domingo, 10 de março de 2024

Talento alheio

 

“Quantas vezes a gente, em busca da ventura,
Procede tal e qual o avozinho infeliz:
Em vão, por toda parte, os óculos procura
Tendo-os na ponta do nariz!” Mário Quintana

O que nos faz buscarmos distante aquilo que está à mão, nem sempre é nossa incapacidade de ver; mas, de apreciar devidamente o que temos.

Depreciamos desonestidade intelectual. Pois, há também um grave dano, ensejado pela desonestidade conceitual, que acha a cruz do outro, mais leve; as dádivas que possui, insuficientes, mesmo tendo o bastante. Os Pablos Marçais da vida enriquecem com essa doença.

O risco de trazermos pra nós, seres volúveis e falhos, a “autoridade” para a definição das coisas, remete-nos ao conselho de Satanás; ele estimulou a autonomia, independência de Deus. A Palavra Divina adverte: “Confia no Senhor de todo teu coração, não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, Ele endireitará tuas veredas. Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal.” Prov 3:5 a 7

A escolha é nossa: “Não sabeis que, a quem vos apresentardes por servos para obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis...” Rom 6:16 Atitudes mostram escolhas.

A imprudência do primeiro casal, os fez “hospedeiros” de um vício de Satanás; agiram como se tivessem inveja de Deus. Quem padecia disso era o canhoto. “Tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei meu trono; no monte da congregação me assentarei, aos lados do norte. Subirei sobre as alturas das nuvens, serei semelhante ao Altíssimo.” Is 14:13 e 14. Quando disse: “vós sereis como Deus...” fez parecer desejável ao primeiro casal, o que assim parecia a ele.

“Elevou-se teu coração por causa da tua formosura, corrompeste tua sabedoria por causa do teu resplendor; por terra te lancei, diante dos reis te pus, para que olhem para ti.” Ez 28:17 Vemos que, formosura e resplendor não bastavam a esse amante do brilho alheio.

Em geral, a capacidade de “não ver”, excede às nossas coisas e toca nas do semelhante, sobretudo, se o que vamos ignorar são as suas qualidades. Não significa que todas as pessoas, a despeito dos seus atos, mereçam o que possuem. Cada um “escreve” sua história como bem lhe parecer. Ora, as circunstâncias são favoráveis, outra, adversas; devemos andar em meio a elas, firmados em valores, se temos em conta a vontade de Deus. Senão, faça cada um o que aprouver e encontre-se, em tempo, com a consequências.

O tempo da análise da “concordância” entre preceitos e atitudes, A Divina vontade, será do dia do juízo; então, a perfeita justiça dará a cada um exatamente o que merecer.

A palavra inveja deriva do latim, “invídia”, com sentido de desgosto causado pela felicidade alheia; recusa a ver as coisas como são.

Machado de Assis colocou um “freio de mão” no “carro” da felicidade; escreveu para que não nos empolguemos muito com ela, pois, sempre traz em sua boca “uma gota da baba de Caim.” Alusão à inveja que aquele sentiu, vendo Abel em comunhão com Deus, enquanto ele estava em falta. Invés de consertar sua vida, decidiu tirar a do irmão. “Se bem fizeres, não é certo que serás aceito?” Gn 4;7 questionara O Criador.

Salomão versou: “Também vi que, todo o trabalho, toda a destreza em obras, traz ao homem a inveja do seu próximo...” Ecl 4;4 Ninguém inveja à mediocridade.

O lado mais doentio da inveja é que ela recusa ver a si mesma. Sempre desfilará com alguma veste furtada, embora, no fundo, saiba o real motivo dos seus pleitos. Como os que entregaram Jesus Cristo a Pilatos. Nenhum dizia que era por algum motivo torpe; antes porque seria um agitador, inimigo de césar, um sedicioso... assim, seu clamor seria por “justiça.”

No entanto, quem não estava sob a febre do ciúme poderia ver o que esse recusava. “Porque ele bem sabia que por inveja os principais dos sacerdotes o tinham entregado.” Mc 15:10

Infelizmente, como o vovozinho citado pelo Quintana, muitos buscam os óculos alhures, tendo-os na ponta do nariz.

