sexta-feira, 8 de setembro de 2023

Mercadores


“Porquanto andam enganando Meu povo, dizendo: Paz, não havendo paz; quando um edifica uma parede, outros a cobrem com argamassa não temperada;” Ez 13;10

Notemos que os erros dos falsos profetas são sempre “a favor” das pessoas. Fazem as coisas parecerem melhores que são. Prometem paz, não havendo paz. Não exageram na advertência, mas na brandura, no suposto favor Divino para quem não obedece a Deus.

Podemos identificá-los, mesmo sem dom de discernimento espiritual: Sua mensagem é gostosa, agradável? É falso. Quem traz deleite à carne ímpia, é ímpio também. “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem pode ser.” Rom 8;7

Quando um profeta fala pelo Espírito, traz contrição, vergonha pelos erros denunciados, tristeza para arrependimento, desafio à mudança. De alguns, O Eterno falou: “Não mandei esses profetas, e eles foram correndo; não lhes falei, contudo, profetizaram. Mas, se estivessem no Meu conselho, então teriam feito Meu povo ouvir Minhas Palavras; o teriam feito voltar do seu mau caminho, da maldade das suas ações.” Jr 23;21 e 22 A profecia verdadeira corrige a maldade, não encoraja aos maus.

Aceitação é ampla, massiva? É falso. Olhe nas redes sociais dos tais; se suas mensagens forem ricas em compartilhamentos comentários, “curtidas”, são do mundo e para ele, laboram; “... Deus conhece vossos corações, porque o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação.” Luc 16;15 Conheço alguns que, pipocam repercussão; são diuturnamente partilhados por gente de vida torta que, sequer vai a um culto; mas, descansa feliz nas promessas dadas, do que “Deus vai fazer por elas”, ou, contra os inimigos delas.

Por fim, a regra áurea; qualquer mensagem, seja profética, mediúnica, credos alternativos, sonhos, etc. Se contradiz À Palavra, acrescenta ou diminui ao que está escrito, devidamente interpretado, também é falsa.

Além de veracidade aos tais falta também originalidade; normalmente, pegam carona na falsidade alheia, reiterando aos erros dos outros; “uns edificam com argamassa não temperada, outros, rebocam”.

Outro traço bastante comum é a preocupação com o status, o “eu” antes da Vontade Divina; “Eu como profeta do senhor...” “eu vejo...” os verdadeiros podem falar assim; é mais usual, os falsos. Não é a reputação, mas a integridade que conta perante O Eterno. 

Balaão era falso e falou coisas verdadeiras; Jonas era autêntico e profetizou algo que, O Senhor não cumpriu contra Nínive, dado o arrependimento dela. Mais que a profecia, o motivo, o espírito que o anima, define o cacife do profeta.

Em Filipos, Paulo e Silas depararam com uma jovem que “acertava” tudo; “... a qual, adivinhando, dava grande lucro aos seus senhores.” Atos 16;16 Paulo discerniu o espírito que a animava e expulsou ao tal; eles acabaram presos por isso. Oportunamente, Deus os livrou. Não apenas a carne pode brincar de profetinha; também o canhoto. Então, mais que o acerto do “chute” é preciso identificação com O Senhor.

Ademais, há mais de trinta mil versos na Palavra de Deus para ensinar; a maioria das pessoas os desconhecem. Quanto trabalho diante dos mestres, pois! O simples interpretar o curso da vida à luz do que está escrito é já profecia, e de fina qualidade.

Todavia, “virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.” II Tim 4;3 e 4

Tende o homem a temer o que desconhece, a acatar naturalmente o que lhe é ordinário. Por absoluta ignorância acerca de Deus, a maioria tem ojeriza à Sua Palavra como ela é. Assusta quem não tem comunhão com O Santo; esses, como Adão, vão à moita.

Por isso a absoluta necessidade do conhecimento de Deus; “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento...” Os 4;6 Urge quebrar pela autoridade da Palavra e do Espírito Santo, esse círculo vicioso que preserva na morte; a falta de conhecimento gera medo; e o medo afasta de onde se poderia receber o necessário.

Por isso, um profeta idôneo, mais do que prazer, deve gerar tristeza quando fala; “Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação, da qual ninguém se arrepende...” II Cor 7;10

Os “profetas” que, invés de olhar para A Palavra de Deus como fonte, e para dentro de si, buscando entender o mover do Espírito quando falam, olham mais para as telas onde passam corações, partilhas, curtidas, deveriam olhar no espelho; quiçá, assustados com os patifes que veriam, mudassem em direção à verdade.

Mercadores duplamente falidos; não têm as próprias almas, porque mortas, e comerciam com as alheias. “Por avareza farão de vós negócio com palavras fingidas...” II Ped 2;3

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