quarta-feira, 27 de setembro de 2023

As tentações


“Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis...” I Cor 10;13
“Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta. Mas, cada um é tentado, quando atraído e engodado pela própria concupiscência.” Tg 1;13 e 14

Primeiro, nos deixamos atrair; enganar, por fim, desejamos. Nossa vontade é a última barreira.

Que o inimigo é o tentador, é pacífico. Todavia, o “trabalho” dele seria infrutífero, se, não encontrasse em nós, ressonância para as perversões que ele possa sugerir. Se, quando ele nos assediar, deixarmos patente nosso não! nossa aversão ao pecado, ele terá que plantar seu joio noutra seara. “Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.” Tg 4;7

Transferir a culpa, como fizeram os do primeiro casal, não tem eficácia nenhuma. O preço do arbítrio é sermos responsáveis pelas escolhas que fazemos.

Se, ao inimigo basta que o resistamos no temor a Deus, aos desejos insalubres, não podemos resistir; por isso, o conselho: “Foge das paixões da mocidade; segue a justiça, fé, amor e a paz com os que, com um coração puro, invocam o Senhor.” II Tim 2;22 Se, ao inimigo poderemos enfrentar, dos desejos maus, temos que fugir.

Embora, ao homem mais melindroso ofenda, a ideia de que ele tem pecados, basicamente, todo mundo se acha “gente boa”, os fatos não têm relação nenhuma com as predileções; o são, em si mesmos, a despeito da nossa apreciação.

A rigor, o homem alienado de Deus não tem pecado, mesmo; é escravo. O pecado é que o tem em seus domínios. Paulo narrou o infortúnio desses: “Se faço o que não quero, consinto com a Lei, que é boa. De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim. Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; com efeito o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem. Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero. Ora, se faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim.” Rom 7;16 a 20

O conflito entre uma vontade impotente, e a tirania do feitor que, a subjuga.

Os mais vividos conheceram os antigos relógios à corda; bastava “carregar” certo curso que o mesmo seguia funcionando até o final da “corda”; de tempo em tempo, ela precisaria ser refeita. Pois, o prazer em pecar faz o homem “funcionar” no automático; o poder do pecado inoculado nele, é a “peça” que põe toda engrenagem em movimento, dispensando a “corda” do tentador.

Dada essa inclinação para o mal, as tentações viçam sem necessidade de mais estímulos que a própria propensão carnal; “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à Lei de Deus, nem pode ser.” Rom 8:7 O tentador pode tirar férias que o homem se arranja para pecar sem a “ajuda” dele.

Não significa que ele tenha abandonado o que mais gosta de fazer; mas, gasta seu “latim, de preferência, com os que temem a Deus, ou, estejam propensos a fazê-lo; seu alvo é matar, não brincar com os mortos.

Alguém disse com propriedade: “Reconhecemos um louco sempre que o vemos; nunca, quando o somos.” Assim ocorre com o pecado. Enxergamos longe, aos alheios; não, os nossos.

Um pouquinho de incredulidade que ofereçamos ao tentador, e ele entrará na brecha com seu trabalho sujo. Se ouvir alguém dizer: “Eu nasci assim e devo seguir assim.” Apoiado! Dirá o traíra. Não importa, quão pecaminosa seja a conduta, subjacente ao “assim”, em questão. “... o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do Evangelho da Glória de Cristo, que é a Imagem de Deus.” II Cor 4;4

Então, estando o homem impotente para romper com o pecado, O Salvador deu uma “turbinada” nas almas dos que creem, para que, doravante, possam agir como filhos de Deus, não como escravos do pecado. “Mas, a todos quantos O receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.” Jo 1;12 e 13

A permissão ao tentador para que faça seu engodo, não inclui, forçar-nos a fazer o que não queremos. Podemos cair nas tentações, ou, sofrê-las em pé; essa opção cabe-nos. “Bem-aventurado o homem que sofre a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida...” Tg 1;12

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