Superdimensionam futilidades, desprezam valores. Acerca de posses, poderíamos aprender com Agur: “Afasta de mim a vaidade e a palavra mentirosa; não me dês nem pobreza nem riqueza; mantém-me do pão da minha porção de costume; para que, porventura, estando farto não te negue, e venha a dizer: Quem é o Senhor? ou que, empobrecendo, não venha a furtar, tome o Nome de Deus em vão.” Prov 30:8 e 9

Às vezes é necessária a intervenção de um profeta, para a cura da visão. “Orou Eliseu, e disse: Senhor, peço-te que lhe abras os olhos, para que veja.” II Rs 6:17

O Cordeiro Pastor


“Porque o Cordeiro que está no meio do trono os apascentará, e lhes servirá de guia para as fontes vivas das águas; Deus limpará de seus olhos toda lágrima.” Ap 7:17

Espetacular figura temos aqui! Um Cordeiro pastor. Em geral são esses animais que carecem a condução segura de um pastor.

O Salmo 23 apresenta O Senhor como provedor de pastos e águas às Suas ovelhas; “Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente a águas tranquilas.” V 2

Acontece que, Senhor é Sua essência, quem Ele É. Cordeiro foi um arranjo circunstancial, para suprimento da nossa necessidade de redenção, que nenhum outro poderia prover.

Aludindo à insuficiência de virtude para remover pecados, dos antigos sacrifícios, temos: “... Sacrifício e oferta, holocaustos e oblações pelo pecado não quiseste, nem te agradaram (os quais se oferecem segundo a Lei). Então disse: Eis aqui venho, para fazer, ó Deus, a tua vontade. Tira o primeiro, para estabelecer o segundo. Na qual vontade temos sido santificados pela oblação do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez.” Heb 10:8 a 10

Ele, “Sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou-se, tomando forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; achado na forma humana, humilhou-se, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.” Fp 2:6 a 8

Digamos que, Ele, em parte precisou ficar dos “nosso tamanho”, para ser Legítimo Redentor de nossas almas, em atenção à demanda da Justiça Divina. Se, foi feito semelhante a nós nas limitações às quais se entregou, contudo, em Sua Santidade e Justiça, permaneceu sendo como era; Imaculado, Sublime, Perfeito.

“Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por Ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles. Porque nos convinha tal Sumo Sacerdote, Santo, Inocente, Imaculado, separado dos pecadores, feito mais sublime que os céus; que não necessitasse, como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente por seus próprios pecados, depois pelos do povo; porque isto fez Ele, uma vez, oferecendo a Si mesmo.” Heb7:25 a 27

O Cordeiro Pastor, circunstancialmente, se fez como um de nós, sofrendo as limitações de um corpo semelhante ao nosso, para que, vencendo-as se tornasse nosso Único Redentor, apto a se identificar com nossas fraquezas, por conhecê-las. “Porque naquilo que Ele mesmo, sendo tentado padeceu, pode socorrer aos que são tentados.” Heb 2:18

O esvaziamento do Senhor para se fazer Cordeiro, nem sempre é devidamente entendido. O Catolicismo pegou esse arranjo pontual, como se fosse uma situação essencial, eterna; daí chamam a Bem aventurada Maria, de “mãe de Deus.”

Outros levam ao pé da letra a metáfora do “segundo Adão”, para esposar a ideia que Cristo é criado. A Palavra é categórica: “Todas as coisas foram feitas por Ele, sem Ele nada do que foi feito se fez.” Jo 1:3

Então, Maria recebeu a honrosa missão de ser feita mãe do “Cordeiro de Deus”, que por Sua vez, É O Criador de tudo.

Careceu “aprender” a obedecer; na Sua Bendita Majestade, jamais precisara obedecer a quem quer que fosse; feito como um de nós, Filho de Deus, por um tempo, as coisas mudaram; “Ainda que Era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu.” Heb 5:8

Identificado com nossas fraquezas, clamou na hora de maior angústia: “... Meu Pai, se é possível, passe de Mim este cálice...” Mat 26:39 Porém, limitado pela obediência que nos convém, ensinou a submissão incondicional à Divina Sabedoria; “... todavia, não seja como Eu quero, mas como Tu queres.”

