamente o “valor” da prostituição; o curta-metragem pornô que fazem, ao copular com a corrupção jurídica e executiva, embora sem público, parece que tem rendido satisfatoriamente aos “atores.” Basta ouvir seu estrondoso silêncio ante tantos desmandos, pior, sua cumplicidade.

Vai que, empolgados com o “patrocínio” decidam fazer um longa-metragem, estilo “Dança com Lobos”, digo, que a bosta se prorrogue até não ter volta, e nenhuma intervenção tolha o assassinato do Brasil em doses cavalares e à luz do dia, como vemos atualmente.

Naquele filme se usou um livrinho com anotações preciosas para limpar a bunda; atualmente a Constituição sofre a mesma afronta. Sempre temos um tribuno a denunciar desmandos aqui e ou ali, e a banda segue, os inconformados gritam às paredes.

A nefasta ideologia paulofreireana sempre fracionou o mundo em oprimidos e opressores. Que todas as diatribes que fizeram contra os “opressores” lhes caia sobre, antes que seja tarde.

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