sexta-feira, 22 de setembro de 2023

A luz que temos


“Até a criança se dará a conhecer pelas suas ações, se sua obra é pura e reta.” Prov 20;11

Muito se discutiu, se, nossas almas têm sua “forja” estritamente empírica, a partir das experiências, dos aprendizados da vida, ou, se trazemos valores inatos, “saberes” não aprendidos que nos inclinam nessa, ou naquela direção.

Para os empiristas, a experiência precede e fomenta o agir; para os racionalistas, podemos ter noções de valores sem os termos aprendido, estritamente; mediante reflexão podemos atingir o ser, das coisas; aquilatar certo e errado, derivando isso de impressões “gravadas” previamente, em nossas almas.

Na Palavra de Deus encontramos pistas de ambas as correntes, de modo que, Sophia deve ter relações com as duas; digo, tanto as experiências, o aprendizado, são importantes para nossa formação, quanto, trazemos noções de valores, inatas.

Do ensino, temos: “Educa a criança no caminho em que deve andar; até quando envelhecer não se desviará dele.” Prov 22;6 às crianças espirituais: “Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo;” I Ped 2;2

Por Jeremias, Deus ensinou que, a prática reiterada de algo, entranha na alma do seu praticante, como se fosse parte de seu ser; diz: “Porventura pode o etíope mudar sua pele, ou o leopardo suas manchas? Então podereis vós fazer o bem, sendo ensinados a fazer o mal.” Jr 13;23

Há inúmeros textos que reiteram a importância do ensino; é desnecessário investigar o óbvio. (porém, o ensino de per si é amoral, quando não, imoral; não basta só; pois, como vimos acima, os ensinados a fazer o mal, será isso que aprenderão)

Paulo escrevendo aos romanos mencionou uns que, não tendo aprendido sobre A Lei de Deus, “naturalmente” a cumpriam; como se, tivessem em seus DNAs, informações não ensinadas, sobre valores que O Eterno preza.

Disse: “Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da Lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei;” Rom 2;14 

Ser lei para si mesmo, é uma forma de responsabilizar alguém a agir segundo seus valores; não, abonar mediante atos, o que reprova moralmente; “... Bem-aventurado aquele que não condena a si mesmo naquilo que aprova.” Rom 14;22 O que não transgrede à “própria” lei.

Isso está longe do dito do canhoto, “sereis como Deus”; é encontrar íntimos limites, aos quais não convém exceder. Como disse Samuel Bolton, “Se tua consciência não for um freio, será um chicote.”

Acaso precisa, o ser humano, de um mandamento escrito pelo “Dedo de Deus” para saber que coisas como, roubar, matar, mentir, adulterar... são erradas? Não temos em nossas consciências, posto que, embotadas pelo pecado, algo pendular que se move da rejeição para a aprovação?

Isso é um testemunho residual, da origem Divina do “programa”; pois, não fomos criados para o pecado. Por isso, a centelha original que restou no homem tenta vetar o que não lhe convém, fazendo com a alma o que os anticorpos fazem com o organismo.

Por ter uma função apenas cognitiva, não volitiva, a consciência é impotente para guiar na direção correta; apenas informa o homem como uma placa de trânsito faz; dirigir conforme, é escolha de cada um.

Na verdade, a mera valoração das possíveis escolhas só logra desconfortar ao escravo da carne, que, inevitavelmente escolherá segundo essa; e “A inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem pode ser.” Rom 8;7

Paulo explicou o dilema de ter luz sem forças; “Porque o que faço não o aprovo; pois, o que quero não faço, mas o que aborreço, faço. Se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim.” Rom 7;15 a 17 Por isso a necessidade da cruz.

O novo nascimento em Cristo Jesus, vivifica nossas consciências; o que antes era tênue, torna-se límpido, categórico.

O Espírito Santo dado aos renascidos, possibilita agir conforme a luz que recebemos; “Veio para o que era Seu, os seus não O receberam. Mas, a todos quantos O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1;11 e 12

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