Quando A Palavra apresenta a imagem do Cordeiro Pastor, pois, aglutina na mesma figura o que Ele Fez em nosso favor, e Quem Ele É. “Eu Sou o Bom Pastor; o Bom Pastor dá Sua vida pelas ovelhas... Eu Sou o Bom Pastor, conheço Minhas ovelhas, e das Minhas Sou conhecido.” Jo 10:11 e 14

O fato Dele ser conhecido das Suas ovelhas é que dá segurança às mesmas; pois, muitas vozes ecoam tentando seduzir o rebanho do Senhor, após rumos estranhos. Muitos mercenários com suas motivações próprias tentam usurpar ao Bom Pastor; porém, na hora das provas ficam nus; “O mercenário, que não é pastor, de quem não são as ovelhas, vê vir o lobo, deixa as ovelhas e foge; o lobo as arrebata e dispersa-as.” Jo 10:12

Estamos tão acostumados às figuras, que, podemos olvidar que, águas e os pastos se referem à doutrina, que nos lega a vida. Há muitos propondo dietas alternativas. Quem adquiriu o paladar espiritual junto ao Bom Pastor, não se satisfaz com simulacros; “de modo nenhum seguirão o estranho, antes, fugirão dele, porque não conhecem a voz dos estranhos.” Jo 10:5

“O Senhor É o meu Pastor...” sal 23;1

sábado, 9 de março de 2024

Derrocada


“O que foi é o que há de ser; o que se fez, isso se fará; de modo que nada há novo debaixo do sol.” Ecl 1;9

“Cada estágio da história é um momento necessário da ideia do espírito do mundo.” Hegel

A divisão histórica em períodos onde predominou certo modo de pensar, no aspecto político, filosófico, sociológico, é a chamada “Dialética Hegeliana”. Segundo Hegel, em cada estágio duas ideias opostas combatem, tendo conceitos válidos em ambas; depois de certo tempo surge uma “síntese” e abarca parte da tese e da antítese.

Essa, torna-se nova tese, para a qual, surgirá sua oponente, as quais, darão lugar a nova síntese; assim sucessivamente. Como degraus duma escada, facultarão a subida do conhecimento civilizatório. Certa ou não, essa leitura, permanece o fato que seu defensor esposava a humanidade em contínuo aperfeiçoamento.

Como a sociedade é composta de seres humanos, natural que esses também cresçam, galgando degraus na escada da maturidade.

Machado de Assis ilustrou: “... Cada estação da vida é uma edição, que corrige a anterior, e será corrigida também, até a edição definitiva, que o editor dá de graça aos vermes.” Tendemos a crescer, pois, até que nossos corpos sejam decompostos; a ideia machadiana.

Logo, seja no prisma particular, seja no aspecto social, coletivo, o esperável é que haja contínua escalada, rumo à maturidade, num caso; ao aperfeiçoamento social, n’outro.

Embora, ambos os postulados tenham lógica, a realidade insiste em negar tais teorias, como necessárias no curso da vida. Acontece que, à medida que o fio do tempo se desenrola, um contraste preocupante fica mais visível. Parte do homem sobe; outra, desce vertiginosamente.

Sobre a inevitável piora ao curso do tempo, Salomão versou: “Nunca digas: Por que foram os dias passados melhores que estes? Porque não provém da sabedoria esta pergunta.” Ecl 7:10
Parece que, esperar o decréscimo da qualidade de vida seria o óbvio, infelizmente. Só um tolo e crédulo ousaria pensar diferente.

Se, no prisma tecnológico, a teoria de Hegel se aplica sempre, inventos imperfeitos são sintetizados, aprendizados são aperfeiçoados, dando origem a outros melhores, que por sua vez acabam superados também, nas relações sociais, na maturidade cívica e nas relações interpessoais, pioramos a olhos vistos.

Depois de séculos estabelecendo à família como célula mãe da sociedade; igualdade de gêneros, reconhecendo a dignidade da mulher; o estabelecimento inviolável das liberdades, de credo, ir e vir, expressão, escolha, com a sedimentação da democracia; de repente, num período assustadoramente breve, para tão graves mudanças, tudo isso agoniza, ferido de morte. 

Homem e mulher já não resumem nossos gêneros. São tantos quantos, a perversão conseguir inventar; ela tem sido criativa. Destruir a família, vilipendiar a educação, tolher as liberdades virou programa de governo; “democrático”, pasmem!

