domingo, 17 de setembro de 2023

O salvo raiz

“Mas, vindo o sol, queimou-se, e secou-se, porque não tinha raiz.” Mat 13;6

Pessoas meramente emocionais, aceitam velozes as novidades que ouvem, acoroçoadas por um estado de ânimo pontual; mudado esse, mudam também. Os que haviam “crido” no Evangelho, quando eufóricos, descreem, em face às adversidades.

Seu câmbio de ânimo, patrocinador das escolhas adversas, foi figurado como sendo uma semente que caiu sobre pedregais; nasceu rápido, e logo morreu.

A raiz forma-se concomitante ao crescimento das plantas; à medida que, folhas, galhos, caule se fazem maiores, igualmente as raízes, para o necessário sustento das mesmas.

Se, o crescimento da raiz é automático, necessário, num processo natural, (exceto na que nasce sobre pedras) no caso do aspecto intentado na figura, a alma humana e seus desdobramentos ante a mensagem de salvação, o crescimento é opcional.

Os “sais minerais” que vigoram a planta, a partir das raízes, têm a ver com as escolhas. O Salmo primeiro alista algumas “pedras” a se evitar; “Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.” Sal 1;1

Depois, aponta ao “regador” da vida espiritual; “Antes tem seu prazer na Lei do Senhor; na Sua Lei medita dia e noite.” V 2

A seguir traz as consequências da venturosa escolha; “Pois será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá seu fruto no seu tempo; suas folhas não cairão, e tudo quanto fizer prosperará.” V 3

Agora não estamos mais nas raízes, embora, elas sejam a base, o sustentáculo de tudo; chegamos ao fim do plantio; os frutos. Uma árvore que frutifica não o faz para si mesma; antes para benefício alheio; de outros seres que se hão de alimentar dos seus frutos.

Esse altruísmo só o novo nascimento em Cristo possibilita, (o homem natural é refém do ego) ele que faz necessário o “segundo momento”, onde, após o deleite emotivo de um ambiente favorável, os homens precisam lidar com o deserto; isso, para “descontruir” os maus hábitos, que os impossibilitava de ver além dos próprios interesses. Aqui, os superficiais abandonam a caminhada; sua ideia de salvação contempla o comodismo de um processo indolor, como se pudéssemos tratar câncer com panos quentes.

Sua errônea leitura do que está em jogo acaba sendo uma traição a si mesmos; pós alguns passos na vereda da vida, voltam apressados à amplidão enganosa da morte.

Se, a terra em apreço é o coração, como interpretou O Autor da Parábola, Jesus Cristo, o tal, precisa ser mudado para produzir, enfim, o que O Santo Agricultor deseja. Por isso, o primeiro passo rumo à salvação, necessariamente será, rumo à cruz, para mortificação do ego; “Negue a si mesmo; tome sua cruz e siga-me.”

É necessária certa gravidade nos lábios dos que anunciam o Evangelho, para não serem geradores da falsa impressão que um alistamento militar é sinônimo de um convite para festa. Não estou forçando a barra nessa figura; Paulo a usou: “Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra.” II Tim 2;4

Bobos alegres que saem aludindo “vitórias” pontuais, numa carreira que, só quem chegar ao fim, vencerá, não passam de papagaios; aprenderam articular certos fonemas gerando a ilusão de falar. Pior; falar da parte de Deus.

“Não mandei esses profetas, contudo, foram correndo; não lhes falei, porém, profetizaram. Se estivessem no Meu conselho, então teriam feito Meu povo ouvir Minhas Palavras; o teriam feito voltar do seu mau caminho, da maldade das suas ações.” Jr 23;21 e 22

Falsos ministros são peritos em fazer isso; “desafiam” seus incautos ouvintes a entregarem seus problemas a Cristo. Assim, o homem ímpio seguiria no trono egoísta, e decidiria por si mesmo, o que quereria que se mudasse, e o que deveria seguir como está.

A abordagem bíblica e mais séria; “Entrega teu caminho ao Senhor; confia Nele...” Sal 37;5 “Buscai primeiro o Reino de Deus e a Sua Justiça...” Mat 6;33 “Eu sei ó Senhor, que não do homem o seu caminho; nem do que caminha, dirigir os seus passos.” Jr 10;23

O Evangelho não foi dado para trazer conforto, tampouco, felicidade a quem devaneia, em plena guerra; antes, veio para trazer vida a quem estava morto; reconciliação a quem se fizera inimigo de Deus; “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando Consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; pôs em nós a Palavra da reconciliação.” II Cor 5;19

“Coração” é uma figura para personalidade, mentalidade, uma mudança aí, é necessária para que nossos corações se tornem “boa terra”; “... transformai-vos pela renovação da vossa mente...” Rom 12;2
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