O irônico desse “status quo” é que, as múltiplas facilidades tecnológicas atrapalham os anseios tirânicos dos novos ditadores. Pois, podendo amordaçar à imprensa com cédulas, têm que conviver com a “imprensa alternativa” ameaçadoramente livre. Urge que eles façam o “controle social da mídia”, eufemismo palatável, com o qual pretendem dourar a pílula da censura, tão cara aos seus projetos totalitários.

Com devido respeito, pois, caro Georg Wilhelm Friedrich Hegel, sua tese furou. Invés de galgarmos o próximo degrau, estamos ameaçados de voltar uns quatro ou cinco para trás, governados pela “Vanguarda do Atraso” como ironizou Augusto Nunes.

Se, adotando como necessária a figura de Machado de Assis, que, todos os homens passam por “edições”, onde erros pretéritos são corrigidos e eventual crescimento os aperfeiçoa, infelizmente, muitos parecem-se com os “Escritos de Qumram”, ainda rudimentares, “originais”. Incapazes de pensar, defensores do indefensável.

Um parêntese é necessário: Quem carece de aperfeiçoamento, amadurecimento são os seres humanos; o teor da Palavra de Deus, por antigo que seja, segue atual, pelo caráter eterno do seu Autor.

O progresso civilizatório deve ser integral; envolver todos os aspectos da vida humana, sobretudo o ético e o espiritual. Imaginemos uma tribo de antropófagos, que, tenha sido “civilizada” apenas no prisma dos meios e esquecido dos fins. Outrora, enquanto bárbaros, comiam carne humana com seus aparatos toscos; agora, “civilizados” ainda mantêm a mesma “dieta”, porém, usam garfos, facas e lenços...

Assim caminhamos, tristemente. Os meios são superados de modo célere, por outros cada vez mais modernos; os fins apodrecem, porque o homem tão dedicado a melhoramentos tecnológicos, pouco se importa com crescimento psicológico e propósito espiritual como motores de suas escolhas.

Deus não edita; regenera. Os que O rejeitam, o canhoto cega, e põe a trabalhar para ele, como fizeram os filisteus com Sansão. 

Aos Seus depois de justificar, O Eterno ilumina. “A vereda dos justos é como a luz da aurora; vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” Prov 4:18

Vergonha de quê?


“Portanto, não te envergonhes do testemunho de nosso Senhor, nem de mim, que sou prisioneiro seu; antes, participa das aflições do Evangelho...” II Tim 1:8

Por algumas frases de Paulo na segunda carta a Timóteo, parece que o jovem passava por um momento de retração, dúvidas, como se, mesmo o dom que recebera estivesse adormecido; então, Paulo exortou: “... despertes o dom de Deus que existe em ti pela imposição das minhas mãos.” V 6

Talvez, pensou o apóstolo, o fato de ele estar preso, ser perseguido tivesse tido demasiado impacto sobre ele, e estivesse envergonhado até. Então, o encorajamento que vimos acima: “Não te envergonhes do testemunho de Cristo, nem de mim.”

Vergonha, normalmente temos como algo bom, na presunção implícita que se deve senti-la por algum lapso comportamental, ou de caráter; tanto que, um sem vergonha é alguém desprezível. Deus falou assim, contra Israel, em dado momento: “... mas tu tens a fronte de uma prostituta, não queres ter vergonha.” Jr 3:3

Por ser uma coisa neutra, carece de contexto antes de ser apreciada como algo meritório ou, defeituoso. Dependendo de quem se envergonha, e por quê?

Pode acontecer por razões torpes, ou, virtuosas. Um assaltante acostumado a trocar tiros com a polícia, por exemplo, se envergonhará de um novato que, no calor da “rotina”, resolva fugir.

Quando alguém se envergonha de coisas honestas, certamente está cercado de gente desonesta; tem em mais alta custa a aceitação dos ímpios circunstantes, que, a preservação a todo custo, dos valores nos quais foi ensinado. Nesse caso, a vergonha faz mal, mais do que bem. Ló, mais que se envergonhar, se afligia vivendo entre ímpios. “... afligia todos os dias sua alma justa, pelo que via e ouvia sobre suas obras injustas.” II Ped 2:8

Em Corinto, uma igreja embrionária, havia muitos casais divididos, uns criam, outros não; membros de famílias também se dividiam. Os que descriam, usavam calúnias de outros que foram após a pegadas de Paulo, desfazendo do chamado e trabalho dele.

Diziam que nem mesmo apóstolo era; “Se eu não sou apóstolo para os outros, ao menos o sou para vós; porque vós sois o selo do meu apostolado no Senhor.” I Cor 9:2 defendeu-se.

Adiante desafiou os valentões, em sua ausência, a sê-lo também na sua presença. “Mas em breve irei ter convosco, se o Senhor quiser; então conhecerei, não as palavras dos que andam ensoberbecidos, mas o poder.” II Cor 4:19

Depois diagnosticou a causa pela qual, os cristãos coríntios estavam “estreitados”, envergonhados de “pertencerem” a Paulo, como se isso fosse um escândalo; “Não estais estreitados em nós; mas estais estreitados nos vossos próprios afetos.” II cor 6:12

Ou seja: não dei nenhum escândalo, algo que fosse motivo para sentir vergonha; antes, vocês estão dando peso indevido às opiniões dos ímpios que convivem convosco. Querem uma purificação, separem-se espiritualmente, das influências deles.

“Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? Que comunhão tem a luz com as trevas? Que concórdia há entre Cristo e Belial? Que parte tem o fiel com o infiel? Que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, entre eles andarei; Eu serei seu Deus e eles serão Meu povo. Por isso saí do meio deles, apartai-vos, diz o Senhor; não toqueis nada imundo e vos receberei; serei para vós Pai, sereis para mim filhos e filhas, Diz O Senhor Todo-Poderoso.” II Cor 6:14 a 18

Quantos pastores de nome, que, por darem peso indevido às ímpias opiniões, escolhas, capitularam; passaram a se envergonhar de Cristo, para não se envergonhar de seus amigos que escolheram a perversão sexual como modo de vida? Pouco a pouco foram recuando, hiper dimensionando a “bondade” de gente que se recusava a mudar por inteiro; eles acabaram mudando. Isso não deriva do amor, mas de um sentimentalismo moloide, frouxo, incapaz.

Hoje são acusadores dos “discursos de ódio, homofobia, radicalismo, religiosidade...” e pechas afins, que usam para atacar aos que permanecem fiéis, pois, só de pecar têm vergonha.

Em Deus não há mudança nem sombra de variação, quem está Nele, não carece mudar, em linhas gerais; embora, deva progredir continuamente, em santificação. Sempre será uma obra em construção; nunca, em dúvida acerca dos valores a esposar.

Então, tenhamos vergonha pelas razões corretas, pelos motivos certos. Quem se envergonhar do Salvador e Sua Doutrina, a quem recorrerá nas emergências? “Porque, qualquer que de Mim e das Minhas Palavras se envergonhar, dele se envergonhará o Filho do homem, quando vier na sua glória, na do Pai e dos santos anjos.” Luc 9:26

sexta-feira, 8 de março de 2024

Necessária reverência


“Guarda teu pé, quando entrares na casa de Deus; porque chegar-se para ouvir é melhor que oferecer sacrifícios de tolos, pois não sabem que fazem mal.” Ecl 5:1

“Guarda teu pé...”
ou, pondera teu caminho, pensa antes de agir. Embora os pés sejam meros veículos, figuradamente são tratados de modo a ilustrarem outros aspectos.

Como a escolha dos que anunciam O Reino de Deus: “Quão formosos são, sobre os montes, os pés do que anuncia as boas novas, que faz ouvir a paz, anuncia o bem, faz ouvir a salvação, e diz a Sião: O teu Deus Reina!” Is 52:7

A beleza apreciada não está nos pés, literalmente; antes, nas escolhas, dos que se fazem pregoeiros da salvação. Que proveito levam, palmilhando a terra pela causa do Mestre!

Se, mesmo nas coisas vulgares é bom ponderarmos bem, antes de escolher, o que dizer das de repercussão eterna, as espirituais? Eis as consequências das escolhas, possíveis: “... o erro dos simples os matará, o desvario dos insensatos os destruirá. Mas, o que Me der ouvidos habitará em segurança, estará livre do temor do mal.” Prov 1:32 e 33

“... quando entrares na casa de Deus...”
Acaso entramos inadvertidamente na casa de nosso semelhante? Mesmo sendo pessoas de nossas relações, esperamos pela gentileza do convite.

Se, a casa de Deus for também de nosso Pai; digo, se reconciliamos com Ele mediante Cristo, invés de nos esbaldarmos por isso, devemos temer; sabedores do custo que foi pago para que essa reconciliação fosse possível, uma razão mais, temos, para a postura comedida, reverente. “O temor do Senhor é o princípio do conhecimento; loucos desprezam sabedoria e instrução.” Prov 1:7

Aos que iam ao lugar santo de qualquer jeito, com suas vidas tortas, sem um arrependimento sincero, tentando compensar isso com sacrifícios, como se Deus fosse um mercador, foi dito: “... De que Me serve a multidão de vossos sacrifícios, diz O Senhor? Já estou farto dos holocaustos de carneiros, e gordura de animais cevados; não Me agrado de sangue de bezerros, cordeiros, nem bodes. Quando vindes para comparecer perante Mim, quem requereu isto de vossas mãos, que viésseis pisar Meus átrios? Não continueis a trazer ofertas vãs...” Is 1:11 a 13

Invés de pecar mais, confundindo coisas santas com profanas, O Eterno mandou que fossem se lavar primeiro; “Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos Meus olhos; cessai de fazer mal. Aprendei fazer bem; procurai o que é justo; ajudai o oprimido; fazei justiça ao órfão; tratai da causa das viúvas. Vinde então...” vs 16 a 18

“... porque chegar-se para ouvir é melhor que oferecer sacrifícios de tolos...”
Os sacrifícios de tolos, vimos acima; uma alternativa superior é proposta aqui; “ouvir é melhor...” 

Tiago ensina: “Portanto, meus amados irmãos, todo homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, para se irar.” Tg 1:19 Salomão fez considerações sobre isso; “Melhor é ouvir a repreensão do sábio, que ouvir alguém a canção do tolo.” Ecl 7:5

Desgraçadamente, quase todo mundo tem algo a dizer, sem ter, antes, aprendido. Nem tudo vem de berço; “bondade se aprende”, ensinava Demócrito. “Instrui ao menino no caminho que deve andar...” Prov 22;6 prescreve a Palavra.

Há vozes demais e ouvidos de menos num mundo desesperadamente carente de conteúdo, tanto pelo lapso do conhecimento, quanto, pelo da virtude. Falta saber; falta caráter.

Se soubéssemos, ao menos, as consequências do falar ocioso, precipitado, seríamos mais morosos com nossas línguas; “Mas Eu vos digo que de toda palavra ociosa que os homens disserem hão de dar conta no dia do juízo.” Mat 12:36

A língua alinhada à vontade de Deus é feita uma espada; “... a espada do Espírito, que é a Palavra de Deus;” Ef 6:17 A do homem por conta própria, mesmo que se esforce em ser aveludada, acabará se revelando danosa como foi a de Judas. “As palavras da sua boca eram mais macias do que a manteiga, mas havia guerra no seu coração...” Sal 55:21

“... pois, não sabem que fazem mal.”
Se “Deus não toma em conta os tempos da ignorância...” Tenciona fazer os ignorantes conhecerem Sua Vontade, para que sejam salvos. Ignorância não é sinônimo de inocência; pode matar também. “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento...” Os 4:6

Quando O Senhor orou na cruz, “Pai perdoa-lhes porque eles não sabem o que fazem.” Não significa que estava perdoando-os para salvação. Rogava para que não fossem consumidos, sem possibilidade de arrependimento; para efeito de salvação deveriam trilhar o mesmo caminho que todos. Reconhecimento, arrependimento, perdão, submissão.

Quando entrarmos na casa do Senhor, que o façamos numa ousada aproximação, desejando que Sua Luz penetre mais em nós.

Filhos da luz


“Porque noutro tempo éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor; andai como filhos da luz... Aprovando o que é agradável ao Senhor.” Ef 5:8 e 10

Ser e agir, interligados. Se, depois de convertidos, fomos feitos filhos da luz, devemos andar conforme a nova situação.

“... fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos em novidade de vida.” Rom 6:4

O agir dos efésios ainda era alvo de correção; o ser, não estava em disputa; eram “filhos da luz.” A justificação é imediata, uma vez alcançada a fé. “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve Minha Palavra, e crê naquele que Me enviou, tem a vida eterna; não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.” Jo 5:24

Essa “passagem” traz consigo responsabilidades, para que nossa fé se mostre viva, não, mera abstração, como advertiu Tiago: “... a fé, se não tiver obras, é morta em si mesma... Tu tens a fé, eu tenho as obras; mostra-me tua fé sem tuas obras, e te mostrarei a minha, pelas minhas obras.” Tg 2:17 e 18

As boas obras como testemunhas de fé, não, alternativas, substitutas. O cristão é salvo porque crê; deve fazer obras boas porque essa é a vontade do Senhor ao qual, passou a pertencer. Devemos agir, “Aprovando o que é agradável ao Senhor.” Nossas vontades naturais dever ser “crucificadas”; tidas como mortas. Eis o sentido do “Negue a si mesmo e tome sua cruz!”

Quando da queda no Éden, a oposição ofereceu independência, autonomia; “Vós sereis como Deus e sabereis o bem e o mal”, agora, somos chamados a ser como Cristo, obedientes à Divina vontade, às últimas consequências.

Ele, mesmo sendo igual a Deus, “... esvaziou a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; achado na forma humana, humilhou-se, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.” Fp 2:7 e 8

O Eterno não precisaria, mas oferece as razões, pelas quais devemos abdicar de nossos desejos enfermos em submissão a Ele: “Porque Meus Pensamentos não são os vossos, nem vossos caminhos os Meus, diz o Senhor. Porque assim como os céus são mais altos que a terra, assim são Meus caminhos mais altos que os vossos, e os Meus Pensamentos mais altos que os vossos.” Is 55:8 e 9

Para aprovarmos o que agrada a Deus devemos ter viva, nossa condição de servos, de filhos da luz. Embora nossas vontades e gostos possam ser desagradados, pontualmente, Aquele que sabe aonde cada caminho conduz, tem os melhores pensamentos ao nosso respeito, deve ser sempre ouvido; pois, nos guia com amor e sabedoria. “Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim, são caminhos da morte.” Prov 14:12

O Eterno assegura: “Porque bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz, não de mal, para vos dar o fim que esperais.” Jr 29:11 Quem sabe o fim, ao qual deseja conduzir, também sabe o meio para chegar lá.

Cristianismo não é de rótulos; é uma peregrinação sobre a terra, cujo modo de caminhar, deve apontar para onde querem chegar os peregrinos. Se, agirem como filhos da luz, O Salvador os receberá no fim da jornada. “... Vinde, benditos de Meu Pai, possuí por herança o Reino que vos está preparado...” Mat 25:34

Todavia, quem acreditar que tem “luz própria”, como pretendem os que falam em editar, "corrigir” À Palavra do Eterno, o simples cogitar essa “necessidade” já mostra que pertencem a outro “pai”. “Toda a boa dádiva, todo dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação.” Tg 1:17

Uma das prerrogativas do Eterno, é não sofrer a ação do tempo. O tempo lhe está submisso, uma vez que é “... Pai da Eternidade...” Is 9;6

Se, antes da queda o primeiro casal estava nu, e eles não se envergonhavam, os que são de Cristo, devem também, cultivar uma inocência tal, que suas almas vistas como são, não causem vergonha; afinal, “... não há criatura alguma encoberta diante Dele; antes, todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar.” Heb 4:13

A Luz do Mundo, Jesus Cristo, chama os que têm algo a esconder, não para expô-los, mas para lavá-los. “... Se Eu te não lavar, não tens parte comigo.” Jo 13:8

Muitos acham insuportável o banho; “Porque Ele será como o fogo do ourives, como o sabão dos lavandeiros.” Ml 3:2 Os que suportarem poderão dizer como o cego aquele: “Fui, lavei-me e vejo.” Jo 9;11

quinta-feira, 7 de março de 2024

Contra a verdade


“Porque nada podemos contra a verdade, senão, pela verdade.” II Cor 13;8

Uma análise a longo prazo. Não significa que os mentirosos não façam dano. Diferente do que dizia Goebbels, ministro do nazismo, que uma mentira repetida mil vezes se torna verdade, a verdade é resiliente demais, para aceitar algo em seu lugar. Se alguém resolver reescrever a história, naquilo que ela é veraz, parirá apenas uma mentira, com pretensões históricas.

Eufemismos grassam pra camuflagem da mentira. Ora, “fake News”; outra, a “narrativa” emprestam seus artifícios para que a mentira faça boa figura. Ela segue feia, indigna, ultrajante, desagregadora, insuficiente.

Embora digam que tem pernas curtas, sequer pernas tem; precisa ser levada nos braços por quem a pariu; sempre carecerá um “afluente”, pois, sua fonte original não basta; ao curso do tempo, nesgas de verdade teimam em aparecer.

No frigir dos ovos, no dia do juízo se, não, antes, o mentiroso será apenas mentiroso; nada poderá mudar isso; sua vítima, apenas vítima, quando a verdade passar tudo pelo seu crivo.

Podem os maus fazer estragos pela sua ignorância quanto ao porvir, ou mesmo pela inconsequência; “Pois, mudaram a verdade de Deus em mentira...” 1:25

A inversão de valores só pode ser assim nominada, porque, cada valor tem seu nicho próprio, esculpido pela verdade, estabelecido pelo Criador; fora disso, o mesmo estará em local indevido.

Os que os mudam só podem deixar patente suas perversões. Cada coisa será valorada segundo a verdade, não as perversões. “Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem, mal; que fazem das trevas luz, da luz, trevas; fazem do amargo doce, do doce, amargo! Ai dos que são sábios aos seus próprios olhos, prudentes diante de si mesmos!” Is 5:20 e 21

A força da verdade não está no número de pessoas que lhe são favoráveis; se, muitos mentirosos associados decidirem criar uma “verdade” atritando pedras das paixões, em busca das faíscas das falácias, para atiçar nos gravetos dos interesses, a espera que a chama de uma “narrativa”, dê vida, ao que não tem nenhuma substância, criarão um espantalho.

Após o processo, da formação de quadrilha verbal, se verá a grotesca inutilidade do produto; que seguirá sendo uma mentira.

A verdade não faz lobby, nem força. Seu ser é sua força. Eventualmente, deparo com postagens em defesa da “ciência”, como se, a ciência veraz carecesse disso; pilantras, quando, pretendem impor determinado comportamento em nome daquela, fazem calculada gritaria; de longe identifico-os preparando terreno para mais uma velhacaria.

A ciência verdadeira não faz propaganda; faz pesquisas. Seus produtos são tão “científicos” que, sem nenhum esforço caem no gosto popular. Os resultados que produzem justificam plenamente seus custos.

Então quando alguém tenta impor algo em “nome da ciência”, seja vacina, seja máscara ou a bosta que for, podemos ter certeza que a ciência é só um pretexto para alguma patifaria em curso. Acaso é necessário impor o uso de baterias em telefones ou aparatos similares? Alguém precisaria sair defendendo a ciência, invés de fazer o óbvio?

Nas últimas eleições presidenciais no Brasil se impôs a maior fraude de todos os tempos. Pela fragilidade de instituições corruptas, que, usaram a força onde se demandou a verdade.

Abusaram de truculências jurídicas, com cumplicidade tácita de todos os setores do “sistema”; conseguiram impor a coisa, malgrado, durante sessenta dias o povo tenha clamado nas ruas, em frente aos quartéis, pedindo transparência nos resultados. Foi negada; as vítimas foram transformadas em culpados pela infiltração de gente baixa, que praticou baixarias sob encomenda, para esse fim.

A ausência de verdade nos feitos dos fraudadores e demais membros da quadrilha, só lhes permitia o uso de ameaças, arbitrariedades, cooptação dos venais, a peso de dinheiro surrupiado.

A peneira deles nunca tapou o sol; mas, semeando pavor, lograram por uns tempos, que seus raios se ocultassem atrás de nuvens de dúvidas.

O acordo com a morte, a aliança como inferno começa a fazer água; a verdade, lenta e seguramente, vai começando a ocupar seu lugar.

Outrora, em situação similar Isaías vaticinou: “Porquanto dizeis: Fizemos aliança com a morte e com o inferno fizemos acordo; quando passar o dilúvio do açoite, não chegará a nós, porque pusemos a mentira por nosso refúgio, debaixo da falsidade nos escondemos.” Is 28:15 Adiante, sentenciou: “A vossa aliança com a morte se anulará; vosso acordo com o inferno não subsistirá; quando o dilúvio do açoite passar, então sereis por ele pisados.” V 18

Antes se escondia sob o tapete as coisas feias. Atualmente, os tapetes não dão conta mais. A mentira enche tribunais, palácios. A nação. Porém, Deus ainda ama à verdade e deixará claro isso para que todos saibam que, “nada podemos contra a verdade...”